Pesquisador analisa envolvimento de milícias em onda de homicídios no PA

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Policiais podem estar envolvidos, diz membro da ONG Humans Right Watch.
Para César Muñoz, milícias aproveitam fragilidades para recrutar policiais.

O pesquisador César Muñoz, da ONG “Human Rights Watch” (HRW), analisou o envolvimento de milícias na série homicídios ocorrida nos dias 20 e 21 de janeiro na Grande Belém após a morte do policial militar Rafael Silva, baleado em um tiroteio com suspeitos de assalto. Muñoz acredita na possibilidade de participação de agentes da segurança pública do Pará nas 28 mortes com características de execução registradas no período. Nenhum suspeito de envolvimento com os crimes foi preso.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup), 25 pessoas morreram e 24 ficaram feridas por tiros entre a tarde do dia 20 e a madrugada do dia 21. Do total de feridos, três morreram no hospital, 12 tiveram alta, duas pessoas foram transferidas. Cinco vítimas permanecem internadas, sendo quatro estáveis e uma em estado grave, no Hospital Metropolitano, em Ananindeua, na Grande Belém.

Na sexta-feira (27), a HRW publicou uma matéria repercutindo a onda de homicídios e pediu respostas das autoridades do estado para as mortes. A HRW existe desde 1978 e realiza investigações aprofundadas sobre violações de direitos humanos pelo mundo.

César Muñoz é pesquisador sênior para o Brasil na Divisão das Américas da HRW e dedica atenção especial às questões de segurança pública e direitos humanos. Em entrevista à TV Liberal, o pesquisador afirmou que a situação de fragilidade favorece a participação de policiais em milícias. “Eu acho que as milícias estão aproveitando essa fragilidade da Polícia Militar, esse sentimento de frustração da Polícia Militar para recrutar membros para atividades ilegais”, disse o pesquisador.

Muñoz disse ainda que o caso exige uma resposta rápida das autoridades. “É fundamental que tenha uma investigação exaustiva, de forma imediata, de todas as mortes, inclusive da morte do policial militar Rafael Costa. Todas essas mortes são inaceitáveis. Se não tiver uma investigação efetiva de responsabilização dos culpados, essas mortes vão acontecer de novo”, conclui.

De acordo com a publicação da ONG, as autoridades devem garantir uma investigação imediata, completa e independente sobre as mortes. “Todo homicídio de policiais merece uma resposta rápida e séria, mas execuções como forma de retaliação são completamente inaceitáveis e espalham o terror por comunidades inteiras. Todas essas mortes devem ser minuciosamente investigadas e punidas dentro dos limites da lei”, disse Maria Laura Canineu, diretora do escritório brasileiro da ONG.

Na última quinta-feira (26) houve um ataque à casa de um sobrevivente, no bairro da Pedreira, em Belém. Três pessoas foram atingidas por disparos e a polícia investiga a relação desse caso com a série de execuções. Três das 28 famílias de vítimas já estão recebendo assistência do programa Pro Paz, do Governo do Pará.

O caso despertou a atenção da ONG internacional “Human Rights Watch” (HRW), que publicou uma matéria repercutindo a onda de homicídios ocorrida em Belém e pediu respostas das autoridades do estado para as mortes. A HRW existe desde 1978 e realiza investigações aprofundadas sobre violações de direitos humanos pelo mundo.

A Polícia Civil informou nesta segunda-feira (30) que já começou a ouvir os depoimentos das testemunhas, que estão sendo tomados sob sigilo por uma equipe de oito delegados da Divisão de Homicídios. Vinte inquéritos foram instaurados para investigar as mortes, inclusive, a morte do PM Rafael da Silva.

Ainda de acordo com a Segup, a Polícia Civil continua analisando os laudos periciais de local de crime e imagens de câmera de segurança para tentar identificar os envolvimentos nos crimes, porém, até o momento, nenhum suspeito foi identificado.

Fonte: G1 PA.
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