Paraenses de escola estadual tiram 980 na redação no Enem

(Foto: Irene Almeida/Diário do Pará) – Três alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professora Albanízia de Oliveira Lima (EEEFM), localizada no bairro do Marco, em Belém, obtiveram 980 na prova da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2019. Além disso, outros 19 estudantes do mesmo colégio tiraram nota 900 ou superior. Ao todo, apenas 53 participantes do Brasil tiveram mil na redação desta edição do Exame – dois deles do Pará.

Os estudantes são Bianka Ferreira, Fernanda Santos e John Lucas Britos, todos de 17 anos. Eles cursam o terceiro ano do ensino médio e buscam uma vaga nos cursos de Odontologia, Direito (Universidade Federal do Pará) e Medicina (Universidade do Estado do Pará), respectivamente.

Fernanda recebeu a nota com surpresa e um sentimento de superação. “Em 2018, fiz o Enem como treineira, e não tive uma experiência boa. Acabei zerando a prova de redação. Mas dessa vez, consegui superar e obter essa nota. Me preparei bastante, mas ainda assim não achei que chegaria a essa pontuação”, conta. Para ela, o resultado positivo se deve a uma série de fatores, mas especialmente a mudança de postura. “Não era uma boa aluna anteriormente, mas me dediquei e consegui um bom resultado, da mesma forma, acredito que outras pessoas também possam conseguir”, opina.

Em busca de uma vaga em Medicina, tradicionalmente conhecido pela alta concorrência no Enem, John Lucas também se surpreendeu com a nota. “Sabia que o ano passado seria difícil por conta da conclusão do ensino médio e do vestibular. Decidi me dedicar ao primeiro e acabei surpreendido com o bom desempenho na redação, resultado de uma regra que procurei seguir durante o ano: ler, escrever e reescrever”, revela.

A mais tímida do trio, Bianka ainda parece não acreditar muito no feito alcançado. “Foi uma surpresa, mas resultado de muito treinamento e prática”, diz.

PROJETO

Os três jovens são alunos da professora de Língua Portuguesa e Redação, Ione Franco, que desenvolve há seis anos o Projeto “Construção e Reconstrução do Texto”, na escola estadual, nas seis turmas de terceiro ano e em duas do segundo ano, todas do ensino médio.

A professora acredita que vários fatores têm contribuído para os bons resultados da escola nas notas do Enem ao longo desses anos, principalmente em redação. “Procuramos fazer um trabalho individual, olhando o aluno um a um. Há muita dedicação e persistência para que eles possam entender todos os passos da construção de um texto”.

Além disso, o projeto procura incentivar outras questões relacionadas ao aluno. “Trabalhamos a autoestima deles, mostramos que têm capacidade de escrever bem, desde que bem acompanhados”, comenta.

Ela ressalta que no projeto desenvolvido na escola é utilizada uma metodologia diferenciada, com resultados que têm dado certo. “Trabalho o essencial e descarto o periférico. Introduzindo-os nas pesquisas sobre temas, através de leituras, inclusive todos os dias de jornais, e estudo de tudo aquilo que permeia o mundo, dando subsídios para falarem sobre todos os assuntos, com o diferencial de trabalharmos um único tema durante um ano e sem atribuir notas às redações produzidas por eles”, detalha a educadora.

Como resultado até agora do trabalho desenvolvido no ano passado, além das três notas 980 na prova de redação do Enem 2019, a escola obteve 142 alunos aprovados, sendo 26 deles com nota mil em redação em faculdades particulares. “Isso tudo é resultado de um trabalho em conjunto, que conta com a parceria fundamental da escola, que me proporciona todo o apoio para desenvolver a metodologia do projeto”, destaca Ione.

O vice-diretor da Albanízia Oliveira, Jorge Theo diz ser fundamental apresentar os bons resultados obtidos pelos alunos, como forma de valorizar também a qualidade do ensino público. “Aqui procuramos sempre incentivar e mostrar os bons resultados obtidos por eles, seja dentro da própria escola, como também em nossas redes sociais. É importante para nós enquanto escola e para eles obterem esse reconhecimento que muitas vezes não conseguem ter nem em casa”.

Voluntários monitoram e incentivam os estudantes

Atualmente o projeto de redação conta com a monitoria de seis estudantes da escola: Samily Andrade, Laís Magalhães, Marceli Pacheco, Lucas Estevam, Mayara Câmara e Fernanda Santos, que por iniciativa própria, decidiram contribuir com a escola e com a professora para incentivar outros estudantes a se dedicarem ao estudo, principalmente de redação.

“A nossa ideia com a monitoria é democratizar o conhecimento. Ajudar na observação de cada caderno e na criação de uma consciência de que todos podem escrever bem, de que todos podem ser um cidadão posicionado, crítico, porque antes de ser um projeto de escrita, esse é um projeto social”, ressalta a estudante e monitora do projeto, Samily Andrade.

Autor: Alexandra Cavalcanti/terça-feira, 21/01/2020, 07:44 – Atualizado em 21/01/2020, 07:51 –
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