Militares prendem presidente eleito e tomam poder em golpe de Estado no Gabão

Imagem de soldados gaboneses carregando o general Brice Oligui Nguema, no dia 24 de agosto. Chefe da guarda presidencial do presidente deposto, Nguema foi carregado por centenas de soldados que o proclamaram líder nesta quarta-feira, segundo imagens transmitidas pela televisão estatal – (Foto:Gabão 24/AFP).

Grupo de alta patente das Forças Armadas fraude nas eleições gerais do país

Militares do Gabão preenderam o presidente reeleito Ali Bongo e tomaram o poder no país, localizado na África Central. O presidente deposto foi colocado em prisão domiciliar. Em pronunciamento em rede nacional, nesta quarta-feira (30), um grupo de alta patente das Forças Armadas do Gabão anunciou o golpe de Estado.

Eles argumentam que as medidas foram tomadas porque houve fraude nas eleições gerais do país, ocorridas no último fim de semana, com a vitória de Bongo para um terceiro mandato, com cerca de 64% dos votos, segundo a autoridade eleitoral.

Após o fechamento das urnas, no sábado (26), o governo emitiu um toque de recolher noturno e cortou os serviços de internet de todo o país, levantando suspeitas e preocupações quanto à transparência no processo eleitoral.

Durante a transmissão desta quarta-feira, os militares anunciaram que reivindicam a tomada de poder e que todas as instituições estatais, como o Senado e a Assembleia Nacional, estavam dissolvidas. Além disso, as fronteiras terrestres e áreas do país foram fechadas. Ainda de acordo com o grupo das Forças Armadas, as eleições foram fraudadas e, portanto, estavam anuladas.

Ali Bongo Ondimba governa o Gabão há 14 anos. A família dele também governou a nação produtora de petróleo durante 56 anos – ou seja, por quase todo o período pós independência do país, que era colônia da França até 1960. O país tem 2,3 milhões de habitantes e mais de 30% vivem em condição de pobreza.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram pessoas celebrando nas ruas do país após o anúncio do golpe de Estado.

No fim de julho, uma junta militar tomou o poder em outro país africano, o Níger.  Mali e Sudão também estão sob comando militar. Ambos os países têm atuação do Grupo Wagner, ligado à Rússia.

 

Fonte:O Liberal e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 30/08/2023/10:49:29

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