Perfil denuncia estudantes que, de forma irregular, entraram por cota em universidades do Pará

Maior número de denúncias é de estudantes da UFPA. Universidade garante que casos estão sendo apurados (Foto:Akira Onuma / O Liberal)

Denúncias de estudantes que ingressaram em instituições públicas de todo o Brasil por meio de cotas, mas de forma irregular, começaram a surgir no Twitter esse ano. No Pará, o perfil @fraudecotapa denuncia, segundo os próprios administradores, “fraudadores de cotas nas Universidades do Pará”.

Criada em maio de 2020, a conta já possui quase 3 mil seguidores e expõe nomes e fotos de diversos alunos que teriam ingressado em instituições de ensino paraense alegando serem cotistas. O perfil, entretanto, expõe dados desses alunos que demonstram que, na verdade, eles não se encaixam nas exigências definidas para que um estudante seja considerado cotista. Até às 10h desta segunda-feira (08), o perfil já havia postado 14 denúncias, sendo nove de estudantes da Universidade Federal do Pará (Ufpa), quatro da Universidade Federal Rural do Pará (Ufra) e uma da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Do total, seis são estudantes do curso de medicina, quatro de medicina veterinária, um de direito, um de engenharia civil, um de engenharia de pesca e um de farmácia.

https://twitter.com/fraudecotapa/status/1269260727107440642

 

Na maioria dos casos, os estudantes teriam se autodeclarado pretos, pardos ou indígenas, mas, na verdade, seriam pessoas brancas. Há ainda um caso de uma aluna que teria se declarado cotista de escola pública, mas seria estudante de uma instituição particular de ensino da capital. Outro caso que chamou atenção foi de uma aluna que teria se autodeclarado pessoa com deficiência por um problema de vista.
UFPA SE PRONUNCIA EM RELAÇÃO ÀS ACUSAÇÕES

A UFPA foi uma das instituições que se pronunciou a respeito das denúncias recebidas. De acordo com a universidade, todos os critérios previstos na legislação vigente são seguidos.

“Face às recentes denúncias de fraude em cotas étnico-raciais em seus processos seletivos, veiculadas em redes sociais na última semana, a Universidade Federal do Pará (UFPA) esclarece que adota os critérios previstos na legislação vigente (Lei 12.711/2012) para a inscrição de candidatos”, garante, ao ressaltar que “está atenta à garantia de políticas afirmativas, não apenas para o ingresso, como também para a permanência e formação de qualidade de seus discentes. Para isso, conta com a atuação da Assessoria de Diversidade de Inclusão Social (ADIS)”.

Ainda de acordo com a instituição, “todos os casos divulgados nas redes sociais, assim como as denúncias que chegam à Instituição serão devidamente apurados e as medidas administrativas cabíveis serão adotadas”.

A UFPA ainda solicita que as denúncias de fraude sejam encaminhadas, por meio de sua ouvidoria, no endereço www.ouvidoria.ufpa.br. “Dessa forma, as informações serão dirigidas diretamente aos setores pertinentes e também será assegurado o direito de defesa aos denunciados”.

Por fim, a instituição afirmou que “repudia s tentativas de fraude do sistema de cotas e reitera o seu compromisso com a transparência e com o processo de inclusão na educação superior pública”.

O documento foi publicado na última sexta-feira (05) e assinado pelo pró-reitor de extensão, no exercício da reitoria, Nelson José de Souza Júnior. Leia na íntegra:

https://twitter.com/UFPA_Oficial/status/1269213871451123712

 

CENTRO ACADÊMICO DE MEDICINA VETERINÁRIA DA UFRA TAMBÉM SE POSICIONOU

O Centro Acadêmico de Medicina Veterinária (CAMVET) da UFRA também se posicionou em face às denúncias de possíveis fraudes das cotas nos processos seletivos.

Em nota, o CAMVET disse que decidiu em reunião que irá “exigir dos setores responsáveis que os casos sejam apurados e investigados para que as medidas cabíveis sejam tomadas”.

Ainda de acordo com o centro acadêmico, “alguns resultados de chamada regular não especificam a modalidade que o candidato foi aprovado, o que poderia caracterizar falta de transparência na divulgação dos resultados de processo seletivo”.

Por fim, o CAMVET afirma que “está preparando documentos solicitando à Pró Reitoria de Ensino para que esses dados sejam atualizados e divulgados no site da Universidade”.

Por: Tainá Cavalcante

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