Ramificação em Novo Progresso- Juiz mantém prisão de quadrilha de assaltantes de carros em Cuiabá

image_pdfimage_print

O juiz Marcos Faleiros, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, intimou os advogados de Vilson Ormeneze, Valdomiro Pinheiro de Jesus, Johnny Souza Lira e Adriana Souza Amorim, para informar que suas respectivas prisões não foram substituídas por outras medidas cautelares, como utilização de tornozeleira eletrônica, por exemplo. Eles são suspeitos de fazer parte da facção criminosa Comando Vermelho, e estariam envolvidos numa quadrilha especializada em roubos de carros e falsificação de documentos.
mt rou carro
Com a decisão proferida no último dia 1º de dezembro,  todos eles continuarão presos. As detenções ocorreram no âmbito da operação “Ares Vermelho”, deflagrada no dia 17 de agosto de 2017 pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (DERRFVA), além da Diretoria de Inteligência. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT), a suposta organização criminosa seria responsável por 60% das ocorrências de “roubos, furtos, receptação e adulteração de veículos” em Cuiabá e Várzea Grande, na região Metropolitana.

“Nos termos da Legislação vigente […] Impulsiono estes autos com a finalidade de intimar os advogados de defesa da decisão que indeferiu os pedidos de revogação da prisão preventiva/substituição por cautelar diversa da prisão/prisão domiciliar formulados por Vilson Ormeneze, Valdomiro Pinheiro de Jesus, Adriana Souza Amorim e Johnny Souza Lira”, diz trecho do despacho.

Marcos Faleiros afirmou em sua decisão que, de um modo geral, os acusados alegaram “condições pessoais” para revogação da prisão – como residência fixa, filhos menores de 12 etc. De acordo com o magistrado, porém, os argumentos das defesas não foram suficientes para a adoção de outras medidas cautelares.

“Como se vê, os segregados alegaram basicamente ausência de autoria e condições pessoais favoráveis para conseguirem a revogação da prisão. No entanto, essas situações não são necessariamente fatos novos a ensejar a revisão da decisão proferida pela Dra. Selma Rosane Santos Arruda por um juiz de primeiro grau, restando intacta, a cláusula rebus sic stantibus, inerente às prisões provisórias”

De acordo com relato dos autos, Vilson Ormeze é acusado de ceder suas contas bancárias para que seu irmão, Edmar Ormeneze – também réu na ação penal -, as utilizasse para “lavar dinheiro” para o Comando Vermelho a partir da movimentação de “elevadas quantias de dinheiro”. Já Valdomiro Pinheiro de Jesus é acusado pela prática de crimes da suposta organização criminosa além de corrupção de menores.

Johnny Lira, outro réu na ação, seria um dos membros que realizavam, de fato, os roubos de carros de veículos, além de sua receptação. “Quanto ao denunciado Johnny Souza Lira […] Seria um dos responsáveis pela prática de vários roubos de veículos automotores e de receptação, inclusive faz menção que os diálogos interceptados permitiram aferir as tratativas de como deveria se dar a colaboração mensal dos integrantes da organização criminosa”, relata a denúncia.

Por fim, Adriana Souza Amorim, além de ser acusada de receptação e corrupção de menores, também responde por tráfico de drogas. Ela era a única dos quatro acusados que cumpria prisão domiciliar em razão de possuir filhos menores de 12 anos. O juiz também negou a revogação de sua detenção.

ARES VERMELHO

No dia 17 de agosto de 2017, a Polícia Judiciária Civil (PJC) deflagrou a operação “Ares Vermelho”, com o objetivo de desbaratar uma organização criminosa, ligada ao Comando Vermelho, que seria responsável por 60% das ocorrências de roubos e receptação de veículos – entre os meses de abril e agosto deste ano -, nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande.

A operação cumpriu 125 ordens judiciais, sendo 51 mandados de prisão preventiva, 12 conduções coercitivas e 62 buscas e apreensão domiciliar, nos Estados de Mato Grosso, Pará, Rondônia e Mato Grosso do Sul.

Também foram apreendidos quatro veículos, 113 tabletes de maconha, armas e munições. Fora do Estado de Mato Grosso, a operação cumpriu cinco mandados de prisão e cinco buscas em Campo Grande, uma condução coercitiva em Novo Progresso, no Pará, cinco prisões preventivas e cinco buscas em Rondônia.

De acordo com a investigação, os criminosos Luciano Mariano da Silva, Robson José Pereira de Aráujo, Edmar Ormeneze, eram os líderes da célula- criminosa especializada na subtração de veículos e suas trocas por drogas objetivavam capitalizar a facção de Mato Grosso. Membros do grupo criminoso com maior habilidade de conversação eram incumbidos de conversar diretamente com as vítimas, escolhidas dentre os anunciantes de veículos na internet (OLX, Webmotors, Usado Fácil e congêneres) e, normalmente, buscam por modelos de veículos de comercialização rápida e fácil.

Em um primeiro momento, o criminoso se passa por interessado na compra do veículo e sem muita conversa promove o fechamento do negócio. Ao mesmo tempo, negocia o mesmo veículo com algum garagista (vendedor de automóveis) por um preço abaixo do mercado, tornando sua proposta muito atrativa. Desta forma, promove uma venda rápida do veículo da vítima ao garagista.

Encerradas as negociações com as duas vítimas do golpe (proprietário do veículo e garagista), o criminoso simula depósito (normalmente envelope vazio) na conta do proprietário do veículo e solicita que este promova o reconhecimento da firma no recibo de compra e venda para o nome do garagista e entregue o veículo na revenda de automóveis. Em contrapartida, o garagista, acreditando que se trata de um negócio verdadeiro, faz depósito em uma conta bancária indicada pelo criminoso e recebe o veículo.
Por FolhaMax/DIEGO FREDERICI
“Informação publicada é informação pública. Porém, para chegar até você, um grupo de pessoas trabalhou para isso. Seja ético. Copiou? Informe a fonte.”
Publicado por Jornal Folha do Progresso, Fone para contato 93 981177649 (Tim) WhatsApp:-93- 984046835 (Claro)   E-mail:folhadoprogresso@folhadoprogresso.com.br

%d blogueiros gostam disto: