Número de internações de idosos por queda aumentou 87% em dez anos no Pará

(Foto:Graça Monteiro (Akira Onuma / O Liberal))-Nesta terça-feira (1º), Dia Mundial do Idoso, representantes da terceira idade comentam o estudo que traça o perfil das internações de idosos vítimas de acidentes por quedas no Estado Pará

Nesta terça-feira, 1º de outubro, é o Dia Mundial do Idoso ou Dia Internacional das Pessoas Idosas. No entanto, não há motivos para comemorar diante do aumento de 87% nas quedas sofridas pela terceira idade nos últimos dez anos no Estado do Pará. De acordo com uma pesquisa de mestrado de enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA), que sistematizou dados referente ao Sistema Único de Saúde (SUS), em 2008, foram registrados 817 casos de internações por quedas com pessoas de 60 anos ou mais no Pará. Em 2018, o número quase dobrou, com 1.534 registros.

Ao todo, nesse período de dez anos, foram 11.121 internações decorrentes das quedas no Pará, uma média de 1.011 internações anuais por quedas. As mulheres idosas foram as que mais sofreram ocorrências, com 53% ante 47% dos homens idosos. Entre as mulheres, o maior número foi na faixa etária entre 80 anos ou mais, com 1.910 casos. Já entre os homens, o maior número foi na faixa etária entre 60 e 64 anos, com 1.448 registros.

Ainda de acordo com o estudo, o maios número de casos ocorreu na Região de Saúde Metropolitana I, que corresponde a Belém, Ananindeua e Marituba, com 3.429 idosos internados por queda. Em segundo lugar, aparece a região do Baixo Amazonas, com 2.770 idosos internados por queda. Dentre os tipos de quedas de idosos nesses dez anos Pará, a chamada W19 (queda sem especificação) representa a maior taxa de internações, com 47.99%.

Estudo

O trabalho, intitulado “Perfil das internações de idosos vítimas de acidentes por quedas no Estado Pará”, é um recorte de uma dissertação que terá números referentes à região Norte e que será defendida ano que vem pelo mestrando de enfermagem Tiago Chagas. O trabalho é desenvolvido em parceria com o acadêmico de enfermagem Antônio Filho, que abordará o tema no trabalho de conclusão de curso dele. Nesta terça-feira, Antônio apresentará os números referentes ao Pará no Seminário de Iniciação Científica (Seminic) da UFPA, no campus Guamá da universidade.

De acordo com o acadêmico, os números de quedas podem ser ainda maiores. “Pode ser muito mais. No entanto, poucos municípios registram os casos na plataforma Datasus, negligenciando os dados”, explicou Antônio. “Esse aumento pode ser contornado com a implementação correta das medidas preventivas que estão presentes na cartilha dos idosos. Além disso, o trabalho em grupo nas unidades de saúde com esses idosos também faz-se eficaz explicando e orientando medidas eficazes de prevenção a quedas”, sugeriu.

Antônio Filho também lembra que a fisiologia e anatomia dos idosos vão ficando cada vez mais fragilizadas com o tempo, e a maioria das quedas causam fraturas de fêmur e quadril, trazendo consigo muitas dificuldades, como perda da capacidade funcional e autonomia ou até mesmo casos que evoluem para óbito. “Infelizmente, a educação em saúde com esses idosos ainda está a passos lentos, acontecendo na maioria das vezes depois que eles já caíram. A prevenção precisa ser trabalhada antes da queda e não depois”, concluiu.

Idosos em Belém comentam o estudo

Para a aposentada Graça Monteiro, de 72 anos, os apontamentos do estudo refletem o medo dela em sofrer acidentes por conta da idade. Ela conta que andar dentro de casa ou na rua se tornou um desafio arriscado há muito tempo. “Já caí muitas vezes. Já bati o braço, a perna. Como tenho artrose na perna, preciso andar com muleta. E já sofri queda grave, fiquei toda ferida. Esse estudo é certo, porque as mulheres caem mais que os homens mesmo”, opinou Graça.

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Raimundo Santos (Akira Onuma / O Liberal)

Já o borracheiro Raimundo Santos, de 71 anos, afirma que nunca caiu durante 40 anos de profissão graças ao cuidado redobrado. “Não sei se as mulheres caem mais que nós [homens]. Só sei que eu nunca caí no trabalho. Nem em casa sofri queda. Tive muito cuidado. E não penso em parar de trabalhar tão cedo. Enquanto tiver força física, seguirei na borracharia”, garantiu Raimundo.

Por:João Thiago Dias

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