Pará e Amapá operam como “portas de saída” do tráfico de drogas na Amazônia, diz Anuário

(Foto: Reprodução) – Fórum de Segurança Pública e institutos de pesquisa apontam que capital do Pará está sob controle de duas facções criminosas.

Os estudos sobre o tráfico de drogas na Região Norte contidos no Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, divulgado na semana passada, apontam que “a porta de entrada de drogas é o Estado do Amazonas e as portas de saída são os Estados do Pará e no Amapá”.

Na Região Norte, incluindo os Estados do Amazonas e Pará, houve aumento de 92% nas apreensões de cocaína, de 5,4 toneladas em 2013 para 10,4 toneladas em 2024, quando a média nacional subiu 72% no mesmo período. As apreensões de maconha cresceram 6.530%, passando de 229 quilos em 2013 para 15,2 toneladas em 2024, enquanto a média nacional dobrou.

A rota do tráfico 

O estudo mostra que após o ingresso em território brasileiro via município de Tabatinga, as cargas ilícitas transitam pelo rio Solimões e, subsequentemente, pelo rio Amazonas, e são ocultadas de diversas formas: dentro de compartimentos ocultos nos grandes barcos, misturadas às cargas, submersas e presas nos cascos das embarcações e até em fundos falsos de canoas usadas pelos indígenas e pescadores. E passam às centenas, todas as horas do dia e todos os dias do ano. A cidade de Manaus, com seu porto estratégico na confluência dos rios Solimões e Negro, serve como um ponto de distribuição e transbordo.

Os principais pontos de escoamento para os mercados nacional e internacional, notadamente o europeu, são os portos de Vila do Conde, localizado próximo a Belém, no Pará, e o Porto de Santana, em Macapá, no Amapá, que são terminais marítimos com acesso ao oceano Atlântico e representam as “portas de saída” da rota.

Cocaína em Barcarena

No início de setembro do ano passado, a Polícia Federal apreendeu 39 quilos de cocaína em um navio ancorado no Porto de Vila do Conde, município de Barcarena, no Pará. A apreensão partiu de fiscalização que havia iniciado pela PF, junto com a Marinha do Brasil e a Receita Federal.  O navio, de transporte de bois, chegou da Europa ao porto e estava aguardando para ser carregado e voltar à Europa quando foram encontrados os primeiros blocos de cocaína escondidos no casco da embarcação. Três horas mais tarde, outros tabletes foram achados. Um inquérito policial foi aberto para apurar a origem e destino da droga e identificar os responsáveis pelo crime.

Os especialistas apontam que a rota do rio Solimões virou eixo estratégico do narcotráfico para transporte de cocaína entre Colômbia-Peru e Europa. Observou-se também aumento de investigações sobre garimpo ilegal, violência e lavagem de dinheiro, indicando convergência de mercados ilícitos financiados pelos lucros do tráfico.

Dados no Pará  

A quantidade de drogas apreendidas pela Polícia Federal no Pará caiu entre 2021 e 2024. No primeiro ano aferido pelo Anuário, em 2021, no Pará foram apreendidas 2,8 toneladas de drogas, já em 2024, esse número é de 876 quilos. Um dado que chama atenção é que em 2022, esse número foi bastante alto, com apreensão de mais de 5 toneladas de drogas.Um número que salta aos olhos vem do Amazonas, e mostra que, em 2024, apenas naquele Estado foram apreendidas mais de 6 toneladas de drogas. Com esse dado, o Pará se mantém na terceira posição em drogas apreendidas, atrás do Amazonas e de Rondônia.

Em 2020, último ano apurado no segmento de apreensão de maconha, o Pará teve 664,46 quilos dessa droga apreendidos, segundo dados das Polícias Federal e Estadual.

Dominação criminosa

Analisando os contextos nacional e regional, o Anuário apurou que um terço dos municípios da Amazônia Legal, ou seja, 260 dos 772, está sob influência de facções criminosas, sendo que o Comando Vermelho domina cerca de 130 municípios e o PCC está crescendo na região.  Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o padrão de atuação das facções se expandiu para crimes ambientais, como desmatamento, garimpo ilegal, contrabando de madeira e tráfico de animais, criando um ciclo chamado de narcoecologia, que é quando o tráfico financia ilícitos ambientais e a lavagem ocorre via recursos de garimpo e madeira.

Um crescimento de 300% se mostra nos relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, nas áreas da Amazônia Legal entre 2016 e 2023, bem acima dos 101,7% da média nacional, o que indica intensificação do acompanhamento financeiro para rastrear a lavagem de ativos.

Operações federais recentes, como a “Operação Linhagem”, em maio de 2025, desarticularam redes criminosas envolvidas em tráfico e lavagem com movimentação estimada de R$ 362 milhões em três anos só no estado do Amazonas. As facções constroem uma “rede” entre narcotráfico, garimpo ilegal e lavagem via empresas de fachada, contaminando legalidade formal com recursos ilícitos.

Esse segmento é apontado em relatórios internacionais que mostram que apenas cerca de um terço das investigações de crime ambiental, como garimpo e extração de madeira, incluem um rastreamento financeiro eficaz, o que enfraquece a capacidade de desmantelar essas redes nacional e internacionalmente.

Quem manda no Estado

O Fórum e outros institutos de pesquisa, como o Mãe Crioula, apontam que na Amazônia Legal são 129 cidades sob o domínio do Comando Vermelho e 28, sob o PCC.  Belém, por exemplo, está sob domínio do Comando Vermelho e do PCC, assim como localidades do sudoeste do Estado. O mapa de ocupação das facções mostra que no Pará, o domínio é do Comando Vermelho.

Papo Reto

•Os números da criminalidade divulgados pelo Anuário de Segurança Pública na última quinta-feira são tão reais quanto uma nota de R$ 3. São subnotificados, por assim dizer.

•Os dados medidos em 2019, por exemplo, favorecem a queda dos índices, mas pecam por uma razão na comparação ao ano anterior.

•Em 2018, a Segurança Pública usou dois instrumentos para medir a violência, além da própria métrica, que foi o do Sistema Público de Saúde.

•É nesse detalhe que se esconde o perigo, como entenderão os bons entendedores.

•”O Brasil não se engajou seriamente nas negociações com os EUA”, reclama um porta-voz da Casa Branca, referindo-se à grave omissão de Lula e sua tentativa de empurrar o “abacaxi” para o vice, Geraldo Alckmin, de quem Trump não admite sequer ouvir o nome.

•Aliás, os governadores Tarcísio de Freitas (foto), Ratinho Jr e Ronaldo Caiado bateram duro em Lula pelo “visível desinteresse” em negociar tarifa com os EUA.

•Caso permaneça o tarifaço de Trump, São Paulo, sozinho, perderá no mínimo 120 mil empregos com a queda da atividade das empresas que dependem de insumos americanos.

•Uma balsa transportando caminhões e postes vinda de Marabá com destino a Itaporanga (AM) naufragou no temido Pedral de Nazaré dos Patos, próximo a Breu Branco, no sudeste do Pará, por imperícia do comandante.

•Fóssil de peixe-pênis com dentes peludos foi encontrado no Grand Canyon, Estados Unidos. As pesquisas concluíram que a região ofereceu as condições ideais para o surgimento de vida complexa há meio bilhão de anos.

 

Fonte: Portal Olavodutra e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 28/07/2025/14:37:52

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