Secretaria de Saúde anuncia que novo método de prevenção ao HIV chegará ao Pará

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(Foto Divulgação) – Uma nova estratégia de prevenção a contaminação pelo vírus da Aids será oferecida na rede pública de saúde do Pará, a começar por Belém: a profilaxia pré-exposição, conhecida como PrEP, baseada no uso de medicamentos antirretrovirais (ARV) e com chances de prevenir a infecção pelo HIV em até 90% quando usada de forma correta. O método é indicado para casos específicos dentro de grupos de vulnerabilidade, possui efeitos colaterais e em nenhum momento poderá substituir o uso de preservativos.

O anúncio foi feito pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) durante encontro realizado nesta quinta-feira (21), em Belém, com representantes do Ministério da Saúde, Secretaria de Saúde de Belém, profissionais de saúde e integrantes da Sociedade Civil Organizada.

Conforme agenda do governo federal anunciada em dezembro de 2017, que já previa a distribuição gradativa às cidades com mais casos de HIV/Aids, Belém foi incluída na agenda para recebimento a partir deste segundo semestre de 2018. Assim, a terapia PrEP será enviada pelo Ministério da Saúde para ser distribuída pela Sespa, a princípio, pela Unidade de Referência Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitárias Especiais (Uredipe), mantida pela Sespa em Belém, e no Centro de Atenção à Saúde nas Doenças Infecciosas Adquiridas (Casa Dia), mantido pela Prefeitura de Belém.

PrEP é a sigla para profilaxia pré-exposição, que impede a multiplicação do vírus nas células de defesa do organismo caso haja a contaminação. Dotada de efeitos colaterais, como perda de massa óssea e de peso, a terapia é indicada para casos específicos dentro de grupos de vulnerabilidade, como profissionais do sexo, pessoas transexuais, casais sorodiferentes – quando apenas um deles possui o vírus HIV – e homens que fazem sexo com homens.

Conforme notas técnicas do Ministério da Saúde, a PrEP também está inserida nas terapias de “prevenção combinada”, que ainda agregam testagem regular; profilaxia pós-exposição ao HIV (PEP); teste durante o pré-natal e tratamento da gestante que vive com o vírus; redução de danos para uso de drogas; testagem e tratamento de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) e das hepatites virais; uso de preservativo masculino e feminino, além do tratamento para todas as pessoas.

Segundo o protocolo clínico da PrEP definido e elaborado pelo MS com base no risco de infecção de acordo com as práticas sexuais entre brasileiros, a prevalência do HIV é de 0,4%. Nas populações indicadas para a PrEP, os números se elevam: a prevalência chega a “4,9% entre mulheres profissionais do sexo; 5,9% entre pessoas que usam drogas (exceto álcool e maconha); 10,5% entre gays e HSH; e 31,2% entre pessoas trans”.

A diretora de Vigilância em Saúde da Sespa, Rosiana Nobre, alerta que o medicamento não previne outras infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis, gonorreia, HPV, hepatite B, assim como não evita a gravidez.  “O preservativo continua sendo a principal estratégia de prevenção”, complementou a coordenadora estadual de IST/Aids, Deborah Crespo.

Ela explica que, para ter acesso aos comprimidos, os que pertencem aos grupos indicados e que sentem a necessidade da terapia terão que passar por uma triagem com profissionais da saúde, em que serão analisados alguns critérios, como práticas sexuais, compromisso com a adesão ao medicamento e número de parceiros sexuais. Quem aderir à PrEP receberá um cartão de identificação e terá de passar por acompanhamento médico, com exames regulares de saúde, além de testagens para o HIV a cada três meses, e orientação frequente sobre comportamento sexual seguro.

Até o momento, apenas o Truvada tem cadastro na Anvisa para ser usado na PrEP. De acordo com o Ministério da Saúde, o tratamento com PrEP será gradativamente expandido para todo o país. Além do SUS, o medicamento deve ser comercializado na rede privada.

Cenário do HIV/Aids no Pará

No decorrer do ano passado, 1.381 adultos e 13 crianças foram diagnosticados com o vírus HIV no Pará e iniciaram tratamento pelo SUS no Estado. No mesmo período, outras 537 pessoas manifestaram os sintomas da Aids, composta por um quadro de enfermidades ocasionadas pela perda das células de defesa em decorrência da infecção pelo vírus HIV.

Segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), só nos primeiros quatro meses deste ano, 257 pacientes – dos quais 212 só em Belém – precisaram ser internados para conter o avanço das sequelas da Aids em hospitais de média e alta complexidade. Estes fazem parte do universo de aproximadamente 10 mil pessoas, entre adultos e crianças, que fazem tratamento para HIV/Aids no Pará por meio de uma rede de serviço própria para o trabalho de prevenção e para o monitoramento dos pacientes soropositivos.

Ao todo, estão disponíveis no Pará 74 Centros de Testagens e Acolhimento (CTAs). A ampliação desses serviços depende das gestões municipais e, nesse caso, o governo estadual trabalha como um articulador e um facilitador, além de discutir as estratégias que serão usadas na prevenção da doença, por meio de treinamento de profissionais das unidades municipais que atuarão diretamente com o paciente.

Os mais recentes levantamentos da Coordenação Estadual de IST/Aids, disponíveis na seção “Epidemiologia” na página (http://aids.saude.pa.gov.br/), indicam que, entre 2012 e 2016, 4.690 pessoas desenvolveram Aids no Pará e, no mesmo período, outras 4.393 foram diagnosticadas com HIV, das quais 1.899 gestantes. Em igual espaço de tempo, 2.695 pessoas foram a óbito, das quais 1.802 homens e 866 mulheres. Os municípios que registraram o maior número de mortes foram Belém, Ananindeua, Santarém, Marabá, Paragominas, Bragança, Itaituba, Parauapebas, Redenção e Castanhal. Em relação às faixas etárias que predominam estar com a infecção no Pará, estão a que estão entre 20 e 30 anos; 30 e 40 anos e de 50 a 60 anos.

O mais recente boletim epidemiológico de HIV/Aids emitido pelo Ministério da Saúde, em dezembro do ano passado, mostra o ranking das Unidades da Federação (UF) referente às taxas de detecção de Aids: os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina apresentaram as maiores taxas, com valores de 34,7 e 31,9 casos por cada 100 mil habitantes. Nesse relatório, o Pará configurou em quinto lugar com valor de 25 casos por cada 100 mil habitantes, ocupando o segundo lugar na região Norte, perdendo para o Amazonas.

Onde obter a PrEP:

– CASA DIA

Horário: de segunda a sexta, de 08 às 17 horas

Contatos: 98146-4166 e 98519-8413.

Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, 3816, entre travessas Angustura e Barão do Triunfo. Bairro: Sacrementa, divisa com Barreiro e Telégrafo.

– UREDIPE

Horário: de segunda a sexta-feira, de 08 às 17 horas

Contato: (91) 3233 3535 (Recepção SAE); (91) 3244 4805 – (Recepção CTA) e (91) 3244-5364 (Ouvidoria).

E-mails: uredipe@gmail.com / ouvedipe@yahoo.com.br

Endereço: Travessa Magno de Araújo, Passagem Izabel, s/n, no bairro do Telégrafo, em Belém. Entrada alternativa pela feira do Telégrafo, próximo ao cartório Val-de-Cans, situado na avenida Senador Lemos.
Por ORM
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