Pará perde Anivaldo Vale, ex-parlamentar e ex-presidente do Banco da Amazônia

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Roberto do Vale  (Foto:/Arquivo O Liberal ) -Sepultamento será nesta quinta-feira (23), às 12h

Anivaldo Vale destacou-se na política e na gestão do Banco da Amazônia
O ex-deputado federal, ex-vice-prefeito de Belém e ex-presidente do Banco da Amazônia, Anivaldo Juvenil Vale, faleceu nesta quarta-feira (23), aos 77 anos. O velório foi programado para a Capela Recanto da Saudade, na rua Domingos Marreiros, 1536. A missa de corpo presente será às 9h e o enterro às 12h.

O filho de Anivaldo Vale, Lúcio Vale, ex-vice-governador do Estado, expressou-se acerca do falecimento do pai por meio de postagem nas redes sociais. “A dor é imensa, mas a sensação de gratidão é ainda maior. Obrigado por todo ensinamento e amor durante a vida. Você partiu desse plano, mas estará sempre em nossas lembranças e no coração de todos que lhe amam. Descansa em paz, pai!”, enfatizou Lúcio Vale.

“Eu trabalhei como chefe de Gabinete da Prefeitura quando Anivaldo Vale foi vice-prefeito de Belém. Ele era uma pessoa que, pela sua sabedoria, deixava a gente à vontade para trabalhar. Eu lamento muito o falecimento dele”, declarou Antônio Bentes Neto. Anivaldo foi vice-prefeito de Belém na gestão de Duciomar Costa.

Anivaldo Vale fez nome no Partido Liberal (PL, antigo PR), sigla que ele ajudou a fortalecer no Pará, inclusive, elegendo 16 prefeitos. Anivaldo atuou por três vezes como deputado federal. Ele estava internado em um hospital particular de Belém.

Foi candidato a prefeito de Belém em 2012 e tinha trânsito nas esferas governamentais: municipal, estadual e federal. Foi candidato a vice-governador do Estado. Atuou como superintendente do Banco do Brasil em quatro estados e foi presidente do Banco da Amazônia.

O governador do Pará, Helder Barbalho, decretou luto de três dias pela morte de Anivaldo Vale.

Atuação

Anivaldo Juvenil Vale nasceu em Ipanema (MG) em 2 de dezembro de 1944.Com segundo grau incompleto, atuou na prefeitura da cidade como porteiro, contínuo, auxiliar de serviço de secretaria e contador. Ainda em 1967, foi trabalhar na agência local do Banco do Brasil como auxiliar de portaria, começo de uma longa carreira na instituição.

Transferido para a Amazônia em 1975, ocupou a gerência de agências do Banco do Brasil em cidades do interior dos estados do Amazonas e do Pará, até 1983, ano em que assumiu o cargo de gerente adjunto de operações em Belém. Exerceu o cargo até 1986, acumulando a partir de 1985 a gerência da agência de Macapá. Participou de cursos entre 1976 e 1984 nas áreas financeira comercial e administrativa, oferecidos pelo Banco do Brasil em Recife, Brasília, Curitiba e Rio de Janeiro.

Foi superintendente regional de operações no Acre (1986-1988), superintendente estadual do Pará e do Amapá (1988-1991) e do Rio de Janeiro (1991-1992). Em 1992, transferiu-se para o Banco da Amazônia,  onde exerceu os cargos de diretor e de presidente, no qual permaneceu até 1994.

Em outubro de 1994 elegeu-se deputado federal pelo Pará, na legenda do Partido Progressista Reformador (PPR), formado em abril de 1993 a partir da fusão do Partido Democrático Social (PDS) com o Partido Democrata Cristão (PDC). Nesta legislatura, integrou as comissões de Agricultura e Política Rural, de Direitos Humanos e de Finanças e Tributação; as comissões especiais que propuseram a concessão e distribuição de gás canalizado e recursos para irrigação da ilha de Marajó.

Em 1995, por ocasião das votações das emendas à Constituição, a serem regulamentadas por lei, manifestou-se favoravelmente ao fim do monopólio estatal das telecomunicações e da exploração de petróleo pela Petrobras; à permissão para as embarcações estrangeiras operarem no transporte de cargas e passageiros entre portos do país; e ao fim das diferenças legais entre empresas brasileiras e estrangeiras.
Basa

Em abril de 1996, como vice-presidente da comissão que analisou a medida provisória de socorro ao Banco do Brasil, propôs incluir um dispositivo que permitiria a injeção de 80 milhões de reais no Banco da Amazônia, alegando o objetivo de assegurar condições financeiras para que este pudesse “continuar desempenhando seu papel de propulsor da economia amazônica”.

Em junho, votou a favor da criação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que substituiu o Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF) — tributo de 0,2% sobre transações bancárias criado como fonte complementar de recursos para a saúde.

Em fevereiro de 1997, foi favorável à emenda da reeleição para presidente, governadores e prefeitos. Em novembro seguinte, pronunciou-se favoravelmente à quebra da estabilidade do servidor público, item da reforma administrativa.

Depois de se transferir para o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), reelegeu-se em outubro de 1998. Em novembro, votou a favor do teto de 1.200 reais para aposentadorias no setor público e do estabelecimento de idade mínima e tempo de contribuição para o setor privado, itens que definiram a reforma da previdência. Integrou as comissões de Amazônia e Desenvolvimento Regional e de Economia, Indústria e Comércio.

Iniciou novo mandato na Câmara dos Deputados em fevereiro de 1999. Nesta legislatura foi vice-líder do PSDB, de 1999 a 2001, e de 2002 a 2003, além de vice-líder do bloco que reuniu sua agremiação e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em 2000.

No pleito de 2002, reelegeu-se deputado federal, na legenda do PSDB, e tomou posse do novo mandato em fevereiro de 2003. Nesta legislatura, foi titular das comissões permanentes de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; da Amazônia e Desenvolvimento Regional; da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento regional; de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; e 1º vice-presidente da Comissão Permanente de Finanças e Tributação.

No pleito de 2006, não candidatou-se a nenhum cargo eletivo, preferindo apoiar a candidatura de seu filho, Lúcio Vale, a deputado federal pelo estado do Pará, na legenda do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Anivaldo Vale deixou a Câmara dos Deputados em fevereiro de 2007, ao término do seu mandato. Ainda neste ano, tranferiu-se do PSDB para o Partido Republicano (PR). Em 2008, integrou a chapa do candidato à reeleição para a prefeitura de Belém, Duciomar Costa, do Partido dos Trabalhadoras (PT), como vice-prefeito. Eleita a chapa de Duciomar, Anivaldo Vale foi empossado no cargo de vice-prefeito em janeiro de 2009.

Casou-se com Ana Dutra Sousa Vale, com quem teve cinco filhos. Dentre eles, destacou-se na vida política Lúcio Dutra Vale, deputado federal pelo estado do Pará na legislatura de 2007 a 2011.

Por:O LIberal

Jornal Folha do Progresso em 24/03/2022/07:37:57

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