Sespa orienta população sobre prevenção a acidentes com animais peçonhentos

(Foto: Reprodução) – Cuidados essenciais nas férias escolares ajudam a evitar ataques de cobras, escorpiões, aranhas e outros animais

As férias de julho estão chegando e a população precisa ficar atenta para evitar acidentes com animais peçonhentos em balneários e na zona rural. A orientação é da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Zoonoses.

“É nesse contato mais próximo com a natureza, seja na praia ou no campo, que ocorrem os acidentes com animais peçonhentos, a maioria deles envolvendo serpentes, aranhas e escorpiões”, diz a coordenadora estadual de Zoonoses, Elke Abreu.

De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), em 2024 o Pará registrou 11.009 acidentes envolvendo animais peçonhentos, entre os quais 5.078 com serpentes, 3.061 com escorpiões, 899 com arraias, 762 com aranhas, 493 com abelhas e 124 com lagartas. Neste ano, até o momento, já são 5.053 acidentes, entre os quais 2.219 com serpentes, 1.471 com escorpiões, 399 com aranhas, 271 com abelhas, 270 com arraias e 95 com lagartas.

Esses dados apontam que, no ano passado, 46,13% acidentes foram com serpentes, 27,8% com escorpiões, 6,92% com aranhas, 4,48% com abelhas, 1,13% com lagartas e 12,83 com outros animais peçonhentos.

Em 2025, até o momento, foram registrados 43,91% acidentes com serpentes, 29,2% com escorpiões, 7,92% com aranhas, 5,36% com abelhas, 1,88% com lagartas e 11,02% envolvendo outros animais peçonhentos.

Serpentes – Elke Abreu ressalta que cerca de 90% dos acidentes com serpentes envolvem a espécie jararaca (Botrops). Foram 4.582 acidentes registrados em 2024, e 1.994 neste ano. Depois, aparece a surucucu, responsável por 73 acidentes em 2024, e 21 neste ano. E, em terceiro lugar, a cascavel, com 28 acidentes em 2024 e 11 neste ano. “Portanto, é preciso muita atenção ao entrar em matas e lugares que estão há muito tempo fechados, como casas de campo e veraneio”, alerta a coordenadora.

Para evitar acidentes com serpentes,ela orienta que as pessoas usem equipamentos de proteção individual (EPIs), como luvas de couro, botas de cano alto e perneira durante trilhas e passeios na mata, nas limpezas de áreas com acúmulo de lixo, limpeza de terrenos e serviços de jardinagem. “Evite andar descalço, pois o uso de botas ou perneiras tem proteção efetiva em 80% dos acidentes”, garante Elke Abreu.

Os cuidados precisam ser redobrados, principalmente próximo a rios e igarapés. “As crianças não devem ficar sozinhas nesses locais, pois em caso de ataque é importante observar as características dos animais para facilitar o atendimento médico e o uso do soro antiofídico”, explica a coordenadora.

Para prevenir acidentes no entorno de casa, ela recomenda manter terrenos limpos e grama aparada próximo à moradia, evitando acúmulo de lixo e restos de construção.
Aranhas e escorpiões – Para evitar picadas de aranhas e escorpiões o correto é observar com atenção o local de trabalho e os caminhos a percorrer. “Se encontrar animais peçonhentos, afaste-se com cuidado, evite assustar ou tocar neles, mesmo que pareçam mortos”, alerta Elke Abreu.

A coordenadora também aconselha a não colocar as mãos desprotegidas em tocas ou buracos na terra, troncos ocos, cupinzeiros e entre espaços em monte de lenha ou pedra, e embaixo de rochas.

Segundo Elke Abreu, em residências fechadas por muito tempo, deve-se abrir portas e janelas para permitir a ventilação, e observar se há muitas teias de aranha ou mofos nas paredes e tetos.

A orientação é inspecionar roupas, calçados, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, panos de chão e tapetes antes de usá-los; afastar camas e berços das paredes e não deixar lençóis ou cobertores encostados no chão. “Ao se trocar móveis de lugar, é importante usar sapatos fechados e luvas grossas”, informa.

Cuidado redobrado – A arraia é um animal peçonhento, cujo veneno não possui antídoto. Os acidentes ocorrem quando a pessoa pisa no animal ao caminhar em rios e mares pouco profundos. A arraia lança sua cauda, crava os espinhos e libera o veneno no pé ou na perna da pessoa.

Segundo Elke Abreu, “é um acidente classificado como perfurocortante, e a vítima precisa ser levada ao hospital para retirada do ferrão e do tecido necrosado. A pessoa também precisa tomar vacina antitetânica e medicamentos para alívio dos sintomas”.

Ações da Sespa – Em 2024, a Coordenação Estadual de Zoonoses, em parceria com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox), capacitou equipes regionais e municipais em epidemiologia, prevenção, controle e investigação das zoonoses de interesse em Saúde Pública, em Acidentes por Animais Peçonhentos e Atendimento Antirrábico Humano no 11° Centro Regional de Saúde (CRS), em Marabá; 12° CRS, em Conceição do Araguaia, e 13° CRS, em Cametá.

Também houve capacitação das equipes médicas regionais e municipais em vigilância, tratamento e controle das zoonoses de interesse em Saúde Pública, durante o Seminário de Sensibilização do Agravo Acidentes por Animais Peçonhentos e Atendimentos Antirrábico, no 1º CRS e 13º CRS.

Este ano, no dia 15 de maio, foi realizada capacitação em acidentes por animais peçonhentos e leptospirose, destinada às equipes médicas dos hospitais relacionados à  COP 30 (conferência mundial sobre mudanças climáticas). O evento contou com a participação de mais de 150 profissionais de saúde.

Notificação e atendimento –  Profissionais de saúde devem notificar todo tipo de acidente causados por animais peçonhentos, mesmo que não seja utilizado tratamento soroterápico, pois esse tipo de acidente é de notificação compulsória.

Na hora do atendimento, os profissionais também podem acionar o Ciatox, para receber orientações sobre os procedimentos adequados e aplicação do soro antiveneno. O Centro funciona por meio de parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) e o Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB).

O que fazer em acidentes com animais peçonhentos:

* Lavar o local da picada com água e sabão, manter a vítima em repouso e procurar atendimento médico imediatamente;
* Não amarrar o membro acidentado e não cortar, sugar ou aplicar qualquer tipo de substância (como pó de café e álcool)no local da picada;
* Não ingerir ou oferecer bebida alcóolica ao acidentado;
* Em acidentes nas extremidades do corpo, como braços, mãos, pernas e pés, retirar acessórios que possam levar à piora do quadro clínico, como anéis, fitas amarradas e calçados apertados;
* Informar ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como tipo, cor e tamanho;
* As vítimas de serpentes, obrigatoriamente, devem tomar soro antiofídico;
* Vítimas de aranhas e escorpiões devem ficar, no mínimo, 12 horas em observação. Caso o quadro se agrave, deve ser feita a soroterapia;
* No caso de acidentes com águas-vivas e caravelas, primeiramente, para alívio da dor inicial, usar compressas geladas ou pacotes fechados de gelo (cold packs) envoltos em panos, e lavar o local com ácido acético (vinagre) sem esfregar a região;
* Remover os tentáculos aderidos à pele com pinça ou lâmina;
* Procurar assistência médica para avaliação clínica do envenenamento e, se necessário, realizar tratamento complementar.

Outras medidas preventivas

* Evitar pendurar roupas fora de armários;
* Limpar regularmente móveis, cortinas, quadros e cantos de parede;
* Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés;
* Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos;
* Limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros junto a muros ou cercas;
* Evitar que plantas trepadeiras encostem-se nas casas, e que folhagens invadam o telhado ou o forro;
* Fazer o controle de roedores e conter insetos, principalmente baratas, que são alimentos para escorpiões e aranhas, e
* Ao amanhecer ou entardecer, evitar se aproximar de vegetação, como gramados ou jardins, pois é nesse momento que serpentes estão em maior atividade.

Fonte: Agência Pará e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 03/07/2025/14:28:35

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