Ministro da Saúde Nelson Teich deixa governo Bolsonaro após menos de 1 mês

 O ministro da Saúde, Nelson Teich, em entrevista coletiva concedida no Palácio do Planalto
Imagem: Júlio Nascimento/Divulgação PR

O ministro da Saúde, Nelson Teich, deixou hoje o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Uma coletiva de imprensa está marcada para esta tarde para esclarecer a exoneração. A saída do ministro acontece menos de um mês após ele substituir Luiz Henrique Mandetta na pasta, e sua saída já vinha sendo cogitada havia alguns dias.
Inicialmente, uma nota divulgada pela assessoria de imprensa do Ministério informava que Teich pediu demissão. Pouco depois, porém, uma fonte da pasta disse que o agora ex-ministro foi demitido em uma reunião de última hora com Bolsonaro para a qual foi convocado nesta manhã. Nenhum dos dois ainda se manifestou publicamente sobre a decisão.

No momento em que a demissão de Teich foi anunciada, Bolsonaro estava participando do lançamento de uma campanha de conscientização contra a violência doméstica feita pelo Ministério da Mulher e da Família. Ele estava acompanhado de sua mulher, Michelle Bolsonaro, e dos ministros Onyx Lorenzoni e Damares Alves e não falou no evento.
Um dos nomes cotados para assumir o comando do ministério da Saúde é justamente o atual número 2 da pasta, o general de divisão Eduardo Pazuello.

Segundo a colunista do UOL Carla Araújo, o nome do militar conta com o apoio dos generais que ocupam ministérios no Palácio do Planalto.

Divergência sobre uso da cloroquina
Assim como seu antecessor, Teich defendeu publicamente posições contrárias à do presidente. Além de afirmar que o distanciamento social deveria ser uma medida de combate à pandemia do novo coronavírus – enquanto Bolsonaro defende que apenas pessoas do grupo de risco fiquem em isolamento -, Teich postou nesta semana em uma rede social que o uso da cloroquina no tratamento contra a covid-19 deve ser feito com restrições, já que a substância pode desencadear efeitos colaterais. O presidente, por sua vez, é um dos principais defensores da cloroquina.
Hoje cedo, em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que o protocolo de uso da cloroquina seria mudado pelo Ministério da Saúde, apesar de Teich ter alertado para a falta de comprovação científica de eficácia e os efeitos colaterais. O presidente quer a inclusão do uso desde os primeiros sintomas do coronavírus
“O protocolo deve ser mudado hoje porque o Conselho Federal de Medicina diz que pode usar desde o começo então. É direito do paciente. O médico na ponta da linha é escravo do protocolo. Se ele usa algo diferente do que está ali e o paciente tem alguma complicação ele pode ser processado”, disse.

“Saiu hoje?”
Outro momento que conformou a falta de sintonia entre presidente e ministro ocorreu na última terça-feira (11). Bolsonaro assinou um decreto incluindo academias, salões de beleza e barbearias entre os serviços essenciais, isto é, os que podem trabalhar mesmo durante a quarentena. No entanto, Teich admitiu que não sabia da decisão do presidente e foi pego de surpresa durante entrevista coletiva em que apresentava os dados diários da pandemia.
“Saiu hoje?”, reagiu ao ser questionado por um repórter, que queria saber se o Ministério da Saúde concordava com o decreto e se houve alguma orientação da pasta para a tomada dessa decisão. A entrevista acontecia no momento em que o decreto de Bolsonaro era publicado no Diário Oficial da União.
Aparentando desconforto, o ministro ensaiou uma resposta falando sobre a criação de fluxos que “impeçam que as pessoas se contaminem” desde que sejam atendidos pré-requisitos para que não se exponham a riscos. “Você pode trabalhar o retorno de algumas coisas. Agora, tratar isso como essencial é um passo inicial”, disse a princípio. “Não é atribuição nossa, isso aí é uma decisão do presidente”.
2ª queda de ministro durante a pandemia
Nelson Teich já é o segundo ministro da Saúde que cai em plena pandemia do novo coronavírus.
Luiz Henrique Mandetta, que estava no cargo desde o início do governo Bolsonaro, deixou o ministério da Saúde no dia 16 de abril, colocando fim a uma gestão marcada pelo embate com o presidente sobre o combate covid-19.
A defesa do ex-ministro para que o país seguisse as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) para brecar a proliferação da doença no país gerou atrito com Bolsonaro, que é a favor da tese de que a economia não pode parar e que apenas uma parcela da população deveria ficar em isolamento.
O apoio público do presidente para o uso da cloroquina também foi outro motivo de discordância entre os dois.
*Com reportagem de Constança Rezende, Carla Araújo e Luís Adorno
Do UOL, em São Paulo*
15/05/2020 12h02

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Bolsonaro demite Mandetta: novo ministro da Saúde é o oncologista Nelson Teich

(Foto:Reprodução)- Bolsonaro vinha em rota de colisão com Mandetta desde o começo de março, quando o coronavírus começou a apresentar seus primeiros casos no país
Substituto é oncologista e se reuniu com o presidente e ministros nesta manhã

Após semanas de desavenças, o presidente Jair Bolsonaro demitiu o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, nesta quinta-feira, 16. O oncologista Nelson Teich vai assumir o cargo. Mandetta confirmou a saída pelas redes sociais.

Teich se reuniu com o presidente pela manhã, quando, segundo interlocutores do presidente, causou boa impressão. O médico foi consultor da área de saúde na campanha de Jair Bolsonaro, em 2018, e é fundador do Instituto COI, que realiza pesquisas sobre câncer.

Em seu currículo em redes sociais, o oncologista também registra ter atuado como consultor do secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Denizar Vianna, entre setembro do ano passado e março deste ano. Teich e Vianna foram sócios no Midi Instituto de Educação e Pesquisa, empresa fechada em fevereiro de 2019.

A escolha de Teich foi considerada internamente no governo como uma vitória do secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajgarten, e do empresário bolsonarista Meyer Nigri, dono da Tecnisa. Os dois foram os principais apoiadores de seu nome para o cargo.

Teich teve o apoio da classe médica e contou a seu favor a boa relação com empresários do setor da saúde. O argumento pró-Teich no Ministério da Saúde é o de que ele trará dados para destravar debates “politizados” sobre a covid-19.

Em artigo publicado no dia 3 de abril em sua página no LinkedIn, o escolhido para a Saúde critica a discussão polarizada entre a saúde e a economia. “Esse tipo de problema é desastroso porque trata estratégias complementares e sinérgicas como se fossem antagônicas. A situação foi conduzida de uma forma inadequada, como se tivéssemos que fazer escolhas entre pessoas e dinheiro, entre pacientes e empresas, entre o bem e o mal”, afirma ele no texto.

Desde o início da crise do coronavírus, Mandetta e presidente vinham se desentendendo sobre a melhor estratégia de combate à doença. Enquanto Bolsonaro defende flexibilizar medidas como fechamento de escolas e do comércio para mitigar os efeitos na economia do País, permitindo que jovens voltem ao trabalho, o agora ex-ministro manteve a orientação da pasta para as pessoas ficarem em casa. A recomendação do titular da Saúde segue o que dizem especialistas e a Organização Mundial de Saúde (OMS), que consideram o isolamento social a forma mais eficaz de se evitar a propagação do vírus.

Os dois também divergiram sobre o uso da cloroquina em pacientes da covid-19. Bolsonaro é um entusiasta do medicamento indicado para tratar a malária, mas que tem apresentado resultados promissores contra o coronavírus. Mandetta, por sua vez, sempre pediu cautela na prescrição do remédio, uma vez que ainda não há pesquisas conclusivas que comprovem sua eficácia contra o vírus

As últimas atitudes do ex-auxiliar elevaram a temperatura do confronto e, na visão de auxiliares, o estopim da nova crise foi a entrevista dada por Mandetta ao programa Fantástico, da Rede Globo, na noite de domingo. O tom adotado pelo ministro foi considerado por militares do governo e até mesmo por secretários estaduais da Saúde como uma “provocação” ao presidente.

Na terça-feira, em entrevista da série “Estadão Live Talks”, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que Mandetta “cruzou a linha da bola” quando disse, no domingo, que a população não sabe se deve acreditar nele ou em Bolsonaro. “Cruzar a linha da bola é uma falta grave no polo. Nenhum cavaleiro pode cruzar na frente da linha da bola”, explicou o vice. “Ele fez uma falta. Merecia um cartão”, continuou Mourão.

Auxiliares do presidente observam que Bolsonaro só não dispensou o ministro antes porque fazia um cálculo pragmático. Interlocutores dos dois lados afirmavam que tanto Mandetta como Bolsonaro estavam calculando a melhor forma de troca no ministério. Ambos queriam fugir do ônus da mudança de comando da saúde em plena covid-19.

Saúde.  Sem citar o nome do oncologista  Teich, que havia se reunido mais cedo com Bolsonaro, Mandetta afirmou que o então candidato à sua vaga é bom pesquisador, mas não conhece o SUS.

Mandetta disse que a sua equipe poderia ajudar na transição e até mesmo compor a próxima gestão da pasta. “Ajuda ai, Denizar, fica um tempo aí, se a pessoa te pedir. Cada um ajude com o que puder ajudar”, disse Mandetta, dirigindo-se ao atual secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Denizar Vianna.

Vianna e Teich foram sócios no Midi Instituto de Educação e Pesquisa, empresa fechada em fevereiro de 2019.

Redação por Redação  Ver O Fato
16 de abril de 2020
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