Stella Thainá se torna a 1ª mulher trans da PM de Pernambuco
No último dia 12 de agosto, de 2.299 policiais militares se formaram em Pernambuco. | (Reprodução/Instagram @pmpeoficial)
Stella Thainá se torna a primeira mulher trans a ingressar na Polícia Militar de Pernambuco, superando desafios e inspirando mudanças.
No Brasil, a garantia pode direitos da comunidade LGBT+ tem se expandido ao longo dos anos com algumas conquistas históricas ocorrendo recentemente e inspirando gerações.
Em 12 de agosto de 2025, a formatura de 2.299 policiais militares em Pernambuco ficou marcada por um momento histórico. Entre os formandos, estava Stella Thainá da Silva, de 27 anos, a primeira mulher trans a ingressar na Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) já com sua identidade de gênero reconhecida.
A conquista representou a realização de um sonho de infância para Stella, que desde pequena dizia querer ser policial. O momento, no entanto, também foi permeado por sentimentos contrastantes. Em entrevista ao Diário de Pernambuco, ela contou que perdeu o pai, Gabriel da Silva, durante as etapas do concurso. Figura fundamental em sua trajetória, ele foi quem a apoiou desde o processo de transição de gênero até a preparação para a carreira militar.
Stella cresceu na comunidade da Várzea, Zona Oeste do Recife, filha da empregada doméstica Ieda Silva. Seu pai biológico a abandonou ainda bebê, e Gabriel assumiu a criação quando ela tinha três anos. Vigilante, pedreiro e motorista por aplicativo, ele sofreu um assalto em 2017 e ficou com sequelas após levar um tiro na cabeça. Apesar das dificuldades, sempre incentivou a filha em suas escolhas. Foi também quem a ajudou a buscar acompanhamento psicológico e tratamento hormonal, iniciado aos 20 anos.
A trajetória até a farda, porém, não foi simples. Editais de concursos anteriores da PMPE chegaram a proibir explicitamente a participação de pessoas trans, com base em classificações médicas da época. A exclusão só foi retirada após questionamentos do Ministério Público, e a Organização Mundial da Saúde deixou de considerar a transexualidade uma doença em 2018. Diante desse histórico, Stella admite que tinha receio de como seria recebida. “A expectativa da dor é sempre pior que a dor. Mas fui muito bem acolhida”, afirma.
Durante os sete meses de curso de formação, Stella se destacou como liderança entre os colegas, assumindo funções em comissões e representações da turma. Hoje, projeta seguir carreira e cursar direito para se tornar oficial da PMPE. Ao mesmo tempo, reconhece o peso simbólico de sua presença na corporação. “Eu sei que represento um pioneirismo que pode inspirar outras pessoas, mas também tenho consciência dos meus privilégios. Tive apoio familiar e acesso a estudo, o que não é a realidade da maioria das pessoas trans”, pondera.
Na formatura, após os ritos militares, Stella chorou e comemorou entre abraços e fotos com familiares e amigos. Para ela, o momento foi a concretização de um caminho cheio de obstáculos. “Foi um êxtase, uma energia muito forte. Um dia que nunca vou esquecer. No fim, deu tudo certo, como meu pai dizia que daria”, concluiu.
Conquistas de pessoas trans no Brasil
Nos últimos anos, pessoas trans no Brasil têm conquistado avanços significativos em diversas áreas, destacando-se principalmente nos campos político, cultural e profissional. Um marco importante foi a eleição de pessoas trans para cargos públicos, como a deputada e ativista Duda Salabert em Minas Gerais, mostrando que a representatividade política trans está crescendo e permitindo que pautas relacionadas à diversidade de gênero ganhem visibilidade no Congresso e nas câmaras municipais.
No esporte e na cultura, artistas e atletas trans também vêm quebrando barreiras históricas. Cantoras, atores e esportistas trans têm conquistado espaço em competições e premiações, inspirando novas gerações e ajudando a desconstruir preconceitos sobre identidade de gênero. Esses avanços são acompanhados de iniciativas em universidades e escolas, onde programas de inclusão e políticas afirmativas têm promovido a educação e a valorização da diversidade.
Além disso, há conquistas importantes na área da saúde e dos direitos legais. A possibilidade de retificação de nome e gênero em documentos oficiais sem burocracia excessiva e o acesso a tratamentos de saúde especializados têm melhorado significativamente a qualidade de vida de pessoas trans. Movimentos sociais e organizações de direitos humanos também contribuem para garantir que essas conquistas se consolidem, fortalecendo a luta por igualdade e respeito em toda a sociedade brasileira.
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