Pesquisas científicas no Pará são comprometidas após cortes federais

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Universidades têm de priorizar gastos e conviver com quase a metade do orçamento.

O corte federal de verbas para as universidades públicas do país compromete o andamento de pesquisas científicas em todas as áreas do conhecimento no Estado do Pará. Pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) já sentem os prejuízos para o desenvolvimento da ciência na região amazônica que, segundo eles, historicamente sempre foi menos favorecida.

Desde 2013, o corte federal para pesquisa no Brasil foi de 44%. Os bolsistas de Biologia da UFPA, por exemplo, precisam ficar todos reunidos no prédio de um dos programas de pós-graduação, porque não há material para trabalhares no laboratório. Sem recursos no espaço, fica difícil tocar as pesquisas na prática já que itens básicos, como luvas e máscara, estão em falta.

Os sequenciadores, que ajudam na realização do exame de DNA, está quebrado há três anos. A situação frustra a pesquisadora Bárbara Brasil, que está no último ano do doutorado em Biologia. “Cada ano que passa as dificuldades aumentam por causa dos cortes nas verbas”, diz.

Arthur Silva, coordenador do programa de pós-graduação em Genética, recorda do período em que os repasses dos Ministérios da Educação e de Ciência e Tecnologia passavam de um R$ 1 milhão por ano. “Esse volume não ocorre nos últimos quatro anos. Observamos uma decadência ano a ano até chegar em 2017 com zero de investimentos”, lamenta.

Problemas no repasse

A situação é difícil nos 12 campi da UFPA em todo o estado. O orçamento começou a ficar apertado no final de 2014 por causa da crise, mas, além do orçamento reduzido, agora o governo está atrasando os repasses.

Este ano foram transferidos apenas R$ 12 dos R$ 31 milhões de recursos de capital para compra de equipamentos e realização de obras, ou seja, 40% de um orçamento já reduzido. Em 2014 a verba era de 62 milhões de reais.

Já a verba de custeio, que inclui limpeza, segurança e manutenção, caiu 20%. Apenas parte desse recurso, R$ 90 milhões, foi liberado. “Todos os dias temos de selecionar as coisas mais emergenciais e as demais ficam aguardando a disponibilidade de recursos. Nós priorizamos as bolsas para os alunos e as despesas básicas com iluminação, limpeza e segurança”, explica Emmanuel Tourinho, reitor da UFPA, que tem 40 mil alunos de graduação e oito mil de pós-graduação.

Os cortes nos gastos também afetaram instituições como o Instituto Federal do Pará (IFPA). No campus Altamira, o orçamento foi reduzido para menos da metade do previsto para este ano. Atualmente 550 alunos estudam no campus e o planejamento é que esse número dobre no próximo ano, mas a diretoria não sabe como vai manter a instituição depois do anúncio de cortes, explica o diretor do campus Yulle Gustavo.

“Quem acaba pagando a conta disso é a população, que passa a contar com menor número de pesquisadores por número de habitantes, pessoas que ajudam a melhorar a pesquisa e o ensino”, avalia Arthur Silva.

Brasil

Com o corte, as verbas para pesquisa no Brasil foram de R$ 15,6 bilhões para R$ 8,7 bilhões. Segundo o diretor da Academia Brasileira de Ciências Luiz Davidovich, a situação na área da pesquisa brasileira é de calamidade. “Vários laboratórios do Brasil estão tedo de interromper as suas atividades”, diz. “Nós fomos esquartejados”, avalia a representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Helena Nader.

Fonte: G1 PA.
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