Professora morta pelo marido major é enterrada no Pará

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A professora Sandra Denise Costa Alfonso, 40 anos, morta pelo marido em Salvador, foi enterrada na tarde desta segunda-feira (16), na cidade Bragança, no interior do Pará. De acordo com o irmão da vítima, Claudio Alfonso, a cerimônia aconteceu por volta das 17h no cemitério Campo da Saudade. A família da vítima é de Bragança.

O corpo da professora foi velado no sábado (14) no cemitério do Campo Santo, no bairro da Federação, em Salvador, e foi transportado para o Pará na tarde de domingo (15).

O irmão da vítima preferiu não comentar sobre a relação da professora com o major.

O crime aconteceu na sexta-feira (13) na Escola Municipal Esperança de Viver, no bairro de Castelo Branco, na capital baiana. O major do Corpo de Bombeiros Militares da Bahia, Valdiógenes Almeida Cruz Júnior, 45 anos, marido da vítima, confessou o crime. Ele se apresentou à polícia horas depois de ter matado a mulher e alegou que agiu por ciúmes. Ele foi autuado em flagrante por homicídio qualificado.

O major, que era subcomandante do 3º Grupamento de Bombeiros Militares, que fica no Iguatemi, em Salvador, está preso no Centro de Custódia da Polícia Militar, que fica no Batalhão de Choque da corporação, em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador.

Segundo a polícia, o major e a professora estavam casados há 21 anos e têm uma filha de 14 anos. De acordo com familiares, Sandra e Valdiógenes se conheceram há mais de 20 anos em Belém, quando o militar foi fazer um curso na capital paraense. A vítima se mudou para Salvador por conta da relação amorosa.

Luto na escola

Nesta segunda-feira (16), as aulas permaneciam suspensas na Escola Municipal Esperança de Viver, onde trabalhava a professora Sandra Denise Costa Alfonso, morta pelo marido dentro da unidade de ensino na sexta-feira (13). De acordo com a Secretaria de Educação do Município, ainda não há previsão de quando as atividades serão retomadas no local. Na unidade, estudam 175 alunos, da Educação Infantil e Ensino Fundamental I.

Sandra Denise ingressou na rede municipal em 2007. Ela atuava na escola como vice-diretora no turno matutino e ensinava alunos com necessidades especiais e dificuldade de aprendizagem à tarde.

De acordo com a secretaria, a direção da escola prepara um plano específico para abordar a perda da professora com os alunos e a violência de gênero.

Crime
O major Valdiógenes Almeida Cruz Júnior disse em depoimento à polícia que  cometeu o crime ao descobrir uma suposta traição, depois de visualizar mensagens por meio do Whats App. A informação foi dada ao G1 pelo advogado do major, Sérgio Reis, no domingo (15).

Segundo o advogado, a Justiça já determinou a prisão preventiva do major, que está detido após se entregar no mesmo dia do crime. A defesa pretende pedir a liberdade provisória dele.

Valdiógenes Almeida Cruz já havia alegado em depoimento prestado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na noite de sexta-feira (13), que havia matado a esposa por ciúmes após saber da suposta traição.

De acordo com o advogado do major, para visualizar as mensagens trocadas entre a mulher e o suposto amante, o suspeito usou uma ferramenta que reproduzia o que era enviado para ela. “Hoje existe um programa que você pega um “espelho”, que visualiza as pessoas que você tem contato. Ele viu várias mensagens e a troca de amabilidade entre eles. Ele não conhece a pessoa [suposto amante] pessoalmente”, diz.

Após desconfiar da suposta traição, o major foi até a Escola Municipal Esperança de Viver, no bairro Castelo Branco, em Salvador, onde a professora atuava como vice-diretora.  “Ele descobriu o relacionamento extraconjugal dela por meio do Whats App e foi pedir explicações a ela para ver do que se tratava. Ela teria confirmado o que estava acontecendo e ele perdeu o controle. Ele desconhece quantos disparos fez contra a vítima”, afirmou Reis. A conversa entre os dois aconteceu em uma sala fechada e não foi presenciada por nenhum aluno, segundo o advogado.

O major afirma que está arrependido do crime, de acordo com o defensor. “Ele está completamente arrasado, porque ela era uma pessoa por quem era apaixonado e com quem vivia há 21 anos. Viviam bem e não andavam brigando”, diz.

Sandra e o major em foto postada em uma rede social da professora (Foto: Reprodução/ Facebook)
Sandra e o major em foto postada em uma rede
social da professora (Foto: Reprodução/ Facebook)

Prisão
Segundo a polícia, o major se apresentou no DHPP acompanhado de prepostos da corregedoria dos Bombeiros e advogados.

Ele entregou a arma que usou para matar a mulher, uma pistola ponto 40, de uso pessoal, com oito cartuchos intactos.

De acordo com a Polícia Civil, o corpo da mulher tinha sinais de ferimento nas pernas, clavícula e região da cabeça. A quantidade de tiros que atingiram a vítima só poderá ser confirmada após perícia do Departamento de Polícia Técnica (DPT), para onde a pistola foi encaminhada.

O delegado Marcelo Sansão, que investiga o caso, colheu depoimentos de testemunhas que estavam no local do crime. Todas confirmaram a versão do major, de que ele atirou na mulher quando os dois estavam sozinhos em uma sala da Escola Municipal Esperança de Viver.

G1PA

Publicado por Folha do Progresso fone para contato Cel. TIM: 93-981151332 / (093) WhatsApp (93) 984046835 (Claro) Fixo: 9335281839 *e-mail para contato: folhadoprogresso@folhadoprogresso.com.br

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