Messi sorri e descarta duelo com Neymar: “Somos companheiros”

Craque argentino encara com naturalidade provocação da torcida brasileira no Maracanã: “É normal a rivalidade dentro e fora do campo, mas não passa disso”

Sorridente, falante e relaxado. Messi está de bem com a vida. Depois de estrear na Copa do Mundo com um golaço, depois de oito anos de jejum em Mundiais, o capitão da Argentina diminuiu boa parte da pressão que carregava nas costas e atendeu de surpresa os jornalistas nesta segunda-feira, na Cidade do Galo. Com uma desenvoltura até surpreendente, o craque não fugiu de perguntas, reforçou que prefere que seu time adote um esquema mais ofensivo, se disse mais maduro e à vontade pela seleção e, naturalmente, falou de Neymar.

Provocado pelo torcedor que esteve no Maracanã e gritou o nome do astro brasileiro na vitória por 2 a 1 da Argentina sobre a Bósnia, domingo, Messi respondeu de imediato em campo com um belo gol. Diante dos microfones, porém, deixou clara a boa relação com o companheiro de Barcelona e disse que a postura dos brasileiros é completamente compreensível diante da disputa entre os países no futebol.

– Não compito com Neymar. Somos companheiros, é uma boa pessoa e temos grande relação. É normal a rivalidade fora e dentro do campo, mas não passa disso. É normal que isso aconteça.

 

 

 

Pacientemente, Messi respondeu a 25 perguntas dos jornalistas e se posicionou em quase todas. Respostas evasivas, que já foram tão comuns para o argentino, fugiram do repertório, apesar de muitas ainda serem curtas. A postura é resultado de uma liderança que fica evidente nos treinamentos desde a apresentação em Buenos Aires e o craque diz ser fruto da experiência e do bom relacionamento no elenco argentino.

– Passaram muitos anos. Fui crescendo, amadurecendo dentro e fora do campo. Me encontro em um grupo com muitos amigos, muito bem, temos relação com todos dentro e fora do campo. Estou muito contente.

Questionado sobre os favoritos após o início da Copa, Messi ignorou o Brasil e apontou a Holanda e a Alemanha como as melhores seleções que viu, mas deixou claro que uma partida é muito pouco para avaliações mais precisas. Das mais de duas dezenas de perguntas, a maioria foi a respeito do desempenho mutante da Argentina do primeiro para o segundo tempo contra os bósnios. E o capitão foi objetivo: prefere que a equipe jogue para frente:

– Creio que devemos manter (o 4-3-3 do segundo tempo). Sou argentino e quero sempre ver o time na frente. Pode ir de uma partida para outra, não há problema mudar. Mas acho que primeiro temos que pensar em nós mesmos e depois no rival.

Com Lionel Messi empolgado e relaxado, a Argentina volta a jogar somente no próximo sábado, contra o Irã, no Mineirão, em Belo Horizonte. Os hermanos têm três pontos e são os líderes do Grupo F da Copa do Mundo, seguidos por iranianos e nigerianos, que empataram nesta segunda, e a Bósnia.

Confira abaixo a íntegra da coletiva.

4-3-3

– Já comentei a troca de jogo. A verdade é que temos variantes e podemos jogar de diferentes maneiras. Treinamos, nos conhecemos, e partida a partida podemos mudar dependendo do rival. O mais importante é termos conhecimento do sistema que vamos jogar.

Melhor em campo na segunda etapa

– Os atacantes se sentiram mais cômodos com mais gente. Era melhor sairmos para contra-ataque, com a velocidade do Di María. No primeiro, Kun ficou um pouco longe de todos, eu vinha para trás e ficava longe do gol.

Momento

– Há muita coisa para melhorar. Cometemos muitos erros, era a primeira partida do Mundial. O importante foi o triunfo, que nos dá tranquilidade para ver o que fizemos bem, o que fizemos mal.

Letra de Rojo na área

– (Risos) Foi um recurso que surgiu no momento na área e fez como pôde.

Comemoração efusiva

– Não quis expressar nada. Somente festejar o gol, que foi importante para mim, para a partida. As coisas não estavam saindo como pretendia. Não quis demonstrar nada demais. (Veja o gol e a comemoração no vídeo ao lado).

Atuação abaixo de Holanda e Alemanha

– Como disse antes, não é fácil disputar uma primeira partida. Mas foi importante para nos aproximarmos do que queremos, do que buscamos. Essas duas partidas vão servir para nos classificarmos e chegarmos bem para as oitavas.

Favoritos

– Creio que pelas primeiras partidas o que me chamou a atenção foram Holanda e Alemanha, mas há seleções que ainda não deram o que podem dar. É difícil tirar conclusões pela primeira partida, muitos vão melhorar. Tivemos surpresa também, mas pela primeira rodada chamaram a atenção Alemanha e Holanda.

Jejum de gols

– Foi especial por fazer um gol, nada mais. Não pode fazer tempo que não fazia ou outra coisa. Nos deu uma tranquilidade e foi bom que tenha sido na primeira partida, já que passei o Mundial passado sem fazer gol.

Questionamento dos brasileiros a respeito da atuação

– Temos que pensar em nós mesmos, no que podemos dar. Só isso.

Influência do time nas mudanças no intervalo

– Foi decisão de Alejandro, que viu que estamos com muita gente atrás e faltava gente à frente. Entrou Pipa e criamos muitas situações.

Avaliar atuações individuais

– Esse tipo de situação não é para mim.

Má atuação no primeiro tempo

– No primeiro tempo, não tinha a bola e acabava ficando longe do gol. Tinha que buscar para seguir adiante. Acabei perdendo várias bolas e muitas toquei para trás. Não fazia a partida que pretendia.

Invasão argentina

– Foi lindo sair para o aquecimento e ver tanta gente argentina no Brasil, ver um estádio lotado. Esperava e sabia que ia ser assim. A gente da Argentina veio com muita vontade e esperança. Acho que em Porto Alegre vai ser mais ainda.

Parceria com Gago

– É uma pessoa que conheço há tempo, jogamos juntos, nos buscamos e nos entendemos. No segundo tempo, tive mais a bola e fiquei mais avançado por tê-lo também

Próximos jogos

– Creio que vamos jogar com rivais que vão se fechar lá atrás, sair em contra-ataques, como a Bósnia.

Derrota da Espanha

– Foi uma derrota que não esperava. A Holanda podia ganhar da Espanha pelos jogadores que tem, mas não pelo placar que foi.

Atuação foi decepção?

– Temos que fazer uma análise mais em cima do segundo tempo do que do primeiro, quando fizemos coisas que não estávamos acostumados. Ficamos mais atrás, demos espaço para a Bósnia. No segundo tempo, foi como estamos acostumados. Foi bem melhor.

Reverência da torcida

– Foi muito lindo receber esse carinho da torcida, poder compartilhar com todo mundo tanta felicidade.

Por que da mudança?

– Tem que perguntar a Alejandro, que toma as decisões. Acho que foi por ser a primeira partida, se preocupou e não dar espaços, não deixar escapar os três pontos.

Postura de líder

– Passaram muitos anos. Fui crescendo, amadurecendo dentro e fora do campo. Me encontro em um grupo com muitos amigos, muito bem, temos relação com todos dentro e fora do campo. Estou muito contente.

Higuaín no Barcelona

– A verdade é que estou um pouco à margem do que vai passar no futuro do meu clube. Estou preparado para o Mundial. Escutei, comentei com Pipa e obviamente me encantaria. É um dos maiores atacantes do mundo.

Postura ofensiva

– Creio que devemos manter. Sou argentino e quero sempre ver o time na frente. Mas pode ir de partida para outra, não há problema mudar. Mas acho que primeiro temos que pensar em nós.

Pressão pelo título

– Estamos tranquilos. Seguimos da mesma maneira de quando chegamos aqui. Sem pensar no que pode vir além da partida seguinte. Não podemos pensar no que as outras seleções estão jogando. Todos vão melhorar e temos que pensar em nós mesmos.

Duelo com Neymar

– Não compito com Neymar. Somos companheiros, é uma boa pessoa e temos grande relação. É normal a rivalidade fora e dentro do campo, mas não passa disso. É normal que isso aconteça.

Recado para os argentinos

– Estamos com muita vontade, muita esperança e desejo de cumprir o sonho de todos, mas com tranquilidade.

Fonte: GE.

Publicado por Folha do Progresso fone para contato Cel. TIM: 93-81171217 e-mail para contato: folhadoprogresso@folhadoprogresso.com.br