Sojicultor em MT reverte áreas “problemáticas” com pousio e estilosante; média é de 65 sacas por hectare

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Um produtor de Campo Novo do Parecis (470 quilômetros de Sinop) está conseguindo superar os altos custos da produção de soja com uma estratégia aprimorada por ele nos últimos sete anos. Vitório Herklots explicou, ao Só Notícias/Agronotícias, que a técnica consiste em pousio de áreas problemáticas (onde houve surgimento de nematoides, por exemplo) e tratamento com estilosante. “A adoção deste sistema foi para corrigir os pontos com problemas. Eu deixo de trabalhar em determinados talhões por um tempo. Desta forma, eu elimino o que me dá prejuízo”.

Segundo o produtor, a estratégia foi adotada após descobrir que estava “colhendo prejuízos”. Ele explica que nas áreas problemáticas, onde surgiram pragas e doenças, a média colhida não passava de 40 sacas por hectares. “Eu descobri a ‘duras penas’ o potencial do estilosante, que, na época, havia sido lançado para atender exclusivamente a pecuária. Fui lendo materiais a respeito e experimentando. Vale a pena deixar as áreas paradas, pois, se eu trabalhar nelas, vou ter prejuízo ou apenas conseguir pagar as contas. Ao invés de insistir, deixo elas com uma cultura que realmente consegue recuperar. Quando volto a trabalhar, tenho condições de ter lucro”.

Vitório afirma que, a partir da adoção do sistema, conseguiu manter médias mais altas de produtividade. Na atual safra, colheu média de 65 hectares. Em 2014, passou de 70 sacas por hectare. “Este ano ainda tivemos perdas com excesso de chuvas na região. No ano passado, quando houve problemas por falta de chuvas, a gente colheu média de 63 sacas por hectare, bem acima da média do Estado. O sistema contribui porque você considera apenas a área plantada”.

O produtor explica a estratégia. No final da colheita, ele identifica áreas onde a produtividade foi menor em razão de algum problema, como nematoides, por exemplo. A partir de então, delimita o local que ficará parado e aplica o estilosante. A área só receberá um novo plantio duas safras depois. “Nesta safra, coloquei o estilosante em fevereiro em um talhão problemático. Só vou voltar a trabalhar nesta área na safra 2018/19. Muitos dizem que é perda de tempo, mas se estou tendo prejuízo, por qual razão insistir?”, questiona.

Na atual safra, Vitório plantou 2,8 mil hectares. Em contrapartida, deixou cerca de 80 hectares em pousio, onde aplicou estilosante. “Ele fixa nitrogênio e é uma planta na qual os nematoides não se proliferam. É um redutor natural. É sabido que a rotação de cultura tem o poder de ajudar o solo a se recuperar. Se você consegue uma planta que tenha característica de ajudar na recuperação do seu solo, isso só vai somar. Se insiste apenas em soja, você só está plantando prejuízo”.

A estratégia adotada por Vitório deu tão certo que ele foi convidado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) para debater o tema. Ele apresentou o “case de sucesso” na última semana, durante o 4º Simpósio Agroestratégico, realizado em Cuiabá. O resultado ele mostrou em imagens para pesquisadores e produtores: plantas de soja com volumosas raízes. “É o resultado de quando a área volta a produzir. Não é preciso ser nenhum gênio para saber que plantas com raízes deste porte não mais problemas com nematoides”.

Fonte: agronoticiasmt.
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