Novo mamífero da Amazônia é batizado de Sací

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A ciência ampliou novamente o conhecimento sobre a megadiversidade da Amazônia. Uma cientista do Museu Paraense Emilio Goeldi e colegas do Brasil e Estados Unidos acabam de publicar artigo descrevendo uma nova espécie que habita a região. Trata-se de um pequeno marsupial batizado de Monodelphis saci, em homenagem à entidade do folclore brasileiro conhecida por travessuras e por usar um gorro vermelho com poderes mágicos.

O nome “saci”, de acordo com Silvia Pavan, autora líder do estudo, se deve ao visual do animal: a tonalidade avermelhada de sua cabeça se destaca diante da cor amarronzada da pelagem de seu corpo. “Escolhi como epíteto específico o nome ‘saci’, em alusão ao capuz vermelho desse personagem, e também como uma forma de homenagem ao folclore brasileiro”, conta Silvia, pesquisadora do Museu Goeldi.

Representantes do gênero Monodelphis são popularmente conhecidos como catitas (ou cuícas-de-cauda-curta). São da mesma família do gambá – conhecido na Amazônia como mucura – mas bem menores (variam de 7 a 20 centímetros de comprimento). Possuem hábito terrestre a semi-fossorial, o que quer dizer que apresentam algumas adaptações físicas para cavar e realizar atividades no subsolo. Para a espécie em questão, Monodelphis saci, o comprimento do corpo é de cerca de 10 centímetros.

Pesquisa

Não foi por meios mágicos que o Monodelphis saci se escondeu da ciência até hoje, apesar de sua população ser aparentemente numerosa, e sim por ausência de dados tratados sobre o animal.

Em 2008, quando ainda era aluna do Mestrado em Zoologia do Museu Goeldi/Universidade Federal do Pará, a Dra. Silvia Pavan analisou dois exemplares do gênero Monodelphis trazidos de uma coleta na Floresta Nacional do Crepori, Itaituba (PA). Ao estuda-los, a pesquisadora identificou um como pertencente à espécie Monodelphis glirina e o outro pertencente a uma espécie ainda sem nome, por possuir características diferentes de outras já registradas.

Silvia só voltou a investigar a questão mais à frente, durante seu doutorado na City University of New York (EUA). Em publicação de 2014, a pesquisadora confirmou, a partir de dados genéticos, que o agora batizado Monodelphis saci representava mesmo uma espécie ainda não descrita.

Durante seu pós-doutorado no Museu Goeldi, Pavan deu prosseguimento ao estudo morfológico detalhado – descrição aprofundada das estruturas físicas do animal, incluindo seu crânio e dentes – para sacramentar que se tratava de uma espécie diferente das encontradas anteriormente. A recente análise incluiu o exame de exemplares tombados em diversas coleções, boa parte deles na própria coleção de mamíferos (mastozoologia) do Museu Goeldi, e contou com colaboração da Dra. Ana Cristina Mendes, da UFPA.

Fonte: DOL.
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