Para evitar debandada, governo vai reafirmar compromissos com aliados
Para evitar debandada de aliados nesta reta final da votação do pedido de impeachment, o Palácio do Planalto e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começam, a partir desta terça-feira (12), conversas com aliados para reafirmar compromissos de distribuição de ministérios já na próxima semana.
Segundo a reportagem apurou, Lula e o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) estão agendando reuniões com PP, PR e PSD para garantir que os acordos feitos nos bastidores sejam formalizados tão logo a Câmara vote o pedido de impeachment, que deve acontecer neste domingo (17).
O PP deve ganhar o Ministério da Saúde e a presidência da Caixa Econômica Federal. PR tem a promessa de levar mais um ministério de peso e pleiteia o comando do Ministério da Agricultura. PSD vai ter a oferta de uma nova pasta, possivelmente Turismo, para tentar aumentar o número de deputados que votam com o governo.
Além disso, o Planalto espera contar com votos de peemedebistas e, por isto, prometeu que o PMDB seguirá com o comando de alguns dos seis ministérios que hoje já tem no governo.
Teoricamente, os seis ministros do PMDB teriam que deixar os cargos hoje, mas em reunião nesta segunda (11) a maioria teria optado por ficar no governo.
Nos últimos dias, o Planalto recebeu avisos de que os acertos com PP e PSD poderiam ser desfeitos diante de uma ofensiva que o grupo do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) teria feito na direção de cooptar estes partidos para a defesa do impeachment da presidente Dilma.
Daí a decisão de procurar pessoalmente os líderes destas siglas, além do PR, para garantir o apoio.
O governo também está fazendo um trabalho de checagem com partidos que são fiéis ao Palácio para evitar riscos de perda de votos de última hora. Neste sentido, o presidente do PT, Rui Falcão, reuniu-se nesta segunda com a presidente do PC do B, Luciana Santos, para reafirmar os acordos e apoios de toda a bancada do partido a Dilma.
Nas contas mais otimistas, o governo espera ter entre 180 e 190 votos para derrubar o impeachment no plenário da Câmara.
Por Folhapress
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