Morte de líder indígena é investigada no Maranhão; suspeita é de envenenamento

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Povo Ka’apor quando fechou um ramal de madeireiro e estaqueiro no território (Foto:Reprodução)

Sarapó Ka’apor tinha um histórico de combate e defesa dos territórios de seu povo e já havia sido vítima de um ataque a tiros

A Polícia Civil iniciou uma investigação da morte de Sarapó Ka’apor, líder indígena, no dia 14 de maio, na região de Centro Guilherme, a cerca de 289 km de São Luís, Maranhão. Sarapó Ka’apor tinha um histórico de combate e defesa dos territórios de seu povo.

Segundo informações, Sarapó teria passado mal e morrido durante a madrugada, dentro de uma residência na aldeia. A morte foi atribuída a um “AVC ou derrame”, mesmo sem a realização de um exame cadavérico. O corpo foi enterrado em um cemitério na comunidade.

Os indígenas Ka’apor passaram a cobrar explicações, pois alegam que Sarapó era considerado um homem saudável pela tribo. A suspeita é de morte por envenenamento.

“Antes de morrer, Sarapó foi ameaçado e em um passado recente foi vítima de um ataque a bala. Por isso ele vivia se deslocando de aldeia em aldeia para não ser localizado. No dia da morte, os familiares relataram que recebeu um peixe de presente de um morador do povoado e depois começou a passar mal”, relata Luis Antonio Pedrosa, advogado da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos.

Sarapó era conhecido na região pela luta contra a atuação do garimpo e de madeireiras que ameaçam a floresta amazônica que restou na região do Alto Turiaçu, onde se encontram quase meio milhão de hectares de terras indígenas, onde os Ka’apor vivem.

O advogado Diogo Cabral afirma que era um dos principais ativistas da região e que atuava nas denúncias de invasão de terra.

“Ele [Sarapó] era uma das principais lideranças indígenas do Maranhão e há anos denunciava a invasão da terra indígena por madeireiros. Era chefe da Guarda de Autodefesa dos Ka’apor”
Povo Ka’apor pede exumação do corpo

No Boletim de Ocorrência registrado na Polícia Civil de Santa Luzia do Paruá, o delegado José Raimundo Batalha, diz que Sarapó teve uma “crise de tremedeira” pouco antes de morrer, sem nunca antes ter sentido algo do tipo.

Entidades de defesa dos Direitos Humanos também cobraram providências por parte do delegado, que decidiu pedir a exumação do corpo. O procedimento foi realizado no último sábado (11) e o resultado ainda está sendo aguardado. A partir do resultado do exame será decidido os próximos passos.

Jornal Folha do Progresso em 14/06/2022/

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