Oposição quer usar maioria na Assembleia venezuelana para soltar opositores presos

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CARACAS – Líderes da Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal coalizão de oposição na Venezuela, afirmaram nesta segunda-feira, 7, que pretendem utilizar a maioria que devem conquistar na Assembleia Nacional para libertar opositores presos pelo governo chavista. Eles se comprometeram, no entanto, a não desmantelar as populares políticas de bem-estar criadas pelo governo bolivariano.

De acordo com o último balanço divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a MUD já conquistou 99 vagas na Assembleia – o que garante maioria simples para a coalizão -, ante 46 do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

Secretário-geral da Mesa de Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba
Secretário-geral da Mesa de Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba

“Estivemos divididos durante anos e o país não ganhou nada com esse erro histórico. A MUD não está aqui para destratar ninguém”, afirmou Jesus “Chúo” Torrealba, secretário-geral da coalizão. Reiterando que a aprovação de uma lei de anistia para opositores presos deve ser a prioridade da oposição quando a nova Assembleia tomar posse, em 5 de janeiro, Torrealba prometeu a restituição dos direitos para “os que foram injustamente perseguidos, presos, bloqueados da política ou exilados”.

Já o deputado Julio Borges, líder do partido de oposição Primeiro Justicia, que também faz parte da MUD, afirmou nesta segunda-feira que a vitória dos opositores não resultaria em uma “caça as bruxas” no país nem seria usada como oportunidade para “colocar sal nas feridas que existem na Venezuela”.

“Não pode haver duas Venezuelas, mas sim um país unido e é com essa tarefa que amanhecemos nesta segunda-feira. Estamos assumindo esse triunfo como muita humildade”, disse Borges em entrevista à emissora Televen. Borges disse também que com o início da próxima legislatura, “a democracia será equilibrada” no país.

Para os analistas políticos, o resultado em favor da oposição venezuelana significa uma “mudança gigantesca” na Venezuela. “Isso mostra que pela primeira vez os opositores conseguiram traduzir a frustração pública com o governo em uma vitória eleitoral”, disse Fiona Mackie, analista de América Latina na The Economist Intelligence Unit. “Mas,a acima de tudo, a escala da vitória da MUD pode dar a oposição força reais para tentar alterar o curso das políticas do governo Maduro.”

O mercado internacional também reagiu de forma positiva ao resultado eleitoral venezuelano, com bônus do país em dólar apresentando forte alta com a expectativa de mudanças favoráveis a partir do próximo ano. / REUTERS e EFE

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