Procuradoria cobra à Justiça que avalie afastamento imediato de Ricardo Salles

O novo pedido foi enviado após vai-e-vem na ação civil apresentada em julho, que já cobrava o afastamento do ministro do cargo (Foto:Adriano Machado / Reuters)

O Ministério Público Federal cobrou à Justiça que avalie o afastamento imediato do ministro Ricardo Salles do cargo. O pedido foi anexado nos autos da ação civil apresentada em julho que pede a saída do ministro do governo por ‘desestruturação dolosa’ das políticas ambientais – desde então, o processo já foi remetido para Santa Catarina, voltou para Brasília e não foi julgado.

Segundo a procuradora Marcia Brandão Zollinger, o perigo da demora em julgar o pedido de afastamento é fundamentado no fato de que a permanência do ministro ‘tem trazido, a cada dia, consequências trágicas à proteção ambiental, especialmente pelo alarmante aumento do desmatamento, sobretudo na Floresta Amazônica’.

“Caso não haja o cautelar afastamento do requerido do cargo de Ministro do Meio Ambiente, o aumento exponencial e alarmante do desmatamento da Amazônia, consequência direta do desmonte deliberado de políticas públicas voltadas à proteção do meio ambiente, pode levar a Floresta Amazônica a um ‘ponto de não retorno’, situação na qual a floresta não consegue mais se regenerar”, apontou a procuradora.

O MPF apresentou dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) que apontam a derrubada de 1.658 km² de Floresta Amazônica em julho de 2020. No mês passado, foram 1.359 km².

“Em ambos os casos, tratou-se do segundo pior resultado para cada mês nos últimos cinco anos, perdendo apenas para os meses de julho e agosto do ano de 2019, igualmente na gestão do requerido, Ricardo Salles, à frente do Ministério do Meio Ambiente”, afirmou.

Sobre o Pantanal, a procuradora apontou que a situação é ‘notória’, visto que o ano passado foi o recorde histórico de queimadas, com o comprometimento de mais de 21% do bioma.

O novo pedido da Procuradoria foi enviado após vai-e-vem na ação civil apresentada em julho, que já cobrava o afastamento de Salles do cargo. O processo foi inicialmente remetido para a 6ª Vara Federal de Florianópolis pelo juiz Márcio de França Moreira, que apontou a competência do juízo catarinense para avaliar o processo por prevenção – uma ação civil semelhante havia sido apresentada contra Salles por lá.

Os autos voltaram para Brasília após o desembargador federal Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) suspender os efeitos da liminar que mandou o processo para Santa Catarina. O magistrado deixou à cargo da Terceira Turma do tribunal decidir o destino final da ação – até lá, o caso segue na 8ª Vara Federal do Distrito Federal.

Salles é acusado de cometer improbidade administrativa em uma série de ‘atos, omissões e discursos’ que demonstrariam a ‘desestruturação dolosa’ de políticas ambientais à frente do Ministério do Meio Ambiente. Um dos casos citados é a exoneração de dois servidores e um diretor de fiscalização do Ibama após ação contra garimpeiros que atuavam em terras indígenas em Altamira (PA).

Em depoimento, Renê Oliveira e Hugo Loss alegaram ter sofrido pressão do governo em operações de combate a crimes ambientais após o Fantástico exibir máquinas de garimpo sendo queimadas após fiscalização do Ibama. O chefe deles, Olivaldi Azevedo, foi chamado para conversa no Ministério do Meio Ambiente no dia seguinte à reportagem.

“O Olivaldi entrou em contato comigo para avisar que tinha sido chamado no Ministério e que, dependendo da situação, depois gostaria de falar comigo. Respondi que estava à disposição. Aí ele me ligou, por volta das 17h30 – 18h e pediu para nos encontrarmos”, relatou Oliveira. “Fomos lá no Ibama e recebi a informação dele assim, sem muitos detalhes: ‘a coisa ficou insustentável, estou saindo, fui exonerado, tive uma reunião agora no Ministério'”.

Salles classificou a ação como ‘tentativa de interferir em políticas públicas’. “A ação de um grupo de procuradores traz posições com evidente viés político-ideológico em clara tentativa de interferir em políticas públicas do Governo Federal”, afirmou. “As alegações são um apanhado de diversos outros processos já apreciados e negados pelo Poder Judiciário, uma vez que seus argumentos são improcedentes”.

Até a publicação desta matéria, o Ministério do Meio Ambiente ainda não havia respondido aos questionamentos da reportagem. O espaço permanece aberto a manifestações.

Por:Agência Estado

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Ministro do Meio Ambiente ‘teve um estresse ambiental’, diz ministro da Defesa

Ricardo Salles foi internado no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, na noite de terça-feira (27) e recebeu alta na tarde desta quarta (28).
Ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, tem alta do Hospital das Forças Armadas, em Brasília — Foto: Brenda Ortiz/G1

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles , recebeu alta do Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, pouco depois das 16h desta quarta-feira (28). Ele saiu em uma cadeira de rodas.

Salles foi internado às 23h30 de terça (27), após passar mal. Segundo o ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva, Salles fez exames que foram considerados “normais”. Em tom de brincadeira, o general classificou o episódio como “estresse ambiental”.

“Foi estresse. Um estresse ambiental, vamos dizer.”

A agenda de Salles, que tem 44 anos, foi cancelada. O Ministério da Defesa divulgou nota onde o médico responsável pela alta do ministro do Meio Ambiente recomenda “repouso pelo prazo de cinco dias”.

Documento de alta do Ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, após internação no Hospital das Forças Armadas, no DF — Foto: Reprodução
Documento de alta do Ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, após internação no Hospital das Forças Armadas, no DF — Foto: Reprodução

Amazônia

O ministro do Meio Ambiente ganhou evidência nos últimos dias por causa das queimadas na Amazônia.

Entre janeiro e agosto, os incêndios na floresta aumentaram 82% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O órgão também constatou que, nos primeiros 21 dias de agosto, os focos de queimadas na região superaram a média para o mês dos últimos 21 anos.

Na segunda-feira (26), Salles criticou gestões anteriores e disse que fiscalização não resolve a questão do desmatamento e das queimadas na Amazônia.

“Ah, tem que fiscalizar? Bom, mas são 5 milhões de km². Não é como fiscalizar uma praça. É uma área gigantesca. A gente vê o tema da imigração ilegal. A turma não consegue fiscalizar nem a fronteira ali. Quiçá fiscalizar de maneira eficiente um território tão grande. Precisa fazer operação de controle como o governo está fazendo? Sim. Mas só isso vai resolver? Me parece que não.”

Também na segunda, Salles afirmou que a decisão da cúpula do G7 em ajudar os países atingidos pelas queimadas da Amazônia é “sempre bem-vinda”. Mais tarde, porém, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o governo rejeitaria a ajuda financeira.

No dia seguinte, o presidente Jair Bolsonaro disse que o francês Emmanuel Macron terá de “retirar insultos” contra ele e contra o Brasil antes de considerar aceitar a ajuda.

Por Brenda Ortiz, G1 DF
28/08/2019 15h14

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