Pará é campeão em registro de doares de medula óssea na região Norte

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Rede solidária facilita a localização de doador e paciente compatíveis para a realização do transplante

Com 116 mil voluntários paraenses, o Pará tem o maior número de doadores da região Norte inscritos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), seguido de Rondônia, com 92 mil e Tocantins, que registra 37 mil doadores. No estado, o responsável por esse cadastramento, desde 2002, é a Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia do Pará (Hemopa). A iniciativa funciona como uma rede solidária para facilitar a localização de doador e paciente compatíveis para a realização do transplante.

A médica hematologista e diretora técnica do Hemopa, Ana Luiza Meireles, conta que se o paciente precisa desse tipo de transplante e não tem algum irmão ou pais compatíveis, é necessário buscar um doador entre não familiares. “O Redome contém os dados pessoais de voluntários, além da informação genética deles, que através de um sistema informatizado é confrontado com os dados genéticos dos receptores, em busca de algum potencial doador compatível”, explica.

O transplante de medula óssea é um tipo de estratégica terapêutica proposta para algumas doenças que afetam as células do sangue, como leucemia e linfomas. Consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula saudável.

Atualmente, o registro está sob coordenação do Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, e tem mais de 4 milhões de doadores cadastrados. O terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo também tem o maior banco com financiamento exclusivamente público. “Segundo o Inca, a chance atual de um paciente encontrar alguém compatível nas análises preliminares cresceu em 64%”, esclarece a médica. Assim, quanto mais pessoas cadastradas, maior a chance de encontrar um doador.

De janeiro a junho deste ano, o hemocentro atendeu a 154 solicitações do Redome, ou seja, foram identificadas 154 pessoas, que se cadastraram pelo Hemopa, como compatíveis com pacientes. Das quais nove destas amostras foram enviadas para os Estados Unidos (Flórida, Califórnia, Nova Iorque), Espanha, França e Uruguai. De acordo com a biomédica da Fundação, Kennie Amazonas, o Registro atua articulado com bancos de sangue internacionais. “Isso possibilita que se faça busca de doadores compatíveis no exterior e que outros países também acessam os bancos de sangue brasileiros. Portanto, a busca por doadores para pacientes brasileiros é realizada simultaneamente no Brasil e no exterior, e vice-versa”, explica.

Apesar das mais de 150 indicações de compatibilidade de doadores paraenses, no primeiro semestre foram realizados dois transplantes de medula óssea em razão da complexidade do procedimento, que leva em consideração outros fatores além da compatibilidade. “Para a realização desse transplante, são necessárias três etapas de exames de histocompatibilidade. A primeira ocorre logo quando um voluntário faz sua inscrição do Redome. A amostra de sangue dele passa por um exame chamado de tipificação (HLA) que identifica as características genéticas de cada indivíduo. Quando é identificada uma possível compatibilidade com um paciente, é realizado um segundo exame e, por fim, a tipagem confirmatória”, ressalta a biomédica.

Também de janeiro a junho de 2017, o Hemopa recebeu 69 novos pacientes com possível indicação para transplante de medula óssea. Em média, todos os anos, esse número é de 95 solicitações. Como é possível identificar, “neste ano o número vai superar a estimativa. Provavelmente porque o fluxo no estado está mais eficiente no encaminhamento para o transplante de medula óssea”.

CADASTRO

Para participar do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) o voluntário deve comparecer ao Hemopa, em Belém ou em um dos hemocentros regionais espalhados pelo estado, e apresentar um documento oficial original com foto. Os interessados devem ter entre 18 e 55 anos, estar em bom estado de saúde e não ter nenhuma doença infecciosa ou incapacitante. O cadastro pode ser feito juntamente com a doação de sangue e será retirada uma pequena amostra do sangue do candidato. É imprescindível que o voluntário mantenha seu o cadastro atualizado.

Fonte: ORMNews.
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