Professora da UFPA pede lei para “morrer trabalhando”

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Professores da UFPA fizeram um protesto, nas redes sociais, postando fotos lambendo cadeiras, contra o comentário da professora .Márcia Aliverti. |Foto: Reprodução

A fala gerou críticas e protesto irreverente de outros docentes nas redes sociais. A professora bloqueou os comentários em suas redes sociais, após a repercussão do caso.

Um vídeo publicado pela professora de Canto Lírico da Escola de Música da Universidade Federal do Pará (UFPA), Márcia Aliverti, está causando grande repercussão nas redes sociais, após ela afirmar que quer ter o direito de “morrer trabalhando”. O vídeo foi postado no perfil do Facebook da professora, na segunda-feira (13).

O assunto ganhou repercussão, após a Justiça suspender as aulas presenciais na rede particular de ensino na Região Metropolitana de Belém. Na segunda-feira (12), o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Pará (Sinepe) emitiu uma nota sugerindo que as escolas adotassem o modelo de aulas “invertidas”,  onde o professor ministra o conteúdo online, da residência dele, por exemplo, e os alunos assistem às transmissões dentro das salas de aula, acompanhados por uma equipe técnica formada por monitores e outros profissionais.

No vídeo, Márcia Aliverti diz que não quer ficar na casa dela. “Não tenho pendor de ficar em casa, lambendo móvel, vendo a vida passar”. E assim, ela pede para que algum político “faça uma Lei que me permita morrer trabalhando”.

Aliverti finaliza o vídeo dizendo: “Eu quero morrer pelo Brasil! Tem mais alguém assim por aí?”.

A professora bloqueou os comentários em suas redes sociais, após a grande repercussão do caso.

Veja o vídeo

O também professor da UFPA, Fabio Fonseca de Castro, fez uma postagem pública nas suas redes sociais, nesta terça-feira (13), falando sobre o assunto. “Irracionalismo e covardia na universidade no momento em que mais precisamos dela.

Impressionante os recursos que a Academia produz para não sair do mesmo lugar. Está sendo imensa a repercussão da fala desastrada – e desastrosa – da professora Márcia Aliverti, da Escola de Música da Universidade Federal do Pará, solicitando o “direito de morrer trabalhando”. A fala em si mesma é patética, sem substrato, irracionalista e não leva em conta o esforço que todos nós (aparentemente), professores da UFPA, estamos fazendo para garantir pesquisa, ensino e extensão de qualidade nesse momento. Parto do princípio de que a professora estava num momento pessoal delicado e enunciou um juízo de valor sem avaliar as consequências da sua fala a-científica, irresponsável e irracionalista”, diz o texto.

O professor completa dizendo que, tão ruim quanto o comentário da professora Márcia Aliverti, a seu ver, foi a nota emitida pela Escola de Música da UFPA. “Uma nota imensa para não dizer nada. Se não cita a professora, se não refere o que deveria ser referido e não se posiciona, se torna uma nota inútil, que tergiversa na incongruência do que deveria criticar, declara”.

O professor acrescenta ainda que “tem muita gente morrendo – centenas de milhares de brasileiros – e uma imensa parcela da sociedade brasileira está desempregada e esfomeada. Além disso, a ciência está ameaçada pelo negacionismo de Estado”.

Outros professores da UFPA fizeram um protesto nas redes sociais, postando fotos lambendo cadeiras.

professoraProfessores da UFPA fizeram um protesto, nas redes sociais, postando fotos lambendo cadeiras, contra o comentário da professora .Márcia Aliverti. Reprodução

Nas postagens, a maioria dos comentários criticava o posicionamento da professora Márcia Aliverti. “Quer dizer que está ganhando sem trabalhar? Até onde sei todo professor está dando aula remota.

Se o teu problema é morrer pelo Brasil, entrega teu lugar na ufpa e vai dar uma de doida noutro canto, não faça com que as pessoas acabem por acreditar que na universidade pública tenha cabeça vazia.

Esse teu vídeo é um desserviço sem precedentes, partindo de alguém que se diz professora”, “Tem que ceder seu lugar na UTI, também, professora. Quer morrer trabalhando? Trabalhe. Mas não vá sair por aí espalhando vírus para seus colegas e seus alunos. E se quiser morrer, morra, mas não vá ocupar leito no hospital e nem ocupar os trabalhadores de saúde, que já estão muito sobrecarregados”, entre outros comentários.

Por:Diário Online

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