Em gravação, Renan orienta defesa de Delcídio sobre processo no Senado

Em mais uma gravação feita pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, divulgada nesta quinta-feira pelo Jornal Hoje, da TV Globo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) aparece orientando um suposto representante do ex-senador Delcídio do Amaral a respeito do processo por quebra de decoro parlamentar contra o ex-petista no Conselho de Ética do Senado. Em outras gravações, veiculadas ontem pelo Jornal da Globo, Renan aparece ao lado do ex-presidente José Sarney (PMDB) articulando com Machado uma tentativa de influenciar o relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki.

Sérgio Machado entregou os áudios à Procuradoria-Geral da República em seu acordo de delação premiada, homologado ontem por Zavascki.

“O que que ele (Delcídio) tem que fazer… Fazer uma carta, submeter a várias pessoas, fazer uma coisa humilde… Que já pagou um preço pelo que fez, foi preso tantos dias… Família pagou… A mulher pagou…”, orienta Renan a um homem chamado Wandemberg, que responde: “Ele (Delcídio) só vai entregar à comissão, fazer essa carta e vai embora”.

Renan relata a Wandemberg ter conversado com o presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto (PMDB-MA), do grupo político de Sarney, sobre o processo contra Delcídio. O presidente do Senado afirma que Alberto “fica lá ouvindo os caras”, mas que o conselho não tinha elementos para dar prosseguimento à acusação.

Renan pontua, no entanto, que “também é ruim dizer que não vai levar o processo adiante. Então o Conselho de Ética tem que requerer diligências, requisição de peças e enquanto isso não chegar fica lá parado”. O suposto representante de Delcídio diz, então, que “(João Alberto) vai colocar em votação e vai ter uma derrota antecipada”.

Delcídio do Amaral foi cassado no início do mês com 74 votos favoráveis à perda de seu mandato e nenhum voto contrário. A votação do processo contra o ex-petista no plenário do Senado foi apressada graças a uma decisão de Renan, que condicionou a apreciação da cassação do ex-petista pelos senadores à votação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff na Casa.

Pouco antes da votação, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado havia aprovado um requerimento do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) fornecesse à comissão acesso ao aditamento da denúncia apresentada contra Delcídio no STF.

Por meio de nota divulgada nesta quinta-feira, Renan lembra que, em relação a Delcídio, “acelerou o processo de cassação no plenário às vésperas da votação do impeachment”. Sobre a orientação ao representante do ex-senador, Renan afirma que “na fase do Conselho de Ética opinou com um amigo do ex-senador, mas disse que o processo não podia ficar parado, como não ficou”. Após ser cassado, Delcídio acusou Renan de “gangsterismo” e chegou a chamá-lo de “cangaceiro” em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

Outro diálogo com Renan, gravado por Machado em 11 de março e divulgado nesta quinta-feira pelo Jornal Hoje, mostra ambos enfileirando críticas ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, à força-tarefa da Operação Lava Jato e a políticos como o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), o presidente do DEM, senador José Agripino (RN), o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM) e o líder do DEM na Câmara, deputado Pauderney Avelino (AM). Também são citados os senadores José Serra (PSDB-SP) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).

Janot ‘mau-caráter’ – “Agora esse Janot, Renan, é o maior mau-caráter da face da terra”, provocou Sérgio Machado, para em seguida ter a opinião corroborada por Renan: “Mau-caráter! Mau-caráter! E faz tudo que essa força-tarefa (Lava jato) quer”.

“É, ele não manda. E ele é mau-caráter. E ele quer sair como herói. E tem que se encontrar uma fórmula de dar um chega pra lá nessa negociação ampla pra poder segurar esse pessoal (Lava Jato). Eles estão se achando o dono do mundo”, continua Machado, que, diante de uma resposta lacônica de Renan, passa a citar políticos.

Aécio ‘vulnerabilíssimo’ – “E o PSDB pensava que não, mas o Aécio agora sabe. O Aécio, Renan, é o cara mais vulnerável do mundo”, afirma o ex-presidente da Transpetro, que ressalta: “O Aécio é vulnerabilíssimo. Vulnerabilíssimo! Há muito tempo”. Renan responde apenas:”É…”. O PSDB informou ontem que vai processar Machado pelas menções a Aécio.

Os democratas – Sobre o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), Machado afirma que “um cara mais corrupto que aquele não existe”, mas Renan acrescenta: “Mendocinha”, em referência ao apelido pelo qual é conhecido o ministro da Educação do governo interino de Michel Temer (PMDB), deputado Mendonça Filho (DEM-PE).

O senador José Agripino (DEM-RN), segundo Machado, “é outro que pode ser parceiro, não é possível que ele vá fazer maluquice”. Depois de uma série de respostas monossilábicas, Renan diz que “o Zé (Agripino), nós combinamos de botá-lo na roda. Eu disse ao Aécio e ao Serra. Que no próximo encontro que a gente tiver tem que botar o Zé Agripino e o Fernando Bezerra. Eu acho”. “O Zé não tem como não entrar na roda”, completa Machado. Os dois não deixam claro na conversa a que “roda” se referem.

‘Não tem como sobreviver’ – Após crítica de Sérgio Machado a um jornalista que afirmou que o impeachment seria um “processo de salvação” de corruptos, Renan Calheiros lembra que “é a lógica que ela (Dilma) fez o tempo todo”. “Porque, Renan,vou dizer o seguinte: dos políticos do Congresso, se ‘sobrar’ cinco que não fez, é muito. Governador nenhum. Não tem como, Renan”. Embora seu filho, Renan Calheiros Filho (PMDB), seja governador de Alagoas, o presidente do Senado se limita a dizer: “Não tem como sobreviver”.

(da redação)

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Gilmar Mendes suspende coleta de provas em investigação sobre Aécio

Menos de 24 horas depois de autorizar a abertura de um inquérito contra o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes acatou a argumentação da defesa do tucano e suspendeu a fase de colheita de provas sobre o envolvimento de Aécio no esquema de propina ligado a Furnas.

De acordo com informações do ‘Estadão’, Gilmar disse que os advogados de Aécio conseguiram demonstrar que não há elementos novos que justifiquem a instauração de um inquérito, visto que os detalhes que constam na delação do ex-senador Delcídio Amaral (sem partido – MS) já eram de conhecimento da Procuradoria-Geral da República.

“A petição do parlamentar pode demonstrar que a retomada das investigações ocorreu sem que haja novas provas, em violação ao art. 18 do CPP e à Súmula 524 do STF”, afirma o ministro.

O ministro também determinou o retorno dos autos ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, “para que, à vista da documentação, requeira o que entender de direito”.

Ainda segundo a publicação, o envolvimento de Aécio no esquema de Furnas havia sido mencionado anteriormente pelo doleiro Alberto Youssef em delação premiada. Mas, à época, a menção ao tucano foi arquivada a pedido de Janot, que considerou que as informações do delator eram insuficientes.

Para o procurador-geral, no entanto, a delação de Delcídio trouxe elementos novos e corroboraram fatos narrados por Youssef, o que justificaria a abertura do inquérito.

Aécio é investigado por suposto recebimento de propina de empresas terceirizadas que mantinham contrato com Furnas. A vantagens indevidas seriam pagas pelas empresas ao ex-diretor da companhia, Dimas Toledo, que as repassava para o tucano.

Na manifestação de defesa enviada por Aécio a Gilmar, o senador afirma que o Tribunal de Contas da União realizou auditoria nos contratos de terceirização da companhia e não constatou indícios de desvio. O tucano também esclareceu que seu avô e o avô de Dimas Toledo eram correligionários políticos, o que explica a amizade das famílias.

Em outra linha da investigação, está a suspeita de que recursos ilícitos oriundos do esquema fossem lavados no exterior por meio de uma empresa ligada à irmã de Aécio, bem como pelo envio de valores a conta em Lichtenstein, utilizando o serviço de doleiros.

A defesa de Aécio alega que essa empresa foi aberta em 1993 e encerrou suas atividades em 1999, e não em 2010, o que faz com que a empresa estivesse fora de atividade na época em que Aécio é acusado de participar do esquema de Furnas. Com informações do Estadão Conteúdo.
Por Notícias ao Minuto –
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Rodrigo Janot pede abertura de inquérito para investigar Aécio Neves

 Com base na delação premiada do senador Delcídio do Amaral, a Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal a abertura de mais quatro inquéritos para investigar políticos na Lava Jato. Entre eles, estão citados Aécio Neves, Eduardo Cunha e Edinho Silva.

Os pedidos de abertura de inquérito trazem nomes que, até agora, não são investigados pela Lava Jato, como o senador Aécio Neves, presidente do PSDB, o deputado Marco Maia, do PT, e o ex-senador pelo PMDB, Vital do Rego, atual ministro do Tribunal de Contas da União.

A lista também inclui políticos já investigados. Esse é o caso de Edinho Silva, do PT, atual ministro da Comunicação Social, e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB. Cabe agora ao relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, a decisão de abrir ou arquivar as investigações.

Os pedidos do procurador Rodrigo Janot são baseados na delação de Delcídio do Amaral.

Em um dos depoimentos, Delcídio disse que foi orientado por Edinho Silva, então tesoureiro de Dilma nas eleições de 2014, a esquentar notas de dívidas de campanha, simulando ter recebido dinheiro de um laboratório farmacêutico.

Em nota, Edinho Silva disse que sempre agiu de maneira ética, correta e dentro da legalidade, e que as afirmações de Delcídio são mentiras escandalosas e que jamais orientou o senador a esquentar doações.

Sobre o deputado Marco Maia e o ex-senador Vital do Rego, Delcídio acusou os dois de pedir propina a empreiteiros em troca de derrubar requerimentos desfavoráveis na CPI mista da Petrobras, em 2014, da qual Marco Maia foi relator e Vital do Rego, presidente.

Em nota, Marco Maia disse que é vítima de uma mentira deslavada e descabida.

Vital do Rego afirmou que repudia as ilações associadas a ele e que está disposto a dar esclarecimentos.

Sobre Eduardo Cunha e Aécio Neves, Delcídio afirmou que soube de um grande esquema de corrupção, com pagamento de propina, envolvendo os dois na diretoria de Furnas.

Delcídio contou que o ex-diretor de Furnas, Dimas Toledo, operacionalizava pagamentos a favor de Aécio Neves, mas o delator não sabe como os repasses eram feitos.

Em nota, Aécio disse que as investigações vão demonstrar a correção de sua conduta e que as afirmações de Delcídio tratam de temas antigos, que já foram investigados e arquivados.

Já Eduardo Cunha, de acordo com o Ministério Público, teria alterado a legislação do setor energético em 2007 e 2008 para permitir que Furnas comprasse as ações de uma empresa de um operador ligado a ele.

O deputado Eduardo Cunha afirmou que o procurador-geral da República continua despudoradamente seletivo e que se o critério fosse a delação do senador Delcídio, o procurador deveria ter aberto inquérito para investigar a presidente Dilma, citada por Delcídio por práticas de obstrução à Justiça.

E em outro inquérito já aberto pelo Supremo Tribunal Federal, além de Eduardo Cunha, nove aliados dele serão investigados por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. Alguns são ex-deputados. Outros são parlamentares que dão suporte a Cunha no Conselho de Ética, onde ele responde a um processo de cassação de mandato.

Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, os aliados de Cunha tentaram pressionar grupos empresariais através de requerimentos em comissões, inclusive na CPI da Petrobras, para beneficiar um doleiro ligado ao presidente da Câmara.

O deputado Eduardo Cunha declarou que desconhece o conteúdo do inquérito e desmente as suposições veiculadas.

A defesa do ex-diretor de Furnas, Dimas Toledo, afirmou que a citação de seu nome é mera especulação do senador Delcídio sem o menor amparo na realidade e que os fatos relacionados a furnas vem sendo investigados há mais de dez anos e nunca se chegou a qualquer indício de participação de Dimas Toledo em distribuição de recursos.

Hora 1 /Caroline DulleyBrasília, DF

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