Sarcopenia e Envelhecimento: Qual o Papel da atividade física?

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(Foto:Reprodução) – As células (fibras) musculares estriadas esqueléticas são altamente especializadas, podendo apresentar uma alta capacidade de adaptação morfológica, resultando, entre outras adaptações, em hipertrofia e hipotrofia muscular (LIMA, 2017). Dos 25 aos 50 anos de idade, a massa muscular perdida é de cerca de 10%. Em idosos, a perda frequentemente se deve à atrofia devida ao desuso, isto é, por uma pronunciada diminuição da prática de atividade física, causando uma mudança no tipo de fibra no sentido rápida para lenta.

O envelhecimento leva à deficiência e progressiva perda de independência dos indivíduos, pois é um processo complexo que está associado à diminuição gradual da função neuromuscular, caracterizado pela diminuição da massa e velocidade de contração muscular e, por conseguinte, da força (DOHERTY, 2003; FULLE et al., 2004).

Vale recordar que a quantidade de força gerada por um grupo de músculos depende do tipo e da quantidade de unidades motoras recrutadas, do comprimento inicial do músculo e da natureza do estímulo neural. Por outro lado, a quantidade de força gerada por uma fibra muscular depende principalmente do número de pontes (ligações) transversas de actina/miosina em contato.

Diante do exposto, onde se promoveu uma síntese de aspectos relacionados ao tecido muscular no envelhecimento, questiona-se: o que é sarcopenia? A sarcopenia pode ser definida como uma alteração musculoesquelética caracterizada pela diminuição de massa muscular associada à idade, configurando a principal causa da redução de força muscular nos idosos (EVANS, 2003). Na sétima e oitava década de vida, essa diminuição é, em média, de 20-40% em homens e mulheres e pode ser bastante elevada, como 30% nos indivíduos com sessenta anos de idade (DOHERTY, 2003). Suas consequências afetam diretamente a funcionalidade e qualidade de vida de muitos idosos, com sérias repercussões sobre os aspectos sociais, econômicos e de saúde (SILVA et al., 2006).

O termo vem do grego sarkos (carne) e penia (deficiência), traduzido vagamente em “deficiência de músculos”, e foi adotado para caracterizar esta síndrome. Doherty (2003) dá ênfase à perda de fibras do músculo esquelético e à diminuição do número de motoneurônios, os quais parecem exercer forte influência nessa alteração morfofuncional. Outros fatores são também apontados pelo autor, como a diminuição da atividade física, alterações hormonais, diminuição da ingestão protéica e calórico total, mediadores inflamatórios e fatores que levam à alteração da síntese protéica. Para maiores interpretações dos fatores envolvidos na gênese da sarcopenia em idosos, o autor elaborou um diagrama
Por meio de ressonância magnética pode-se observar a real diferença de conteúdo muscular na comparação da coxa de um adulto fisicamente ativo aos 21 anos e um idoso sedentário de 63 anos, onde o músculo está diminuído neste último, ao contrário da gordura subcutânea e intramuscular que está aumentada.

Tem sido sugerido que a sarcopenia pode ser desencadeada pelos radicais livres (RL), acumuladas ao longo de uma vida inteira (FULLE et al., 2004). Os RL são formados em todos os tecidos, incluindo fibras musculares e, sobretudo, na cadeia transportadora de elétrons. São criados pela adição de um único elétron para a molécula de oxigênio. Esses elementos são geralmente muito nocivos e resultam em estresse oxidativo, podendo danificar alguns componentes celulares, como o DNA, as proteínas, os lipídios entre outros (CARVALHO-ALVES; MEDEIROS, 2004).

Há bastante discussão em relatórios científicos referente à questão do exercício físico como método para evitar ou pelo menos retardar a sarcopenia. É intrigante, no entanto, o seguinte fato: se, por um lado, parece claro que a atividade física é eficaz na redução da perda de massa muscular, por outro lado, afigura-se que ela aumente a mecânica de dano, a partir do acúmulo de radicais livres como resultado de um aumento do metabolismo aeróbio dos músculos envolvidos.

Embora se relate isto, pesquisadores sugerem que para a ação antioxidante (em defesa contra os RL), os exercícios físicos de baixa intensidade são indicados, respeitando a seguinte regra: realização de três vezes por semana, de 30 minutos seguidos ou quatro vezes por semana, de 20 minutos seguidos, ao ponto do indivíduo atingir uma frequência cardíaca alvo de 60-85% da frequência cardíaca máxima (FCmáx.).

Como forma de prevenção, o treinamento resistido vem se destacando como uma das principais estratégias de prevenção e intervenção dessa mudança na capacidade neuromuscular. Assim, é considerado como uma interferência efetiva no aumento da massa muscular, síntese protéica, conduzindo à melhora da força e das respostas neuromusculares em idosos (NÓBREGA et al., 1999; MAIOR, 2004).

Em remate, considera-se, portanto, a sarcopenia como o resultado da alteração musculoesquelética caracterizada pela diminuição de massa muscular associada à idade, reduzindo a força muscular nos idosos, afetando diretamente a funcionalidade e qualidade de vida dos mesmos. A prática de atividades físicas torna-se, evidentemente, um importante elemento para manter a massa muscular em padrões adequados de modo a evitar, por exemplo, a incidência de quedas nas idades mais avançadas.

Fonte:Assessoria de Imprensa
Prof. Me. Luiz C R Vieira
Curso de Educação Física (bacharelado)
Centro Universitário da Amazônia (UNAMA)
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