Santarém realiza seu primeiro transplante de rim.

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Foto: Divulgação- Paciente de 50 anos recebeu órgão doado pelo irmão. Procedimento foi realizado no Hospital Regional do Baixo Amazonas

Um homem de 50 anos recebeu o rim do irmão de 34 anos durante o primeiro transplante realizado no município de Santarém, oeste paraense. O procedimento foi realizado no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA) na última quinta-feira (3). Agora, Raimundo Soares vai retomar a vida normal, longe das máquinas de hemodiálise que o acompanharam por quase seis anos.

Por conta do tratamento de hemodiálise, a vida do paciente mudou. Raimundo teve que se mudar de Terra Santa, também no oeste paraense, para Santarém. Após o procedimento, ele não escondia a felicidade. ‘O sentimento é de alegria. Agradeço primeiro a Deus e, depois, ao meu irmão, que disse que ia doar e doou o rim para mim. Estou muito feliz com ele. Agora eu pretendo ir para minha terra’, disse.

Feliz com o resultado, o irmão Leandro Soares falou da oportunidade de poder ajudar. ‘Foi um sonho que se tornou realidade. Tenho essa vontade desde a primeira vez que vim visitá-lo. Eu conversei com o médico para ver qual era a possibilidade para ajudar meu irmão. Ele falou que tinha essa possibilidade e eu disse que aceitaria’, lembra. Leandro fez os exames para atestar a compatibilidade e iniciou a caminhada. ‘Hoje eu me sinto muito feliz em poder ter ajudado meu irmão a sair da máquina, assim como toda a minha família está feliz. Para mim isso é muito gratificante’, revela.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O procedimento feito em Raimundo Soares marcou o início dos transplantes no Hospital Regional de Santarém. A unidade de saúde de se preparava para este tipo de cirurgia desde 2014. Até o final do ano, mais dois transplantes já estão previstos. ‘O transplante significa esperança e reascendeu uma luzinha que estava meio apagada nos pacientes. Só pelo fato de termos marcado os transplantes, já percebemos o clima completamente diferente dentro da hemodiálise. Isso deu esperança para os pacientes que estavam fadados a ficarem o resto da vida naquelas máquinas’, diz o nefrologista Emanuel Esposito, responsável técnico pelos transplantes no hospital.

A previsão é de que a unidade realize 24 procedimentos em 2017, com uma média de dois por mês. No início, a equipe médica do HRBA conta com o apoio técnico de especialistas na área de transplantes. ‘O hospital tem plenas condições, com bloco cirúrgico bem estruturado e equipe cirúrgica capacitada, que apenas requer uma adequação a esse novo procedimento. O hospital e a região vão se beneficiar muito com essa cirurgia, que vai dar nova esperança para esses pacientes terem uma vida mais livre, com qualidade’, diz cirurgião Fabian Pires, médico da Santa Casa de Porto Alegre (RS), e que comandou o primeiro transplante da unidade.

Para atingir a meta é necessário que o número de doações de órgãos aumente na região. São necessárias pelo menos seis doações de doadores falecidos para 2017. O hospital está habilitado para realizar captações de doações desde 2012, no entanto, o número de doadores é baixo. Entre janeiro de 2012 e março de 2016, ocorreram 85 notificações de possíveis doadores, mas apenas nove se concretizaram. O principal motivo ainda é a recusa familiar. Em 29 casos, a família não autorizou a doação.

Em 2015, houve 25 notificações, mas nenhuma doação foi realizada. Em 2016, apenas uma captação foi realizada. Desde 2012, o hospital captou apenas 49 órgãos, sendo que foram 16 rins. ‘Só tem transplante se houver doação. É a única forma de tratamento que depende da sociedade. Se eu precisar de uma cirurgia, por exemplo, eu espero e faço. Mas se eu precisar de um transplante, se não houver doação, eu não vou fazer. Temos sempre que lembrar que é uma via de duas mãos. Eu posso estar na mão de ter um familiar que faleceu e doar o órgão ou eu posso estar na mão de ter um filho que precisa do transplante’, alerta o o tutor da equipe de transplante do HRBA, nefrologista Valter Garcia.
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