Pará é o 3º estado em casos de leishmaniose visceral

(Foto:Fábio Pozzebom / Agência Brasil)-Leishmaniose visceral é uma doença canina que pode ser transmitida para humanos. O Pará ocupa o terceiro lugar de casos da doença no Brasil. Nos últimos três anos, aponta o Ministério da Saúde, 1.214 pessoas adoeceram. Para cada caso, há pelo menos 200 animais infectados. Para combater o mal, a realização de campanhas é uma das alternativas. Sábado, 10, será o Dia D contra a leishmaniose visceral em todo o país.

A proliferação da doença é reflexo de falta de saneamento básico, desmatamento descontrolado, falta de cuidado com animais domésticos e da elevada população de animais abandonados. Cinco países concentram 90% dos casos de leishmaniose visceral do mundo: Bangladesh, Índia, Nepal, Sudão e Brasil (que registra 90% de todos os casos da América Latina).

No Pará, a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) registrou 583 ocorrências de leishmaniose visceral em 2018 e 179 neste ano. A Sespa registrou ainda, além do tipo visceral, 3.246 casos da variedade tegumentar, em 2018. Neste ano, esse tipo especifico teve 1.806 casos até agora. Há pelo menos oito tipos conhecidos de leishmaniose no Brasil. Mas a visceral é que representa um problema de saúde pública. Quem observa isso é Liliane Carneiro, doutora em ciência com ênfase em leishmaniose e diretora do Centro Nacional de Primatas, do Instituto Evandro Chagas (IEC).

A leishmaniose visceral é causada pelo parasita do gênero Leishmania, da família Trypanosomatidae. É uma doença infecciosa e não contagiosa. A transmissão é feita por um vetor, as fêmeas dos mosquitos flebotomíneos. Popularmente, são conhecidos como mosquito palha, mosquito asa dura ou cangalhinha. Cães costumam ser hospedeiros acidentais do parasita, explica Liliane. Uma vez infectado com o protozoário, nunca mais o hospedeiro estará livre totalmente. Essa é uma das razões para o Ministério da Saúde recomendar a eutanásia dos animais doentes. Os sintomas clínicos da leishmaniose visceral poderão ser controlados com o tratamento. Sem tratamento, 90% dos casos podem levar à morte. Entre 2000 e 2012, a letalidade da doença subiu de 3,1% para 7,1%.

Nos cachorros, muitos sinais da leishmaniose visceral são visíveis, mas também são facilmente confundidos com sintomas de diversas outras doenças. Lesões ulcerativas nas extremidades (patas, focinho, orelhas e cauda), emagrecimento excessivo, aumento exagerado das unhas e queda de pelos são algumas evidências. O protozoário costuma preferir se alojar no fígado e no baço. Isso leva ao aumento exagerado desses órgãos e resulta numa anemia grave e falha nos rins. Como o parasita vai para as vísceras, a doença é chamada de visceral.

Há mais de um ano, destaca Liliane Carneiro, a droga Miltefosina tem estado no mercado para o tratamento da leishmaniose visceral canina. Uma alternativa à necessidade de sacrificar um animal que é um tratamento para a vida toda. Há também uma vacina sendo comercializada, a Leish-Tec. Não garante 100% de proteção, mas ainda é outra forma de proteger o animal. “Vilão é o vetor, o mosquito. O cão não é vilão. Então é preciso combater o mosquito. O poder público precisa diagnosticar os casos em humanos e animais para controle da doença. Precisa monitorar e controlar áreas endêmicas. Meu mentor, Ralph Lainson, que implantou o programa de leishmaniose no IEC, costumava dizer que a erradicação total da doença é uma utopia. São muitas espécies de Leishmania e muitos reservatórios da doença”, explica Liliane.

Por:Redação integrada de O Liberal
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