Novo Progresso está entre os 15 municípios que mais queimaram floresta no país em quatro décadas
Dos cinco municípios que mais queimaram floresta nos últimos 40 anos, três estão localizados no estado do Pará, segundo o MapBiomas (Fotos: Ana Jaguatirica/Arquivo/CENARIUM | Composição: Paulo Dutra/CENARIUM).
Três desses municípios ficam no bioma Amazônia, um está no Pantanal e outro no Cerrado, conforme a “Coleção 4” de mapas de cicatrizes de fogo do Brasil e a primeira edição do Relatório Anual de Fogo (RAF) do MapBiomas, lançada nesta terça-feira, 24, em Brasília.
De uma lista com 15 municípios, sete estão no Cerrado, seis na Amazônia e dois no Pantanal. Corumbá (MS) ocupa o primeiro lugar como o município que mais queimou floresta entre 1985 e 2024, com 3,8 milhões de hectares destruídos.
Na sequência estão os municípios de São Félix do Xingu, Altamira e Cumaru do Norte — todos no Pará — que, juntos, destruíram 6 milhões de hectares de floresta nativa, segundo o MapBiomas Fogo. O quinto maior destruidor é Formosa do Rio Preto, localizado na região do Cerrado da Bahia, com 1.388.520 hectares desmatados.
A capital de Rondônia, Porto Velho, também aparece no ranking, ocupando a sexta posição entre os 15 municípios que mais queimaram floresta no bioma Amazônia, totalizando 1.255.556 hectares. Os estados do Pará e de Mato Grosso têm, cada um, quatro municípios nas estatísticas do MapBiomas com as maiores áreas acumuladas de vegetação queimada desde o início do monitoramento em 1985.
Novo Progresso, Altamira, São Félix do Xingu e Cumaru do Norte, no sul do Pará, fazem parte do chamado Arco do Desmatamento, que inclui municípios prioritários para ações de prevenção e controle de desmatamento e queimadas, especialmente durante o período seco.
Segundo o MapBiomas, os 15 municípios que mais queimaram representam 10% de toda a área queimada no Brasil nos últimos 40 anos. Também aparecem no ranking os municípios de São Desidério (BA), Cocalinho (MT), Balsas (MA), Paranatinga (MT), Cáceres (MT), Alto Parnaíba (MA), Formoso do Araguaia (TO) e Vila Bela da Santíssima Trindade (MT).
2024 bate recorde de área queimada na Amazônia
O ano de 2024 registrou um recorde na área queimada na Amazônia, com 52% do total da área nacional afetada por incêndios — o maior valor da série histórica iniciada em 1985. O bioma teve aproximadamente 15,6 milhões de hectares atingidos, um aumento de 117% em relação à média histórica.
Além da extensão recorde, o ano passado também marcou uma virada nos biomas: pela primeira vez desde 1985, a proporção de fogo sobre vegetação nativa aumentou de 69,5% para 72,7%. Também houve uma mudança no tipo de vegetação primária mais afetada: historicamente, as formações de savana eram as mais impactadas (média anual de 6,3 milhões de hectares), mas em 2024, as formações florestais predominaram, com 7,7 milhões de hectares afetados — um aumento de 287% sobre a média histórica.
Ainda segundo o relatório, um quarto (24%) do território nacional — uma área equivalente à soma dos estados do Pará e Mato Grosso — queimou ao menos uma vez entre 1985 e 2024, afetando 206 milhões de hectares com diferentes intensidades nos seis biomas do país.
Mato Grosso lidera em área queimada
Segundo o MapBiomas, 47% da área queimada ao longo dos 40 anos está concentrada em três estados: Mato Grosso, Pará e Maranhão. Mato Grosso lidera o ranking com 44.981.584 hectares destruídos entre 1985 e 2024. Em seguida aparecem o Pará (31.251.958 hectares), Maranhão (20.422.849 hectares) e Tocantins (19.394.209 hectares), todos localizados na Amazônia.
Entre os 15 estados com maior área acumulada queimada em 40 anos, Rondônia ocupa a 10ª posição (9.946.488 hectares), seguida por Roraima (5.573.070 hectares), Amazonas (4.940.272 hectares) e Acre (2.689.959 hectares). O estado do Amapá aparece em último lugar, com 1.580.120 hectares queimados.
“Os biomas com maior proporção de vegetação nativa afetada pelo fogo entre 1985 e 2024 foram a Caatinga, o Cerrado, o Pampa e o Pantanal, todos com mais de 80% de sua área afetada. Na Amazônia e na Mata Atlântica, o fogo ocorreu principalmente em áreas antropizadas (mais de 55%). Na Amazônia, as pastagens representaram 53,2% da área queimada no período; na Mata Atlântica, 28,9% da área queimada foi pastagem e 11,4% agricultura”, informou o MapBiomas.
Outros biomas
Ainda segundo o MapBiomas Fogo, além da Amazônia e da Mata Atlântica, o Pantanal teve 62% de seu território queimado ao menos uma vez entre 1985 e 2024. Quase todos os incêndios (93%) ocorreram em vegetação nativa, especialmente em formações de campo e áreas alagadas (71%). No ano passado, a área queimada no bioma aumentou 157% em comparação com a média histórica.
O relatório também mostra que três em cada quatro hectares do bioma (72%) queimaram duas ou mais vezes nas últimas quatro décadas. O Pantanal também apresenta a maior prevalência de áreas queimadas com mais de 100 mil hectares (19,6%). Áreas com cicatrizes de fogo entre 500 e 10 mil hectares também se destacam (29,5%), espalhadas por diferentes regiões do bioma.
O ano de 2024 também bateu recorde na Mata Atlântica, com 1,2 milhão de hectares afetados por fogo — 261% acima da média histórica do bioma, de 338,4 mil hectares por ano. Foi a maior área queimada em um único ano desde 1985. O levantamento também mostra que, em 2024, o estado de São Paulo concentrou quatro dos dez municípios com maior proporção de área queimada no Brasil — todos localizados nos arredores de Ribeirão Preto.
No Cerrado, 89,5 milhões de hectares foram queimados durante o período analisado. Juntamente com a Amazônia, que teve 87,5 milhões de hectares queimados, os dois biomas concentraram 86% de toda a área afetada pelo fogo ao menos uma vez no Brasil. Proporcionalmente, como a Amazônia é quase duas vezes maior que o Cerrado, a área queimada ao menos uma vez desde 1985 corresponde a 21% da Amazônia e 45% do Cerrado.
Na Caatinga, 38% do bioma foi afetado ao menos uma vez por incêndios nos últimos 40 anos — um total de 11,15 milhões de hectares queimados. Em 2024, houve uma redução de 16% na área queimada, com 404 mil hectares atingidos, frente à média histórica de 480 mil hectares.
A menor área queimada foi registrada no Pampa, com 495 mil hectares afetados — 3% do bioma. O ano com maior área queimada no período analisado foi 2022, com 36.200 hectares. As áreas mais afetadas por fogo eram pequenas, com menos de 250 hectares. A maioria dos incêndios ocorreu em formações naturais de campo.
Dados do MapBiomas na Amazônia:
-
20,8% do bioma queimou ao menos uma vez desde 1985 (1 em cada 5 hectares);
-
42,4% de toda a área queimada no país ocorreu na Amazônia, tornando-a o segundo bioma com maior área queimada;
-
Nos últimos 40 anos:
-
44,7% das áreas queimadas na Amazônia foram atingidas entre 2013 e 2023;
-
64,6% das ocorrências de fogo na Amazônia foram registradas entre agosto e outubro;
-
47,9% das áreas queimadas têm menos de 500 hectares;
-
-
Em 2024, pela primeira vez desde 1985, a formação florestal (43%) foi a mais afetada pelo fogo na Amazônia, superando as pastagens (33,7%).
Fonte: Jornal Folha do Progresso/Revista Cenarium e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 25/06/2025/16:43:23
O formato de distribuição de notícias do Jornal Folha do Progresso pelo celular mudou. A partir de agora, as notícias chegarão diretamente pelo formato Comunidades, ou pelo canal uma das inovações lançadas pelo WhatsApp. Não é preciso ser assinante para receber o serviço. Assim, o internauta pode ter, na palma da mão, matérias verificadas e com credibilidade. Para passar a receber as notícias do Jornal Folha do Progresso, clique nos links abaixo siga nossas redes sociais:
Apenas os administradores do grupo poderão mandar mensagens e saber quem são os integrantes da comunidade. Dessa forma, evitamos qualquer tipo de interação indevida. Sugestão de pauta enviar no e-mail:folhadoprogresso.jornal@gmail.com.
Envie vídeos, fotos e sugestões de pauta para a redação do JFP (JORNAL FOLHA DO PROGRESSO) Telefones: WhatsApp (93) 98404 6835– (93) 98117 7649.
“Informação publicada é informação pública. Porém, para chegar até você, um grupo de pessoas trabalhou para isso. Seja ético. Copiou? Informe a fonte.”
Publicado por Jornal Folha do Progresso, Fone para contato 93 981177649 (Tim) WhatsApp:-93- 984046835 (Claro) -Site: www.folhadoprogresso.com.br e-mail:folhadoprogresso.jornal@gmail.com/ou e-mail: adeciopiran.blog@gmail.com