Primata encontrado só na Amazônia pode desaparecer

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Descumprimento de leis e urbanização causam mortes. Espécie é encontrada em apenas três municípios do Amazonas; pelo menos 10 morrem por ano

Uma das espécies amazônicas mais raras está entre as mais ameaçadas de extinção. O sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), considerado um animal símbolo da capital amazonense, corre o risco de desaparecer em poucas décadas. Em liberdade, o primata é encontrado apenas em uma área de terra que compreende alguns quilômetros, entre três municípios do Amazonas. Dados apontam que pelo menos 10 deles morrem por ano só na zona urbana de Manaus. Especialistas somam esforços e buscam meios para protegê-lo. “Apenas cumprir a legislação ambiental já seria suficiente”, diz o pesquisador e diretor do projeto Sauim-de-Coleira da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Marcelo Gordo.

O avanço da urbanização sobre as áreas de floresta e um predador natural preocupam ambientalistas, que destacam medidas para tentar salvar o sauim-de-coleira. Eles apontam que as novas construções isolam áreas de floresta e expõem os primatas a riscos como atropelamentos e choques elétricos.

A pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (USP), Mónica Romero Solorio, acredita que é importante frisar para a população que o sauim-de-coleira é exclusivo do Amazonas, não sendo encontrado em nenhuma outra floresta do mundo. “Somente com o envolvimento e a conscientização da população manauara será possível reverter o atual quadro de declínio populacional do sauim. Se isso não acontecer, corremos um sério risco de ver Manaus se tornar a primeira metrópole brasileira a extinguir uma espécie de primata. Pior, extinguir a espécie que é considerada o seu próprio símbolo”, citou a pesquisadora.

Para Marcelo Gordo, apenas o cumprimento do que determina a legislação municipal, estadual e federal já seria suficiente para garantir a sobrevivência da espécie. “A legislação ambiental não é cumprida. Seja pelo poder público, seja pela população. O sauim-de-coleira vive em uma área que compreende Manaus, Itacoatiara e Rio Preto da Eva. Se na capital as áreas verdes dão lugar à ruas e construções, na Zona Rural aparecem novos ramais, sítios e fazendas que acabam degradando boa parte da vegetação original. Isso sem respeitar, muitas vezes, o que é lei. Vemos condomínios, até delegacia e escola em Áreas de Proteção Ambiental. O problema não é só aquela invasão irregular. É preciso mudar a forma de agir, simplesmente cumprir a lei, e respeitar o meio ambiente”, afirma.

De acordo com a Lei nº 605 do ano de 2001, Código Ambiental do Município de Manaus, é considerada infração gravíssima “praticar ações que causem poluição ou degradação  ambiental, em áreas de preservação permanente e Unidades de Conservação”.

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Foto: Arte/G1 AM

Foto: Arte/G1 AM

O contato dos sauins com a fiação elétrica, ruas e animais domésticos – como cães – ocorre com a diminuição das áreas verdes. Manaus possui várias Áreas de Proteção Ambiental (APAs), mas alguns fragmentos de floresta passaram a ficar isolados com o passar dos anos.

“Além de um predador natural, o Sauim-de-mão-dourada – que compete por território –, invasões de terras irregulares, abertura de novas vias para trânsito de veículos e a construção de novas unidades habitacionais e condomínios legalizados impactam diretamente na redução de fragmentos florestais nas zonas urbana e rural de Manaus. Algumas áreas de florestas acabam ilhadas, rodeadas por casas e ruas, sem conexão com outras áreas verdes”, explicou Gordo.

Segundo o analista ambiental do Ibama e veterinário, Diogo Lagroteria, é comum resgatar animais em invasões e áreas desmatadas para construção de condomínios residenciais regularizados, com licença ambiental. “Em um ou dois hectares de floresta em Manaus você consegue encontrar vida. Sauins, preguiças, tamanduás etc. Não se trata de não ter licenciamento para novas construções, mas é preciso haver mudanças planejadas que permitam a continuidade da vida desses animais. É preciso um trabalho integrado e consciente para não gerar a morte de animais”, disse Diogo ao G1.

Além de planejamento para evitar que as principais Áreas de Proteção Ambiental (APAs) fiquem isoladas, membros do Plano Nacional para a Conservação do Sauim-de-Coleira  apontam como medidas necessárias para evitar atropelamentos ou choques elétricos a criação de lombadas em ruas próximas de áreas verdes onde há registros de animais, substituição da rede de fiação por rede subterrânea e trabalhos de conscientização ambiental.

Avanço da urbanização fragmenta áreas de floresta nativa em Manaus  (Foto: Arlesson Sicsú/Semcom)

Avanço da urbanização fragmenta áreas de floresta nativa em Manaus (Foto: Arlesson Sicsú/Semcom)

Dados sobre a espécie

Pesquisadores estimam que há aproximadamente 30 mil sauins-de-coleira na natureza. O primata é estudado há cerca de 14 anos por pesquisadores da Ufam.”Não há levantamento oficial de morte de sauins, mas, pelo menos 10 são registradas por ano apenas nas APAs e ruas de Manaus. Há relatos de atropelamentos também nas rodovias AM-010 e BR-174. Fora os casos de animais mortos por cachorros, casos em invasões e condomínios que não ficamos sabendo”, revelou Diogo.

Foto: Erika Scholoemp/Divulgação

Foto: Erika Scholoemp/Divulgação

Os sauins resgatados com vida são encaminhados ao Projeto Sauim-de-Coleira, da Ufam, Refúgio Sauim Castanheiras, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), ou ao Centro de Triagem de Animais Silvestre (Cetas) do Ibama. Todas estas instituições ficam localizadas em Manaus.

Apenas entre os meses de março a julho deste ano, há registro de sete sauins resgatados. “Todos os sauins da cidade de Manaus estão em situação de risco. Na verdade, esses sete animais foram os que foram parar no Cetas. Imagino que nesse período, um grande número de sauins morreu, porém sem o nosso conhecimento”, contou Diogo.

O veterinário destacou ainda que há filhotes entre os primatas apreendidos. “Desses sete animais, um morreu, o que foi eletrocutado, um foi solto – ele foi eletrocutado e se recuperou -, três filhotes foram enviados para o Zoológico de Bauru e dois estão no Cetas esperando destinação. Esses animais foram reabilitados e após coleta de material, microchipagem e colocação de rádio-colar, foram soltos. Agora estão sendo monitorados para avaliarmos o que está acontecendo com eles. Nesse caso, são os dois animais resgatados da área desmatada”, revelou Diogo.

Diogo Lagroteria e Marcelo Gordo apontam áreas onde há sauins (Foto: Leandro Tapajós/G1 AM)

Diogo Lagroteria e Marcelo Gordo apontam áreas onde há sauins (Foto: Leandro Tapajós/G1 AM)

O zoológico de Bauru, em São Paulo, realiza um trabalho destinado à reprodução de primatas em cativeiro. A instituição trabalha junto ao Plano Nacional de Conservação dos Sauins-de-coleira. Um filhote de sauim nasceu no local este ano.

Para a bióloga Dayse Campista, o sauim-de-coleira ainda é um ‘desconhecido’ para a maioria da população. “A maioria dos brasileiros acha que quem está ameaçado é apenas o mico-leão. Se a gente não fizer nada pelo sauim em um período curto ele vai desaparecer. É preciso fazer um trabalho para conscientizar a importância de salvar esse macaquinho de 800 gramas. Ele está mais ameaçado que o mico-leão-dourado, o ‘primo’ dele. Gosto de falar primo porque assim a população olha com outros olhos, pois o mico-leão-dourado já tem um trabalho de preservação intensificado há pelo menos três décadas e já é conhecido”, disse.

Ações

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) informou que faz parte do Plano Nacional para a Conservação do Sauim-de-coleira e trabalha para a implantação de ações de preservação. Por meio de assessoria de imprensa, citou ainda que desenvolve trabalhos após “anos de inércia”.

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“A Semmas vem agregando instituições, mobilizando os órgãos para que possam desenvolver ações nunca antes feitas, a exemplo da construção de lombadas no Conjunto Acariquara, para reduzir o número de atropelamentos de animais, e a realização de mapeamento dos territórios de fauna para a instalação de sinalização indicativa da presença de animais e viabilização de estudos, junto com o Manaustrans [Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito], para identificação de passagens subterrâneas. Estamos agregando instituições, mobilizando os órgãos municipais, pesquisadores, iniciativa privada e comunidades tradicionais, e indo a campo”, citou comunicado enviado ao G1.

O órgão municipal informou ainda que parte das placas de sinalização que indicam a presença do sauim-de-coleira já foram instaladas em vias da capital.

Campanha de preservação

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) lançou no dia 31 de julho uma campanha de sensibilização que prevê a distribuição de material informativo e disponibiliza telefones para denúncias. Arquivos digitais sobre o tema podem ser baixados no site da instituição (www.sds.am.gov.br) e material informativo impresso é entregue na sede do órgão em Manaus.

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A população pode solicitar resgate ou fazer denúncias via telefone aos órgãos ambientais. As ligações podem feitas para o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas, pelos telefones (92) 2123-6715 e 2123-6729, e para o Batalhão de Policiamento Ambiental, pelo 190 e (92) 3214-8904.

Tráfico

Diferente de parte dos animais que figuram na lista vermelha dos ameaçados, o tráfico não é o principal vilão no caso dos sauins, segundo pesquisadores. De qualquer modo, fiscais do Ibama também têm encontrado sauins em cativeiro.

Sauim-de-coleira está na lista vermelha dos animais ameaçados de extinção (Foto: Diogo Lagroteria/Ibama)

Sauim-de-coleira está na lista vermelha dos animais ameaçados de extinção (Foto: Diogo Lagroteria/Ibama)

“Esse tipo de atividade não era tão comum, mas parece estar se tornando mais corriqueiro. Vale ressaltar que a manutenção de qualquer espécime de animal silvestre em cativeiro sem autorização é crime ambiental. No caso do sauim-de-coleira que é considerado uma espécie ameaçada de extinção, a multa por manter cada sauim em cativeiro, ou mesmo transportar, utilizar, vender, comprar, etc., é de R$ 5 mil, podendo acarretar ainda até 1 ano de prisão para o infrator, além do processo administrativo”, completou relatório do órgão.

Fonte: ORMNews.

Publicado por Folha do Progresso fone para contato  Tel. 3528-1839 Cel. TIM: 93-81171217 e-mail para contato:folhadoprogresso@folhadoprogresso.com.br

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