Dilma avalia antecipação de eleições, mesmo vencendo no Senado

A presidente Dilma Rousseff reconhece que, caso vença o julgamento final do impeachment no Senado, pode ser obrigada a abraçar proposta de antecipação da eleição presidencial para este ano. A cúpula nacional do PT, contudo, tem pressionado o Palácio do Planalto a apoiar a iniciativa antes, após o eventual afastamento temporário da presidente do cargo.

Em conversas reservadas, a presidente admite que, após ficar até 180 dias afastada e ser substituída por Michel Temer, suas condições de governabilidade se tornariam “as piores possíveis”.

Na avaliação de interlocutores do Planalto, ela só teria uma “mínima chance” de voltar ao cargo após o afastamento caso o vice-presidente se revele um fracasso no período de interinidade.

Nas palavras de um assessor presidencial, caso Temer demonstre um “mínimo de competência” para administrar a crise, torna-se completamente inviável o retorno da petista ao cargo.

Para não constranger a presidente, o comando petista decidiu paralisar neste momento, antes da votação de admissibilidade do impeachment, a defesa da proposta. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dito a aliados e assessores que a decisão de pregar a tese antes da primeira votação deve partir de Dilma, não dele.

O comando petista prega, porém, que o partido abrace a alternativa logo após Temer assumir, o que pode acontecer a partir da segunda quinzena de maio. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pretende realizar no dia 15 de maio a votação em plenário sobre o afastamento temporário de Dilma.

O objetivo seria reforçar o discurso de que Temer não tem legitimidade para assumir o cargo e que, portanto, seria necessária a realização de uma nova eleição presidencial. Além de manter o vie sob pressão, a defesa da proposta tentaria enfraquecer sua administração interina.

A avaliação do partido é que a iniciativa possa atrair o apoio inclusive de parte do PSDB que não concorda na participação da sigla no governo peemedebista. Para dirigentes petistas, o partido acabou relegado a um papel de coadjuvante do processo político diante do protagonismo do PMDB.

Na última terça-feira (19), senadores do PT, PSB, Rede e PPS apresentaram uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para que as eleições presidenciais sejam realizadas simultaneamente com as eleições municipais que ocorrerão em outubro deste ano.

A iniciativa teve o apoio de 30 senadores e foi protocolada na Secretaria-Geral. Ela será analisada pelas comissões temáticas e terá que ser aprovada em dois turnos pelo Senado e pela Câmara. Os próprios defensores da tese avaliam que é muito difícil deputados e senadores chegarem a um consenso sobra a proposta.

Como reação à ideia, Temer iniciou ofensiva para esvaziar o apoio à proposta, sobretudo na Câmara, uma vez que ela conta com a simpatia de Renan, adversário do vice-presidente dentro do PMDB.

‘MÍNIMA CHANCE’

Em encontros com ministros peemedebistas, a presidente recebeu o diagnóstico de que precisa se preparar para se ausentar do cargo, uma vez que são altas as chances do Senado aprovar seu afastamento temporário.

Ela foi aconselhada a “esquecer” a primeira fase do processo, que já estaria perdida, e se concentrar no julgamento final do processo.

Em resposta, Dilma ressaltou que, apesar do cenário desfavorável, ainda acredita ter chances de reverter a perda do mandato na fase final.

Para auxiliares tanto petistas como peemedebistas, no entanto, a opinião da presidente seria um “otimismo irrealista” da presidente.

Folha UOL

VALDO CRUZ GUSTAVO URIBE DE BRASÍLIA

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Helder Barbalho pede demissão e abandona o governo Dilma.

Foto: Tarso Sarraf (O Liberal)-Presidente chegou a pedir que ministro não saísse, mas Barbalho já avisou PMDB da demissão

O ministro da Secretaria dos Portos, Helder Barbalho, avisou ao PMDB que deve deixar o governo nesta quarta-feira (20). A informação foi divulgada pelo jornalista Gerson Camarotti, no portal G1.

Helder entregou a carta de demissão à presidente Dilma Rousseff na segunda-feira (18), mas a presidente fez um apelo para que ele e o ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, permanecessem no governo. A presidente sugeriu uma conversa para a quarta, mas os ministros se anteciparam e já comunicaram o PMDB de suas demissões.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, deve permanecer na Câmara como deputado. Ele saiu do governo para votar contra o impeachment. Os únicos que sinalizam disposição em permanecer no governo são Katia Abreu (Agricultura) e Marcelo Castro (Saúde).

Por: Redação ORM News
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Governo admite derrota na Câmara, mas diz que pode reverter situação no Senado

Brasília – Deputado José Guimarães (PT/CE)fala durante discussão do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, no plenário da Câmara (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Derrota é provisória, e situação pode ser revertida, diz José Guimarães

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), acaba de admitir a derrota do governo na votação da admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Segundo Guimarães, a derrota é “provisória”, e o governo tem ainda a chance de reverter a situação no Senado com a ajuda das ruas.

“Perdemos porque os golpistas foram mais fortes. Reconhecemos a derrota, mas de cabeça erguida. Estamos firmes, e este país vai se levantar contra esses golpistas que não têm voto, e muito menos condições de governar o país”, disse o líder do governo.

Guimarães adiantou que a estratégia dos governistas será, em um primeiro momento, concentrar esforços no Senado, e, com a ajuda do ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, acionar também o Judiciário.

“Os golpistas venceram aqui na Câmara, mas a luta continua nas ruas e no senado, que pode corrigir essa ação dos golpistas que foram capitaneados por aqueles que não têm autoridade moral para falar em ética”, afirmou Guimarães. Para o deputado, reconhecer essa derrota provisória não significa dizer que a luta terminou. “A guerra não terminou. Vamos agora discutir o mérito no Senado Federal.”

“Nossas expectativas são de que o país se levante e continue a lutar. Não somos de recuar, ou nos abater por esta derrota momentânea. As ruas estão conosco e temos condições de virar o jogo no Senado. O mundo inteiro começa a se mobilizar. Não é possível aprovar impedimento de uma presidenta que não cometeu nenhuma ilegalidade. É um desrespeito a 54 milhões de pessoas que votaram na presidenta. A luta está apenas começando. A guerra será lenta, gradual, segura e prolongada, até porque o vice-presidente [Michel] Temer não reúne a menor condição de comandar o país”, afirmou o líder.

Guimarães acrescentou que, assim que o processo for concluído, vai se encontrar com a presidenta “para dar um abraço nessa mulher valente que é a presidenta Dilma”.
Por Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Edição: Nádia Franco

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PT e ministros defendem que Dilma reduza mandato e lance ‘diretas já’

O diretório do PT deve discutir na terça-feira (19) que Dilma Rousseff envie ao Congresso Nacional proposta de redução de seu próprio mandato e de convocação de eleições presidenciais ainda neste ano, junto das eleições municipais do país.

A ideia é que a presidente anuncie que abre mão de dois anos de mandato mesmo que chegue a ser inocentada de crimes de responsabilidade pelo Senado, que julgará se a petista é ou não inocente e se deve ser afastada em definitivo do cargo, consumando o impeachment.

No mesmo projeto, Dilma estabeleceria que, assim como ela ficou seis anos na Presidência, o sucessor, escolhido pelo voto direto, teria mandato de seis anos, sem reeleição.

Há pequenas variações em torno do tema. Alguns dirigentes do PT, por exemplo, acreditam que Dilma não deve incluir na proposta de eleições a sugestão de novo período para o mandato presidencial nem o fim da reeleição.

Outros têm dúvidas sobre a conveniência de a própria presidente figurar oficialmente como autora da proposta ou se o melhor seria ela apenas encaminhar a sugestão do partido, que seria assinada também por outras legendas.

A ideia de redução do mandato de Dilma e da convocação de “diretas já”, se aprovada no PT, pode ser levada oficialmente à presidente nos próximos dias.

A proposta conta com apoio entusiasmado de parlamentares do partido e até mesmo de ministros. Outras legendas já foram informadas e podem aderir a ela.

O discurso será o de que Dilma busca uma solução para a grave crise política que o Brasil atravessa, mas que não será resolvida por um presidente, Michel Temer, que não teria legitimidade por chegar ao poder por meio de um “golpe”, segundo os que defendem a tese, e de forma indireta.

Um presidente eleito diretamente teria legitimidade e maior apoio para comandar o país em situação tão delicada, defendem. Ao mesmo tempo, acreditam, a população não seria “excluída” da solução do problema, como ocorreria no impeachment.

“Quem foi às ruas contra o governo queria Temer na presidência e Eduardo Cunha como seu vice? O Temer não tem legitimidade. Ele se aproveitou de manifestações populares para assaltar o poder”, diz o senador Lindberg Farias (PT-RJ). “Ele tem 60% de rejeição e só 1% de votos. Se esse golpe contra a Dilma se confirmar, não tenho dúvida de que ele cai em seis meses, pela pressão da população por ‘diretas já’.”

Ele diz que já discutiu a ideia com alguns senadores do PT e que os parlamentares deram apoio a ela. Afirma também que já conversou com senadores do PDT e do PSB, por exemplo, e que um projeto de diretas teria o apoio de integrantes de outros partidos.

A proposta também já é discutida na Câmara. O deputado Wadih Damous (PT-RJ) afirma que “as ‘diretas já’ são única solução para a crise que será agravada se vingar esse golpe contra a presidente”.

O deputado Alessandro Molon, da Rede, afirma que seguramente o partido “estaria aberto a discutir a conveniência da proposta, pois já vinha defendendo a realização de eleições”.
Por folha.uol.com.br
Mônica Bergamo – Colunistas
Caco Barcellos
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Políticos repercutem na internet aprovação do impeachment na Câmara

Diversos políticos repercutiram a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.

Os parlamentares usaram as redes sociais para comentar a sessão que mobilizou o país neste domingo.

Confira, abaixo, os principais relatos dos políticos brasileiros após a votação.

“A Câmara dos Deputados acaba de aprovar a admissibilidade do processo de impeachment da presidente da República. É um momento grave e um passo importante para o Brasil superar suas dificuldades. Essa vitória é, em primeiro lugar, do povo brasileiro, de todos os que foram às ruas para colocar limites em um governo que perdeu todos os limites. E também é uma vitória da democracia. Porque o impeachment está previsto na nossa Constituição exatamente para que o povo possa se defender dos governos que não respeitam a lei. Teremos dias difíceis pela frente, mas ao nosso lado está a Constituição e a solidez das nossas instituições. A luta ainda não acabou. É preciso manter a mobilização nas ruas e no Congresso. O pedido de impeachment agora chega ao Senado, e mais uma vez a força dos brasileiros haverá de fazer a diferença. Vamos dar ao Brasil uma nova chance! Pelo impeachment constitucional da presidente da República e por um Brasil diferente, honrado e decente!” – Aécio Neves

“Os parlamentares comunistas foram incansáveis em sua trajetória até aqui. Meus colegas Jean, Glauber e bancada do PT, vocês também marcaram a História. A luta só começou. #NãoPassarão” – Jandira Feghali

“Deputados ouviram a sociedade. Foi apenas um primeiro passo, mas de imenso significado para encerrar a crise política, recuperar a economia e gerar empregos.” Geraldo Alckmin

“Acabou pro PT! Parabéns ao povo brasileiro! Agora é no Senado! #ForaDilma #ImpeachmentJá” – Paulinho da Força

“Digo e repito: a história jamais dirá que eu fui golpista e que compactuei com essa farsa conduzida por canalhas!” – Jean Wyllys

“Eu Voto Sim! Tchau PT Partido das Trevas!” – Marco Feliciano

Por Notícias ao Minuto –

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Temer sorri ao acompanhar votação do impeachment pela TV

O vice-presidente Michel Temer acompanha com satisfação o andamento da votação do impeachment na Câmara.

As fotos abaixo foram tiradas há pouco por aliados que o visitaram no Palácio do Jaburu.

Aliados cotados para integrar o chamado núcleo duro de seu governo acompanham a votação ao lado de Michel Temer.

Estão com o peemedebista, Eliseu Padilha, ex-ministro da Aviação Civil que deixou o governo assim que o impeachment foi aberto; Henrique Alves, que se demitiu do Ministério do Turismo quando o PMDB rompeu com o governo; o presidente do partido, senador Romero Jucá; além de Rodrigo Rocha Loures, braço direito do vice na articulação com o Congresso.

Por painel.blogfolha.uol.com.br

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Michel Temer é rejeitado por 61% dos eleitores, diz pesquisa

Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (14/4), pelo instituto Vox Populi e pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), mostra que o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), que pode assumir a Presidência em caso de impeachment de Dilma Rousseff, é rejeitado por 61% dos eleitores entrevistados.

A avaliação positiva de Michel Temer caiu, entre dezembro de 2015 e abril de 2016, de 12% para 5%. A rejeição do peemedebista é similar a de Dilma Rousseff – que, segundo o instituto, está em 65%.

39% dos entrevistados consideram que o rompimento de Michel Temer e do PMDB com o governo de Dilma Rousseff é uma traição.

Impeachment
Os dados da pesquisa mostram que 57% dos entrevistados são favoráveis ao processo de impeachment de Dilma Rousseff. No entanto, 58% acreditam que o afastamento da presidente não é a solução para os problemas econômicos e políticos do país.

O governo Dilma é avaliado negativamente por 65% dos ouvidos na pesquisa. Para 23%, a gestão da presidente é regular; e 11% consideram o governo positivo. O resultado demonstrou uma queda na avaliação negativa do governo e aumento na avaliação positiva. Em dezembro, o desempenho do governo era considerado negativo para 69% dos entrevistados e apenas 5% o consideravam positivo.

A pesquisa foi realizada entre os dias 9 e 12 de abril e ouviu 2 mil pessoas, maiores de 16 anos, em 118 municípios de 25 estados brasileiros e do Distrito Federal, de áreas urbanas e rurais, de todos os segmentos socieconômicos e demográficos. A margem de erro do levantamento é de 2,2%.
Com informações da Agência Brasil

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Cardozo e Reale fazem defesas enfáticas contra e a favor.

Jurista diz que não há golpe, enquanto ministro afirma que processo é retaliação de Eduardo Cunha

A primeira sessão para debate do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi aberta pontualmente às 8h55 desta sexta-feira pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O jurista Miguel Reale Jr. já falou pela acusação e, em seguida, o advogado-geral da União fez a defesa da presidente Dilma. Logo cedo, os deputados se organizaram em dois lados do plenário para assinar lista de inscrição para falar no sábado: 170 se inscreveram a favor, e 79 contra. Representantes dos partidos já começaram a discursar hoje. No domingo, ocorrerá a decisão sobre a abertura ou não do processo.

Primeiro a falar, Miguel Reale Jr rebateu as acusações do governo de que o processo é um golpe. Ele afirmou que o crime de Dilma é mais grave do que o de um presidente que tenha roubado para si próprio recursos públicos.

– Timbram os palacianos que se trata de um golpe. Golpe sim houve quando se sonegou a revelação de que o país estava quebrado. Golpe sim houve quando se mascarou a situação fiscal do país, se continuaram a fazer imensos gastos públicos e tiveram de se valer de empréstimos de entidades financeiras controladas pela União para aparentemente mascarar a situação falimentar do Tesouro – afirmou.

Reale Jr. disse que as pedaladas fiscais tinham como objetivo esconder a situação falimentar das finanças públicas, voltou a defender que o equilíbrio fiscal é um bem público e afirmou que o desemprego que afeta dez milhões de brasileiros tem a ver com a atuação do governo por meio das pedaladas. Segundo Reale Jr., o governo deixou de tomar medidas que eram necessárias para poder reeleger Dilma em 2014.

– O Tesouro não tinha dinheiro. Em vez de tomar as medidas de contenção fiscal, reduzir gastos, ministérios, cargos comissionado, deixar de ter intervenção nos preços do petróleo e da eletricidade, que quebrou as empresas estatais, continuou com a gastança para os programas de televisão de 2014 (horário eleitoral da campanha em que Dilma foi reeleita). Seu marqueteiro (João Santana) é hóspede de PF (preso em decorrência da Operação Lava-Jato). Era mentira. E isso continuou em 2015. As pedaladas continuaram em 2015. Começaram a despedalar no segundo semestre de 2015 – afirmou.

Exaltado, ele pediu que os deputados atuem como libertadores e chamou as pedaladas de crime de lesa-pátria.

– Os senhores sejam os nossos libertadores – conclamou o jurista.

CARDOZO: ACEITAÇÃO DE IMPEACHMENT FOI RETALIAÇÃO DE CUNHA

Em discurso forte, José Eduardo Cardozo afirmou que o afastamento da presidente será uma “ruptura institucional”.

– Quero defender que este processo de impeachment qualificará uma ruptura institucional e uma violência sem par em relação à democracia. O relatório que será votado por este plenário não sobrevive a uma simples análise, simples leitura – disse Cardozo.

Ele comemorou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que negou pedidos de adiamentos feitos pelo governo, afirmando que os ministros da Corte restringiram o processo à parte da denúncia aceita pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ou seja, as pedaladas fiscais de 2015 e os decretos de crédito suplementar editados no ano passado. Cardozo pediu a Cunha que os deputados sejam orientados a restringir o debate a estes temas. Solicitou ainda que seja dado direito a uma nova fala para a defesa na segunda-feira, após a exposição que será feita pelo relator, Jovair Arantes (PTB-GO).

O ministro reiterou ataques a Eduardo Cunha. Ele defendeu mais uma vez que a decisão de aceitação do pedido de impeachment pelo petista foi uma retaliação pelo PT ter se negado a apoiá-lo em processo de cassação a que responde no Conselho de Ética. Ele destacou que o próprio jurista Miguel Real Jr. afirmou após o ato de Cunha que houve “chantagem”. Cardozo disse ainda que, mesmo que houvesse ilegalidade, não haveria motivo para afastar Dilma. Segundo ele, a presidente assinou decretos que vinham com a recomendação de 20 órgãos do governo.

Cardozo destacou ainda que, enquanto há várias pessoas sendo investigadas na Lava-Jato, o mesmo não ocorre com Dilma.

– A presidente não tem nenhuma acusação. Nenhuma. Num país com uma corrupção histórica e estrutural, com Operação Lava-Jato investigando, com várias pessoas investigadas, tirar uma presidente da República sem nenhuma imputação grave, é isso que se quer? Não era isso, com certeza, que os constituintes queriam ao aprovar o artigo 85 da Constituição (que prevê o afastamento do presidente da República).

Ao dizer que o impeachment contra Dilma seria golpe, houve um misto de aplausos e vaias no plenário, interrompendo o discurso do ministro.

– Peço que o pedido seja rejeitado, na defesa do estado de direito, da democracia, do povo brasileiro, que merece ser Peço respeitado – disse Cardozo.

– Não vai ter golpe – responderam em coro vários deputados.

PLENÁRIO FICA VAZIO

Enquanto deputados do PMDB usam os 60 minutos a que o partido tem direito, o plenário da Câmara está vazio. Alguns deputados já deixaram a Casa para voltar a seus estados.

O deputado Chico Alencar criticou a falta de interesse dos parlamentares pelo debate sobre o impeachment. Entre os deputados que viajaram e só voltarão no domingo, há até petistas.

– Esse plenário vazio é uma vergonha, mostra a qualidade do Parlamento e no debate mais importante que o país enfrenta. Esse quorum de 367 é um quorum com o qual não se vota nem emenda constitucional – disse Chico.

O deputado do PSOL reclamou do frio no plenário. A temperatura do ar condicionado ficou mais fria que o normal com a expectativa de um plenário cheio.

– Agora o plenário está frio de debate e o ambiente está gelado – afirmou o parlamentar.

CLIMA DE DISPERSÃO

Mais cedo, o clima no plenário era de dispersão. Enquanto falava o jurista Miguel Reale Jr., os deputados gaúchos do lado da oposição tomavam chimarrão, bebida típica do Rio Grande do Sul, e brincavam que vão oferecer ao PT o “chimarrão do impeachment”. O deputado Covatti Filho (PP-RS) disse que ontem foi à Mesa da Câmara pedir que Cunha liberasse a entrada de chimarrão no plenário.

– É o mate do impeachment, mas só gaúcho favorável que toma.

Inicialmente escalado para ser o primeiro deputado da Câmara a dar o seu voto no domingo, quando Cunha havia decidido que a chamada começaria pelos estados do Sul, Afonso Hamm (PP-RS) afirmou que, segundo suas contas, 22 dos 31 deputados gaúchos votarão contra o governo. E provocou os petistas do Rio Grande do Sul:

– Os deputados gaúchos do PT, Maria do Rosário, Pepe Vargas e Bohn Gass fizeram uma questão de ordem pedindo para a votação começar pelo Norte. Ora, não querem ser os primeiros a falar? Não entendo. Eu seria o primeiro deputado a discursar, mas agora perdi o posto – disse.

Há no plenário placas feitas por oposicionistas com os dizeres “tchau, querida”, uma reprodução da conversa grampeada pela Polícia Federal entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff, na qual falam sobre o termo de posse de Lula para a Casa Civil.

ORDEM DE FALA

A lista prévia de inscrição já tinha 81 nomes da oposição e 43 do governo 15 minutos antes de começar a sessão. Logo que o presidente da Câmara abriu o debate no plenário petistas e outros deputados da base do governo já formavam uma fila indiana na lateral esquerda do plenário. De forma organizada, se posicionavam um atrás do outro intercalando entre deputados do PT, PSOL e PCdoB. A deputada Moema Gramacho (PT-BA), com uma prancheta em mãos , organizava a ordem de fala dos parlamentares.

Já o lado direito do plenário, ocupado pela oposição, está bem mais confuso. Deputados inscritos para se pronunciar após a fala do jurista Miguel Reale Júnior e de Cardozo se amontoam para ver quem falaria primeiro. Integrantes do PSDB se queixaram que o líder do partido, Antonio Imbassahy (BA), dividiu o tempo que o partido terá para falar principalmente entre os membros da Comissão que julgou o impeachment, o que deixou alguns tucanos insatisfeitos.

– Tem muita gente insatisfeita. A divisão feita pelo líder foi muito confusa e tem gente muito contrariada – admitiu um tucano.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), já posicionado na fila dos oradores que falarão contra o processo de impeachment, ironizou a aparente desorganização da oposição:

– Eles estão muito excitados, aqui nós estamos disciplinados como alunos bem comportados. O problema deles é que parecem crianças – disse o deputado.

O deputado Marcos Rogério (DEM-RO) minimizou a confusão dos oposicionistas:

– Está tudo tranquilo por aqui, eles estão em fila porque é pouca gente para falar e defender o governo, nós temos mais gente.
O Globo
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