Propina para Jader Barbalho foi de até R$ 4,2 milhões.

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O ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, citou mais de 20 políticos na delação premiada, informou ontem à noite, com destaque, o Jornal Nacional, da TV Globo. Em 13 depoimentos, nos primeiros dias de maio, o ex-presidente da Transpetro citou 23 políticos, de seis partidos, que teriam pedido para que ele ajudasse a conseguir dinheiro, junto às empresas que tinham contrato com a Transpetro. Segundo ele, todos receberam propina desviada da Petrobras. Sérgio Machado disse que a prioridade era atender aos pedidos de Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá, José Sarney e Edison Lobão – os políticos responsáveis pela indicação dele à presidência da Transpetro. Eles receberam propina tanto por meio de doações oficiais, quanto em dinheiro vivo, além de pagamentos mensais entre os anos de 2008 e 2014. O senador Jader Barbalho teria recebido R$ 4,2 milhões.

Arte: J. Bosco
Arte: J. Bosco

Nas contas de Machado, Renan Calheiros foi o peemedebista que mais recebeu dinheiro repassado por ele: R$ 32 milhões. Ainda segundo Machado, o presidente do Senado chegou a receber também uma mesada de R$ 300 mil, valor que ainda aumentava em ano de eleição, com doações oficiais. O segundo político que mais recebeu propina de Sérgio Machado, de acordo com o delator, foi o senador e ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão: R$ 24 milhões. Sérgio Machado contou que Lobão afirmou que, na qualidade de ministro, queria receber a maior propina mensal paga aos membros do PMDB. Porque sua pasta era a responsável direta pela Transpetro.
Machado também contou que repassou R$ 21 milhões para o senador Romero Jucá. Para o senador José Sarney, Machado disse ter dado R$ 18 milhões em propina. Os pagamentos a Sarney foram feitos no período de 2006 até julho ou agosto de 2014.

Na delação, Sérgio Machado diz que nem só políticos do PMDB pediam doações para campanhas. Entre os nomes citados na delação estão integrantes do PT e de outros partidos, como o PCdoB. Machado citou nomes como dos deputados federais Luis Sérgio (PT) e Jandira Feghalli (PCdoB). Disse que eles pediam ajuda para a campanha deles, Machado estudava e os chamava novamente, para dizer de onde viriam os recursos.

No caso de Jandira, ele diz que a Queiroz Galvão repassou R$ 100 mil em 2010. Já para Luis Sérgio, foram repassados R$ 200 mil em 2010 e outros R$ 200 mil em 2014. Segundo  Machado, a Queiroz Galvão também repassou R$ 142,4 mil para o deputado Edson Santos, em 2014. Machado também disse ter ajudado os políticos petistas Cândido Vacarezza, Ideli Salvatti e Jorge Bittar.

No depoimento, Machado diz que, embora a palavra propina não fosse dita, esses políticos sabiam que o dinheiro não viria dele, mas de empresas que tinham contratos com a Transpetro.

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo dos documentos.

Segundo Machado, entre os anos de 2003 e 2015, ele repassou  mais de R$ 100 milhões para o PMDB. O presidente em exercício, Michel Temer, foi um dos citados. Machado afirmou que cerca de R$ 1,5 milhão foram repassados, a pedido de Temer, para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo. Ele também afirmou ter repassado R$ 850 mil a pedido do senador Valdir Raupp.

Em nota, o presidente em exercício Michel Temer disse que “em toda sua vida pública, o presidente em exercício Michel Temer sempre respeitou estritamente os limites legais para buscar recursos para campanhas eleitorais. Jamais permitiu arrecadação fora dos ditames da lei, seja para si, para o partido e, muito menos, para outros candidatos que, eventualmente, apoiou em disputas. É absolutamente inverídica a versão de que teria solicitado recursos ilícitos ao ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado – pessoa com quem mantinha relacionamento apenas formal e sem nenhuma proximidade”.

A defesa de Romero Jucá, Edison Lobão e José Sarney, afirmou que os três negam ter recebido qualquer dinheiro e que não faziam parte de nenhum grupo que fizesse esse tipo de contato com Sérgio Machado.

Sérgio Machado disse ainda ter intermediado o pagamento de propina no valor de R$ 250 mil, pela Queiroz Galvão, ao então presidente do PP Francisco Dornelles, durante as eleições de 2010. O valor teria sido destinado ao PP do Rio de Janeiro.

O ex-presidente da Transpetro também revelou um plano político, arquitetado por ele, quando era líder do PSDB no Senado e outras lideranças do partido. O objetivo era eleger muitos deputados na campanha de 1998 e viabilizar a candidatura de Aécio Neves à presidência da Câmara no ano 2000. Disputa que o então deputado mineiro venceu.

Machado contou que a maneira encontrada era ajudar cerca de 50 deputados a se elegerem; e que, para isso, ele prórpio, o ex-senador Teotônio Vilela e Aécio Neves pediram dinheiro à campanha de Fernando Henrique Cardoso à presidência em 1998; eles conseguiram levantar recursos suficientes e decidiram que iriam dar entre R$ 100 mil e R$ 300 mil para cada candidato que queriam eleger.

O senador Aécio Neves afirmou, em nota, que são “acusações falsas e covardes de quem, no afã de apagar seus crimes e conquistar os benefícios de uma delação premiada, não hesita em mentir e caluniar”.
Por: O Liberal
Publicado por Jornal Folha do Progresso, Fone para contato 93 981177649 (Tim) WhatsApp:-93- 984046835 (Claro)   E-mail:folhadoprogresso@folhadoprogresso.com.br

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