Pesquisa avalia situação dos municípios paraenses
Alvos são aqueles que têm projetos hidrelétricos ou potencial para tal
Estudo lançado ontem (13) pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa), instituição do Governo do Estado, analisa o bem-estar humano e a situação ambiental em dez municípios que são produtores de energia ou tem potencial hidrelétrico no Estado do Pará. De acordo com a pesquisa, os municípios pesquisados apresentam níveis de sustentabilidade entre intermediário e potencialmente insustentável, o que denota um “desequilíbrio dos indicadores avaliados quanto aos parâmetros aceitáveis de sustentabilidade”, diz o estudo: “Barômetro da Sustentabilidade dos Municípios Produtores de Energia e com Potencial Hidrelétrico do Estado do Pará”.
A pesquisa começou em 2014 e abrange os municípios que são impactados por empreendimentos presentes ou futuros na área hidrelétrica: Almeirim, Altamira, Itaituba, Marabá, Oriximiná, Palestina do Pará, Senador José Porfírio, Trairão, Tucuruí e Vitória do Xingu. A pesquisa ainda terá continuidade e estão previstas também as publicações: “Barômetros dos Municípios Mineradores” e “Barômetros dos Municípios da Região de Integração do Tapajós”. A finalidade delas é ajudar na elaboração de políticas públicas que favoreçam as populações. Para tanto, serão encaminhadas à iniciativa privada, ao poder público e à comunidade.
Diretor-presidente da Fapespa, Eduardo Costa ressalta que projetos em fase de construção ou planejados, por serem de grande envergadura, trazem consigo impactos significativos na geografia regional, envolvendo aspectos migratórios/demográficos, econômicos, urbanos, sociais e ambientais”.
“O planejamento do desenvolvimento regional precisa tornar estes projetos efetivas alavancas do desenvolvimento de seu entorno, por meio de positivos impactos na dinâmica socioeconômica, melhorando principalmente os indicadores sociais”.
Para a diretora de Estudos e Pesquisas Ambientais da Fapespa, Andrea Coelho, o desafio agora é priorizar ações governamentais nos municípios analisados, com a finalidade de alcançar parâmetros aceitáveis de sustentabilidade. “O objetivo é unir as esferas municipal e estadual na articulação de políticas e programas nas áreas mais sensíveis como saúde, educação, segurança e meio ambiente, para otimizar ações para superar desafios”, afirma a diretora.
O estudo destaca também o Pará no contexto do potencial hidrelétrico no País. De acordo com a pesquisa, o crescimento econômico brasileiro está diretamente ligado à necessidade de melhorias na infraestrutura nacional, dentre elas a de energia elétrica, em atendimento ao aumento do consumo e expansão das atividades industriais e de serviços. O país possui um potencial hidrelétrico de 247.242,35 megawatts (MW) com capacidade instalada de 37,27% e potencial instalado de 62,73%.
O Pará se destaca por concentrar 27,29% deste potencial, cerca de 42.325 MW, que deverão ser explorados nas próximas décadas por meio de empreendimentos como a Usina Hidrelétrica (UHE) de Belo Monte,com potencial instalado de 11.233 MW, em fase de construção, além de várias outras previstas, como as que formam o complexo UHE do Tapajós.
Por: O Liberal
Foto: Thiago Queiroz
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