Moradores denunciam abandono de microssistema

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Caixa d`água do bairro Diamantino está furada e encontra-se no chão há mais de seis meses

Cansados de esperar por soluções por parte da Prefeitura de Santarém, os moradores da Avenida Alvorada e da Rua Padre Felipe Bettendorf, no bairro do Diamantino, em Santarém, Oeste do Pará, denunciam o abandono das vias e a falta de manutenção do microssistema de água. Por conta do problema no microssistema, os moradores afirmam que estão comprando água de pessoas que possuem poços artesianos.

Hoje, quem trafega próximo ao local onde funcionava o microssistema de abastecimento de água do Diamantino se depara com o retrato do abandono. Além da madeira apodrecida da estrutura do microssistema, a caixa d’água se encontra jogada no chão. Segundo os moradores, o microssistema do bairro foi desativado há mais de seis meses, devido à estrutura estar danificada. A caixa d’água precisou ser retirada da estrutura para evitar acidentes.

Uma moradora informou que quando havia microssistema as famílias pagavam apenas uma taxa para ajudar na manutenção. Hoje, segundo ela, mais de 10 mil pessoas sofrem com a falta de abastecimento de água potável no Diamantino. “A taxa do microssistema era apenas de R$ 20. Com o passar do tempo, muitos usuários foram deixando de utilizar a água do microssistema. Há seis anos o microssistema não recebe manutenção, já comunicamos ao Ministério Público, já solicitamos ajuda do poder público e não recebemos nenhuma ajuda”, denunciou a moradora, que preferiu não ter seu nome divulgado para evitar represálias.

Local onde funcionava a bomba de água é usado para consumo de drogas e prostituição

Devido ao problema, alguns moradores decidiram cavar poços artesianos. Quem não tem condição financeira para instalar esse sistema, consegue água com o vizinho pagando uma taxa que varia entre R$ 30,00 e R$ 50,00. “Água para beber a gente tem que comprar. A água é cedida pelo vizinho, a gente paga uma taxa para ajudar na conta de energia. Aqui não tem água”, afirmou o autônomo Maurício Siqueira.

Além do problema no microssistema, os comunitários também denunciam o abandono das ruas. Carros, motocicletas, ciclistas e pedestres têm dificuldades para trafegar nas principais ruas do Diamantino. Idosos que se arriscam a caminhar na Avenida Alvorada afirmam que temem cair em um buraco e sofrer uma lesão na perna ou em outra parte do corpo.

Outro problema denunciado pelos moradores do Diamantino foi o abandono da Associação de Moradores pelo atual presidente Erlon Nagle. Segundo eles, desde que conseguiu um emprego na Prefeitura, Erlon deixou de procurar as autoridades para reivindicar melhorias para o bairro. Falta de água, ruas intrafegáveis, aumento da violência e prostituição de menores de idade foram denunciados pelos comunitários.

De acordo com eles, a casa onde funcionava a bomba está servindo apenas para consumo de drogas de viciados e para a prática de orgias de prostitutas com integrantes de gangue, principalmente nos finais de semana. Utensílios usados para o consumo de drogas, assim como garrafas de bebida alcoólica são vistos por quem trafega no local. Também o local serve para que as pessoas façam suas necessidades fisiológicas, ou seja, defecam e mijam à vontade na antiga casa de bomba. O fedor é tanto que os moradores têm que pagar toda semana para que uma limpeza seja feita.

Preocupados com a situação de abandono, os moradores cobram providências urgentes por parte da gestão pública de Santarém.

PESQUISA: Com o objetivo geral de examinar o modo de acesso à água potável e o destino das águas servidas no bairro do Diamantino, em Santarém, dois advogados realizaram uma pesquisa de campo no local. Os objetivos específicos da pesquisa foram: investigar o número de domicílios que recebem água tratada da Cosanpa (Companhia de Saneamento do Pará) ou Microssistema; verificar quantos são atendidos por poços artesianos ou tubulares, e ainda, se há domicílios que retiram água diretamente da adutora ou cano distribuidor secundário, ou ainda, da casa de outros moradores do bairro; descrever qual o destino dado para as águas servidas nos domicílios do bairro, indicando se há fossa, sumidouro ou rede de coleta e tratamento.

Durante a pesquisa, uma pergunta questionou o modo de abastecimento domiciliar de água e obteve os seguintes resultados: 42% microssistema; 25% Cosanpa; 23% poço; 9% vizinho. Outra questão indagou sobre o destino das águas servidas, obtendo os seguintes resultados: 60% quintal; 33% rua; 7% sumidouro. A amostra foi calculada com base em margem de erro de 3% (três por cento).

Com base nesses dados, verifica-se a atuação insuficiente do poder público municipal no modo de abastecimento de água, seja na forma direta (microssistema), seja na forma indireta (concessão à Cosanpa), que totaliza a abrangência de apenas 70% dos domicílios do bairro. Porém, quando se trata de destino das águas servidas, em que se faz necessário a satisfação do serviço por meio de esgotamento sanitário, verifica-se a total inércia do Estado diante de sua obrigação.

Fonte: RG 15/O Impacto.

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