Quem é Arilton Moura, pastor preso no Pará pela PF suspeito de pedir propina em troca de verbas do MEC
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, com o pastor Arilton Moura em 30/11/2021 — Foto: Luis Fortes/MEC
Pastor já foi secretário de governo no Pará. Após prisão, ele foi levado para central de triagem e passa por audiência de custódia nesta quinta-feira (23).(As informações são do g1 Pará — Belém)
O pastor Arilton Moura Correia, preso no Pará pela operação “Acesso Pago” da Polícia Federal, é diretor do Conselho Político da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) Cristo para Todos.
Após a operação, ele foi levado para uma Central de Triagem em Belém e deve ser ouvido em audiência de custódia nesta quinta-feira (23) na Superintendência da PF no Pará.
Arilton Moura é apontado pelas investigações como “braço direito” do pastor Gilmar Santos e atuava como lobista, acusado de pedir propina a prefeitos para que recursos do Ministério da Educação (MEC) fossem liberados para a construção de escolas.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) informou que o pastor Arilton Moura esteve 35 vezes no Palácio do Planalto entre 2019 e fevereiro deste ano. Na maior parte das vezes, Arilton foi sozinho, mas em dez visitas, o pastor Gilmar Santos entrou no Palácio com ele.
Da direita para esquerda: presidente Jair Bolsonaro; ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro; pastor Gilmar Santos; e pastor Arilton Moura. — Foto: Catarina Chaves / MEC
Polêmica das bíblias
A foto de Arilton foi impressa em uma bíblia que circulou na cidade de Salinópolis, o que virou polêmica em março deste ano.
O ex-ministro de Educação do governo Jair Bolsonaro, Milton Ribeiro, e o pastor Gilmar Santos também tinham fotos nos exemplares distribuídos.
Bíblia personalizada com fotos de Milton Ribeiro e pastores é distribuída durante evento do MEC em Salinópolis, no Pará. — Foto: Reprodução
Segundo as investigações da PF, os pastores são acusados de pedir a prefeitos propina, compra de bíblias e até ouro, em troca da liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
À época das denúncias, a CGADB publicou uma nota, assinada pelo pastor José Wellington Costa Junior, afirmando que os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura “não representam e não têm autorização para falar em nome” da convenção.
“(…) a CGADB repudia as práticas noticiadas na imprensa relativamente à intermediação de verbas públicas junto ao Ministério da Educação”, afirma a nota.
O g1 solicitou nota da Igreja Assembleia de Deus, mas aguardava resposta até a publicação da reportagem.
Foto do pastor Arilton Moura em bíblia distribuída em Salinópolis no Pará. — Foto: Reprodução
Pastor já foi secretário de governo
No Pará, Arilton Moura foi nomeado no dia 4 de junho de 2018 como secretário extraordinário de Estado para Integração de Ações Comunitárias na gestão de Simão Jatene.
A exoneração foi publicada no Diário Oficial do Estado em novembro do mesmo ano.
Operação
Segundo a PF, a investigação iniciou com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), em razão do foro privilegiado de um dos investigados.
Com base em documentos, depoimentos e relatório final da investigação preliminar sumária da Controladoria-Geral da União, reunidos no inquérito policial, foram identificados possíveis indícios de prática criminosa para a liberação das verbas.
Ainda de acordo com a PF, as ordens judiciais foram emitidas pela 15ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal, após declínio de competência à 1ª instância.
O crime de tráfico de influência está previsto no artigo 332 do Código Penal, com pena prevista de 2 a 5 anos de prisão.
São investigados também os crimes de corrupção passiva, prevaricação e advocacia administrativa, todos também previstos no Código Penal.
Relembre o caso
O inquérito foi aberto após o jornal “O Estado de S. Paulo” revelar, em março, a existência de um “gabinete paralelo” dentro do MEC controlado pelos dois pastores. Dias depois, o jornal “Folha de S.Paulo” divulgou um áudio de uma reunião em que Ribeiro afirmou que, a pedido de Bolsonaro, repassava verbas para municípios indicados pelo pastor Gilmar Silva.
Após a revelação do áudio, Ribeiro deixou o comando do Ministério da Educação.
Registros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) apontam dezenas de acessos dos dois pastores a gabinetes do Palácio do Planalto.
Jornal Folha do Progresso em 23/06/2022
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