Queda no desmatamento é boa notícia, diz especialista

Antônio Fonseca, do Imazon, afirma que o crescimento em 2013 acendeu a luz de alerta
A redução de 24% nos alertas de desmatamento na Amazônia Legal, entre agosto de 2013 e maio deste ano, é considerada uma notícia importante pelos especialistas em meio ambiente. “Passa a mensagem de que o governo não vai tolerar a retomada do crescimento do desmatamento ilegal na Amazônia”, afirma o pesquisador do Imazon, Antonio Fonseca, para o qual a redução no desmatamento, após um ano crítico, é uma boa notícia. A informação foi confirmada na semana passada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), baseado em aferições do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O Deter dá suporte à fiscalização e detectou queda nos desmatamentos em estados como Mato Grosso e Rondônia, que ocupam os dois primeiros lugares no ranking da redução, com o Pará em terceiro. O Pará teve 432 km² de desmatamento, 23% a menos que no ano passado.

Antônio Fonseca lembra que, em 2013, houve aumento na taxa do desmatamento e isso representou um alerta. “A taxa anual de desmatamento estava decrescendo desde 2008, mas tivemos esse aumento no ano passado. Isso sinalizou que há pontos em que o governo precisa atuar de forma mais ativa, como a regularização fundiária e o entorno das obras de infraestrutura, que estão sendo implementadas na região, que têm atraído diversos interesses sobre o uso do solo, muitos deles garantindo a posse da terra por meio da ocupação por desmatamento, para depois tentar a regularização da propriedade. Ibama e os demais órgãos de fiscalização têm atuado de forma intensa nas regiões críticas e isso tem contribuído pra inibir a ação dos desmatadores”, afirma.

O superintendente do Ibama no Pará, Hugo Américo Schaedler, afirma que as fiscalizações foram intensificadas depois da confirmação do aumento na taxa do Prodes, projeto de monitoramento da floresta amazônica brasileira por satélite. “Acreditamos que essas fiscalizações colaboraram para a redução, mas antes mesmo dessa pesquisa ser divulgada tínhamos identificado a diminuição devido às estratégias de fiscalização adotadas pelo Ibama”, acrescenta.

As queimadas também preocupam, segundo Hugo Américo Schaedler. “Especialmente as que não são controladas e se alastram por áreas vizinhas. É importante solicitar autorização e acompanhamento, bem como fazer os aceiros. Queimada sem autorização é crime”, ressalta.

Fonseca lembra que até maio as chuvas são muito intensas na Amazônia, o que inibe queimadas. “Nos próximos meses, a degradação por queimadas ficará mais frequente, boa parte dessas áreas são posteriormente convertidas em desmatamento total”, diz o pesquisador.

Fonte: ORMNews.

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