Pesquisa analisa o acesso e a permanência de indígenas na Ufopa

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Estudo avalia o ingresso dos acadêmicos pelo processo seletivo especial indígena e as políticas que garantem a permanência deles na instituição.

A dissertação da pesquisadora Terezinha Pereira, que teve como tema: “Os indígenas e o ensino superior na Amazônia: realidade e perspectivas da política de ação afirmativa da Ufopa”, defendida em março deste ano, analisou o acesso e a permanência dos alunos indígenas na Universidade Federal do Oeste do Pará durante o período de 2010 a 2015.

Hoje fazem parte do quadro de alunos da instituição, em Santarém, oeste do Pará, mais de 300 indígenas de 18 etnias. “É uma política que fortalece a importância da educação superior para os povos dessa região. O próprio número de etnias presentes na Ufopa ressalta a importância da universidade pensar uma política específica”, afirmou a pesquisadora Terezinha Pereira.

Para a acadêmica de Pedagogia, Fabiana Borari, o processo seletivo especial indígena proporcionou aos índios da região, a oportunidade de sair das aldeias para prosseguir os estudos ingressando no nível superior. “Com a minha entrada na universidade eu pude aprender mais e contribuir para o fortalecimento da cultura do meu povo com o conhecimento cientifico”, relatou.

A pesquisa buscou entender a política de acesso e de permanência dos alunos indígenas que ingressaram na universidade por meio do processo seletivo especial e seu impacto na formação educacional de qualidade para os povos indígenas da região. “O PSE Indígena é importante para a Universidade e para a diversidade de povos desta região, principalmente para os que apresentam mais dificuldades em entrar pelo Enem, aqueles que estão longe dos centros urbanos e que tiveram um processo educacional ainda mais diferenciado. A Universidade tem o compromisso com esses povos, porque poderia ter abolido o PSE, já que tem outra política de acesso, por meio das cotas”, avalia Terezinha Pereira.

Mesmo consolidado, a pesquisadora ressalta a necessidade de uma avaliação geral do processo seletivo especial. “O acesso está praticamente garantido. No entanto, precisamos verificar alguns pontos para deixar essa política mais ajustada. O objetivo em avaliá-lo é trabalhar suas fragilidades e melhorá-lo mais ainda enquanto política institucional da Ufopa”.

A pesquisa identificou também dois pontos indispensáveis para a permanência dos alunos indígenas na instituição: a existência do auxílio financeiro, por meio de bolsas, e a ausência de uma política pedagógica consolidada para trabalhar a questão do aprendizado desses alunos. “Os auxílios financeiros ajudam muito porque muitos alunos vêm de comunidades distantes, moram em casa alugada, trazem a família. Falta uma política pedagógica e metodológica institucionalizada, contínua, para garantir a permanência e o sucesso acadêmico dos indígenas enquanto estiverem na instituição”, finalizou.

Fonte: G1 PA.
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