Segup diz que vai reforçar policiamento em área de conflito sobre exploração de terras indígenas, em Jacareacanga

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Pequeno grupo de indígenas apoiadores do garimpo ilegal levam motor de barco de associação de mulheres indígenas no Pará. — Foto: Reprodução / MPF

Em Jacareacanga, grupo indígena aliciado por garimpeiros atacaram e roubaram sede de associação contrária à atividade ilegal de garimpeiros nas terras protegidas por lei. MPF pediu reforço policial na área urbana.

Após pedido de atuação policial feito pelo Ministério Público Federal (MPF), a Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup) disse, nesta quarta (21), que vai reforçar o policiamento na região, onde há conflito provocado por garimpeiros e minoria indígena aliciada, segundo MPF, em Jacareacanga, sudoeste do estado. O grupo defende a legalização da exploração de minérios em terras protegidas por lei.

Uma associação de mulheres indígenas contrária à exploração ilegal de minério em terras indígenas foi alvo de sucessivos ataques do referido grupo, aponta o órgão. O local já foi depredado, teve combustível roubado. As ações mais recentes são desta quarta – dois motores de barco foram levados.

Embora os boletins de ocorrência registrados junto às autoridades policiais locais informem que os casos ocorrem em área urbana de Jacareacanga, a Segup afirmou que o conflito é “em área de responsabilidade dos órgãos federais”.

Ainda em nota, a secretaria disse que “está aberta ao diálogo e, considerando o baixo efetivo das forças policiais federais na região, está à disposição do MPF e órgãos federais para definirem em conjunto um plano de trabalho”.

Ofício

O posicionamento de Segup veio um dia após o ofício do MPF, apontando que os ocorridos são em zona urbana, na área do porto da cidade, e não em terra indígena.

No documento, o MPF alerta que nesta Semana dos Povos Indígenas os representantes da maioria Munduruku contrária à mineração ilegal pretendem realizar assembleia extraordinária, e devem voltar nesta quarta-feira (21) à zona urbana de Jacareacanga, para buscar insumos e combustível, e por isso estão vulneráveis a novos ataques.

“Segundo informações já apuradas, tal ataque integra uma série de articulações planejadas pelos invasores da terra indígena, e que seguem em curso, como tentativa de gerar o silenciamento sobre as ilicitudes presenciadas no território, eis que as lideranças já haviam sido avisadas acerca de represálias, se acaso continuassem a combater invasão e exploração da área indígena”, aponta o ofício.

O documento afirma ainda que “permanece em vigor, portanto, um estado de completa insegurança local para os indígenas que não anuem com práticas reconhecidamente ilícitas, os quais têm sofrido forte repressão por parte de grupos organizados de infratores, que se sentem à vontade para incorrer em crimes, sobretudo para promover atos de violência contra membros da etnia Munduruku”.=

No ataque de março, à sede da associação, o grupo pró-garimpo depredou o prédio da Associação Wakoborũn, de uso coletivo com outras organizações indígenas antigarimpo. Foram destruídos documentos, móveis e equipamentos, além de produtos indígenas à venda no local.

De acordo com o MPF, o povo Munduruku vem relatando aumento da invasão garimpeira nas terras indígenas desde o início da década passada, quando foram anunciados vários projetos hidrelétricos na região.

Por G1 PA — Belém

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