Motoboy que sacou R$ 4,7 milhões foi ao Ministério da Saúde

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O motoboy estava convocado para depor nesta terça-feira (31) na CPI da Pandemia. Porém, por decisão liminar do ministro Kássio Nunes Marques, do STF, Ivanildo obteve permissão para não comparecer à oitiva. Comissão aprovou a reconvocação de Ivanildo | Foto:Agência Senado

O motoboy Ivanildo Gonçalves é apontado como responsável por sacar R$ 4,7 milhões em espécie, na boca do caixa, para a VTCLog. Investigada pela CPI, a empresa teria movimentado R$ 117 milhões nos últimos dois anos em operações suspeitas, que incluem pagamentos de boletos de diretor do Ministério da Saúde

Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou que a empresa VTCLog movimentou de forma suspeita R$ 117 milhões nos últimos dois anos. A empresa foi selecionada pelo Ministério da Saúde para cuidar da armazenagem e distribuição de medicamentos.

Ivanildo Gonçalves, que é motoboy a serviço da VTCLog, teria feito saques que somam o montante de R$ 4,7 milhões. Ele estava convocado para oitiva na CPI da Pandemia nesta terça-feira (31), mas não compareceu, após decisão liminar do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o desobrigou de participar da reunião. Senadores consideraram que a posição contraria decisões anteriores do STF.

Veja ao Vídeo:

 

Na decisão que livrou, provisoriamente, o motoboy da VTCLog de comparecer à CPI, o ministro Nunes Marques atendeu à alegação de falta de pertinência temática. Contudo, a CPI dispõe de indícios de que o motoboy realizava pagamentos de boletos do ex-diretor do Departamento de Logística (Delog) do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias. As imagens de onde foram feitos os pagamentos foram requeridas pela CPI e exibidas durante a reunião desta terça.

Registros em posse da CPI da Covid, obtidos pelo jornal O Globo, mostram que Ivanildo Gonçalves esteve no Departamento de Logística do Ministério da Saúde em 12 de julho de 2020. Àquela época, a área era comandada por Roberto Ferreira Dias, investigado pela comissão parlamentar por suspeita de irregularidades na pasta.

À reportagem do jornal carioca, o advogado de Roberto Dias, Marcelo Jorge, disse que Ivanildo é um dos funcionários que entregavam faturas da VTC Log ao Ministério da Saúde, o que justificaria sua presença no órgão. Segundo ele, o sistema do Ministério da Saúde não permite o envio do documento por e-mail. Questionada, a pasta não se posicionou até a publicação desta reportagem.

Após as ausências do motoboy Ivanildo Gonçalves e da diretora-executiva da VTCLog, Andréia Lima, a CPI da Pandemia vai se dedicar a aprofundar as investigações sobre a empresa. O anúncio foi feito pelo presidente, Omar Aziz (PSD-AM), na reunião desta terça-feira (31), quando foi aprovada a reconvocação do motoboy e a transferência de sigilos fiscal, telemático e bancário da VTCLog.

“Agora a CPI irá focar no depoimento de todas as pessoas da VTCLog. Todas, sem exceção. Nós iremos a fundo na VTCLog até a CPI concluir essa questão”, disse Omar Aziz.

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que não recai sobre Ivanildo qualquer responsabilidade por crime. Senadores também aguardam resposta da Polícia Federal sobre pedido de proteção policial para o motoboy. “Ele não cometeu crime. Ele cumpriu uma ordem”, ressaltou Renan.

Otto Alencar (PSD-BA) afirmou que há informações de que Ivanildo distribuía dinheiro em Brasília, “o que irá comprometer pessoas em todas as áreas”.

Outros nomes

Randolfe Rodrigues sustentou que tornou-se “indispensável” ouvir outros nomes ligados à VTCLog. Segundo ele, também causou espantou o fato de o motoboy, que recebe cerca de R$ 2 mil, ter sido defendido por uma banca de advogados considerada “cara”. De acordo com os senadores, o advogado Alan Diniz Moreira Guedes de Ornelas teria trabalhado na defesa de Fabrício Queiroz e de Adriano da Nóbrega, miliciano morto em fevereiro de 2020.

Senadores também lamentaram a ausência de Andréia Lima. A diretora-presidente da empresa disse estar “à disposição para contribuir com os trabalhos da CPI”, mas apontou que não poderia comparecer nesta terça “devido à agenda prévia de viagem relacionada à logística de distribuição das vacinas”.

O líder do governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), classificou como “politização” o eventual indiciamento de servidores do Ministério da Saúde por corrupção passiva no relatório final da CPI. Para o parlamentar, o suposto pedido de propina feito pelo então diretor de Logística da pasta Roberto Ferreira Dias para a compra da vacina AstraZeneca não pode ser caracterizado como crime.

Marcos Rogério (DEM-RO) e Jorginho Mello (PL-SC) defenderam a apuração da CPI, mas reforçaram que pessoas só devem ser investigadas quando “existirem evidências”.

(com informações da Agência Senado)

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