Pará lança edital para chamada de interessados em concessões florestais para a venda de créditos de carbono

O governador do Pará, Helder Barbalho, lança edital para receber propostas de interessados na concessão de reservas naturais com comercialização de crédito de carbono na abertura do Fórum Mundial de Bioeconomia, realizado em Belém (Foto: Reprodução)

Sediando Fórum Mundial de Bioeconomia, estado cria comitê gestor de política de clima e outras iniciativas sustentáveis

RIO – O governador do Pará, Helder Barbalho, lançou na manhã desta segunda-feira edital com chamada para interessados em assumir concessões florestais no estado para venda de crédito de carbono. Ele assinou ainda os decretos de criação da Unidade de Conservação de São Benedito, do comitê gestor da Política Estadual de Clima e da Estratégia Estadual de Bioeconomia.
Os atos foram realizados na abertura do Fórum Mundial de Bioeconomia, em Belém, capital paraense, em modelo híbrido, também com transmissão pela internet. O evento global reúne empresas, autoridades e interessados na construção de uma bioeconomia circular.

O foco está em debater e promover inovações que contribuam para a substituição de indústrias produtos e serviços de base não renovável por novos de sustentação biológica.

Quer ser carbono zero?Já é possível comprar crédito de projetos na Amazônia para compensar emissões

Barbalho destacou que políticas de baixo carbono funcionam como garantia de direito a populações tradicionais e para o desenvolvimento socioeconômico sustentável baseado na floresta em pé, sendo questões amazônicas do século XXI:

— O plano estadual Amazônia Agora é a principal plataforma de ações para a redução sustentada do desmatamento no Pará. Traz uma visão estratégica de longo prazo para reduzir em no mínimo 37% as emissões de gases de efeito estufa provenientes da conversão de florestas e do uso da terra até 2030. Esperamos ampliar esta meta para 43% de redução até dezembro de 2035.

Os efeitos da mudança climática pelo mundo

Ele sublinhou a importância de ter essa iniciativa centrada na redução da pegada de carbono, fazendo da bioeconomia plataforma para promover desenvolvimento socioeconômico, permitindo ampliar ganhos em emprego e renda, com impacto ainda em áreas como  saúde e educação.

— O compromisso do Pará com o desenvolvimento socioeconômico de baixo carbono traz consigo a mudança de paradigmas de produção com a valorização da economia florestal e promoção da produção sustentável. A bioeconomia possibilita romper o paradigma que contrapõe o desenvolvimento e a conservação ambiental. Representa a possibilidade de um novo modelo produtivo — afirma o governador do Estado.

Primeira edição fora da Finlândia

Esta é a primeira vez que o Fórum é realizado fora de sua cidade de origem, Ruka, na Finlândia. A ponte para chegar ao Pará veio em razão do desenvolvimento de uma estratégia de bioeconomia para o estado, para aumentar o uso sustentável de recursos naturais, melhorar geração e distribuição de renda, reduzir a emissão de gases de efeito estufa e outros.

Meio ambiente:Brasil deve reforçar cooperação com China em temas ligados à sustentabilidade e inovação, recomendam especialistas.

O Plano Estadual Amazônia Agora cobre a estratégia do Pará para a bioeconomia e outros programas em sustentabilidade, e tem como meta zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2036. O governo do Pará tem também dialogado com iniciativas internacionais e firmado compromissos ligados à agenda climática.

— O edital vai permitir o chamamento de empresas interessadas em apresentar estudos de viabilidade técnica, econômica, ambiental e jurídica para a concessão de unidades de conservação para a proteção contra desmatamento, permitindo a futura venda de créditos de carbono gerados com base nesse desmatamento reduzido — explica Raul Protázio Romão, secretário adjunto de Gestão de Recursos Hídricos e Clima do Pará.

É um mecanismo, continua ele, onde a empresa concessionária vai ter de proteger a unidade de conservação. Todo desmatamento evitado será medido e convertido em crédito de carbono a ser comercializado no mercado voluntário. E o produto disso será repartido com o Estado.

Apesar do ineditismo da realização do Fórum pela primeira vez fora da Finlândia e no Brasil, o vice-presidente Hamilton Mourão, que está à frente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, não compareceu à cerimônia. Tendo enviado um vídeo apresentado na abertura.

Mourão sublinhou que, por décadas, o desenvolvimento sustentável da Região Amazônica foi vítima de um impasse entre “pessoas que consideravam a floresta como um obstáculo ao progresso e aquelas que enxergavam a iniciativa privada como inimiga da integridade ambiental”. Mas que o Brasil deixou de ser refém desse “falso dilema entre preservar e desenvolver”.

— A vocação de um país megabiodiverso como o Brasil é investir em um modelo econômico baseado no uso sustentável de recursos naturais — frisou. — Estamos implementando um inovador serviço de remuneração por serviços ambientais, o Floresta Mais, que conta com um capítulo dedicado a bioeconomia, afinal, quem produz de maneira sustentável ajuda a preservar a floresta.

O vice-presidente destacou ainda que o governo vai acelerar a transição rumo a uma economia de baixo carbono com o lançamento de um novo programa de crescimento verde, que deverá ser anunciado nas próximas semanas pelos ministérios da Economia e do Meio Ambiente. Elencou ainda medidas tomadas ao longo dos últimos 20 meses, incluindo empenho em reverter “a tendência de aceleração do desmatamento, além de criar condições para que essa queda aumente nos próximos meses”.

Por fim, ele reforçou que o Brasil está comprometido com o eixo da Cop-26, a cooperação sobre mudança de clima que terá início na Escócia dentro de duas semanas.

Crédito para bioprodutores

Foram citados os arranjos produtivos paraenses já sendo estruturados com bases sustentáveis, em culturas como as  do açaí, do cacau, do dendê e da Castanha do Pará.

Houve ainda na ocasião a assinatura dos primeiros contratos de crédito para produtores que atuam em modelo de bioeconomia no âmbito do programa Banpará-Bio. Eles contarão com recursos vindos de fundo garantidor para a bioeconomia, criado pelo estado do Pará, conta Ramalho, considerado como o primeiro passo para a aplicação inovadora de investimento sustentável.

Estavam presentes ainda na abertura do evento Jukka Kantola, fundador do Fórum Mundial de Bioeconomia; Marcelo Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag); José Carlos Fonseca, diretor executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), que reúne empresas de produtos originários do cultivo de árvores plantadas; Maria Alexandra Moreira Lopes, secretária geral da Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia, além de Antonio Waldez Gós da Silva, governador do Pará, representando o governador do Maranhão, Flávio Dino, pelo Consórcio Interestadual da Amazônia Legal.

Fonte:O GLOBO/Glauce Cavalcanti
18/10/2021 – 13:35 /

Envie vídeos, fotos e sugestões de pauta para a redação do JFP (JORNAL FOLHA DO PROGRESSO) Telefones: WhatsApp (93) 98404 6835- (93) 98117 7649.

“Informação publicada é informação pública. Porém, para chegar até você, um grupo de pessoas trabalhou para isso. Seja ético. Copiou? Informe a fonte.”
Publicado por Jornal Folha do Progresso, Fone para contato 93 981177649 (Tim) WhatsApp:-93- 984046835 (Claro) -Site: www.folhadoprogresso.com.br   e-mail:folhadoprogresso.jornal@gmail.com/ou e-mail: adeciopiran.blog@gmail.com

https://www.folhadoprogresso.com.br/pesquisa-mostra-confianca-da-populacao-mundial-nos-professores-profissao-ficou-em-1o-lugar/