Pesquisa: fósseis de Salinópolis são da formação de Pirabas

Nota técnica informa que neste mês o Museu apresentará resultados de trabalhos na área

Os depósitos fossilíferos recentemente reportados em Salinópolis já são conhecidos pela comunidades científicas paraense e nacional, de acordo com o Núcleo de Paleontologia do Museu Paraense Emílio Goeldi. “Sítios ou depósitos fossilíferos” são esses locais onde estão depositados fósseis de répteis, mamíferos e quelônios. Os fósseis de Salinópolis, segundo os pesquisadores do Goeldi, compõem a unidade chamada Formação Pirabas e têm idade atribuída ao Mioceno Inferior, isto é, com cerca de 24 milhões de anos.

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Os referidos fósseis foram descobertos em 1876 pelo naturalista, então diretor do Museu Paraense, hoje Museu Paraense Emílio Goeldi, Domingos Soares Ferreira Penna, no município de São João de Pirabas, onde está situado o sítio paleontológico. Estes depósitos marinhos afloram principalmente no litoral do nordeste do Pará. “Desde a descoberta inicial dos depósitos fossilíferos da Formação Pirabas, outros depósitos dessa unidade foram registrados em várias outras localidades no estado do Pará. Inúmeras pesquisas vêm sendo desenvolvidas nesses depósitos, resultando em farta documentação acerca dos estudos geológicos e paleontológicos. Tradicionalmente, estes estudos têm sido realizados por pesquisadores vinculados ao Museu Goeldi (MPEG) e à Universidade Federal do Pará (UFPA)”, informou o Núcleo de Paleontologia.

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Ameaça

O patrimônio fossilífero é, segundo os pesquisadores, propriedade da Nação e a proteção desse patrimônio exige a soma de esforços de todos os responsáveis (poder público, comunidade científica e sociedade em geral). “Atualmente, projetos diversos (incluindo os de especulação imobiliária) ameaçam o patrimônio fossilífero no Pará. Tendo em vista a importância e a necessidade de proteção desse legado, os achados fossilíferos devem ser comunicados institucionalmente. Para salvaguardar esses testemunhos da história natural da Amazônia é necessário o comprometimento do Poder Público com a colaboração da comunidade, como preconizado em lei”, esclarecem.

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Resultante de estudos em diversos pontos da Amazônia, o Acervo Paleontológico do Museu Goeldi tem sob sua guarda um número expressivo de fósseis dos depósitos da Formação Pirabas, coletados tanto nos afloramentos de Salinópolis como em outras localidades.

“A Formação Pirabas se destaca, entre outras formações fossilíferas, pela riqueza e variedade de seu conteúdo fossilífero, tanto de vegetais (paleoflora) quanto de animais (paleofauna)”, explica o Núcleo de Paleontologia. As coletas de fósseis já realizadas deram a conhecer um número significativo de espécies animais e vegetais que um dia habitaram essa região.

O conhecimento detalhado dos fósseis da formação e do ambiente em que viveram são elementos fundamentais para a caracterização do antigo ambiente (paleoambiente) da região, ajudando a esclarecer questões acerca da antiga distribuição geográfica das espécies animais e vegetais que aí habitaram, e, desse modo, na compreensão da história evolutiva ocorrida na região norte da América do Sul.

Proteção

Em 2013, as pesquisadoras Heloisa Moraes, do Goeldi, e Sue Anne Costa, do curso de Museologia da UFPA, criaram o grupo de pesquisa Museologia e Paleontologia (MUPA), cadastrado no CNPq sob coordenação da professora doutora Sue Anne Costa. O grupo de pesquisa adota uma abordagem multidisciplinar que integra os estudos paleontológicos aos museológicos, tendo em vista a preservação e conservação dos fósseis e a promoção da educação patrimonial. Outro objetivo importante do Grupo é subsidiar a formulação de políticas públicas de proteção ao patrimônio fóssil e ações compartilhadas com a comunidade local.

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É neste contexto, por exemplo, que alunos do curso museologia da UFPA vêm desenvolvendo atividades de iniciação científica junto ao acervo paleontológico do Museu Goeldi, com trabalhos de preservação e conservação de fósseis, educação patrimonial, e ainda de divulgação do patrimônio fóssil nas escolas de Ensino Fundamental de Belém, além de participarem de eventos de divulgação promovidos pela instituição como “O Museu de Portas Abertas”. Em janeiro, o grupo de pesquisa “Museologia e Paleontologia” apresentará o mais novo resultado de seu trabalho científico em Salinópolis.

Fonte: ORMNews.

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