Rios Voadores: nove são presos, mas chefe do esquema de desmatamento e grilagem está foragido

Imagem: Fiscalização/Ibama-16 mandados de busca e apreensão e três conduções coercitivas também foram cumpridos em cinco estados
 Chefe do esquema de desmatamento e grilagem está foragido

A operação Rios Voadores, iniciada ontem em cinco estados pelo Ministério Público Federal, Polícia Federal, Receita Federal e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente, cumpriu um total de 28 mandados de prisão preventiva, condução coercitiva e buscas e apreensões nos estados do Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo. O empresário paulista Antonio José Junqueira Vilela Filho, considerado o chefe do esquema, está foragido.

O nome de Junqueira Vilela, conhecido como Jotinha, vai entrar na lista de procurados da Interpol, pelo risco de fuga para o exterior. Os computadores e documentos apreendidos pela operação serão enviados para análise em Belém. A quadrilha atuava principalmente no distrito de Castelo dos Sonhos, em Altamira e na região de Novo Progresso, na região sudoeste do Pará.

O esquema movimentou R$ 1,9 bilhão entre 2012 e 2015 e destruiu 300 km quadrados de florestas em Altamira, no Pará, área equivalente ao território de municípios como Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG) ou Recife (PE). O prejuízo ambiental foi de R$ 420 milhões. Segundo as investigações, o grupo invadia florestas em terras públicas, retirava e vendia a madeira de valor mais alto, e depois derrubava a mata remanescente e ateava fogo.

Na terra devastada era plantado capim e instalada criação de gado. Para praticar esses crimes a organização criminosa utilizava mão de obra submetida a condições semelhantes às de escravos. Após a consolidação das pastagens, o grupo registrava os terrenos em cadastros ambientais rurais oficiais. Os registros eram feitos em nome de laranjas (pessoas que servem como intermediárias em negócios fraudulentos). As pastagens, então, eram exploradas pelos próprios integrantes do grupo ou arrendadas para terceiros.

Por essas e outras irregularidades, Jotinha figura hoje como o infrator que recebeu multas de maior maior valor já aplicadas pelo Ibama na Amazônia (R$ 163 milhões em dez autos de infração), e que é responsável pela maior área já embargada pela autarquia na região (300 km quadrados).

Rios Voadores – O título da operação é emprestado do nome dado ao fenômeno natural responsável por transportar um imenso volume de umidade e de vapor de água da Amazônia até outras regiões do Brasil, como o centro-oeste, o sudeste e o sul.

Segundo ambientalistas, a quantidade de água da bacia amazônica carregada por essas massas de ar chega a ser superior à escoada pela foz do Amazonas, o maior rio do mundo.

Quando eles passam sobre São Paulo, podem conter 27 vezes o volume do rio Tietê, o que equivale a 115 dias da média de consumo de água da cidade, informou  durante a conferência Rio +20 o ambientalista Gérard Moss, um dos pesquisadores do tema. Saiba mais em http://riosvoadores.com.br.

Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação

Imagem: Fiscalização/Ibama
Imagem: Fiscalização/Ibama

“Informação publicada é informação pública. Porém, para chegar até você, um grupo de pessoas trabalhou para isso. Seja ético. Copiou? Informe a fonte.”
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Operação “Rios Voadores” -Empresários e engenheiros foram alvos da operação da PF em Sinop, Sorriso e Guarantã

O delegado da Polícia Federal de Sinop, Samir Zugaibe, informou, há pouco, ao Só Notícias, que os oito presos nos municípios de Sinop, Sorriso e Guarantã do Norte, esta manhã, são engenheiros florestais e empresários. Eles são acusados de envolvimento em uma organização criminosa especializada em desmatamento ilegal e grilagem de terras públicas federais no Pará e alvos da operação “Rios Voadores” deflagrada pela Polícia Federal daquele estado. A PF de Sinop apenas deu apoio no cumprimento dos mandados.

Em Sinop foi cumprido quatro prisões preventivas e duas de buscas e apreensão; duas prisões preventivas, uma condução coercitiva e uma de busca em Sorriso; além de duas prisões e uma de busca em Guarantã do Norte. Ao todo, foram expedidas 51 medidas judiciais, sendo 24 prisões preventivas, nove conduções coercitivas e 18 mandados de busca e apreensão em empresas e casas pertencentes aos investigados em Mato Grosso, São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Veja Lista dos envolvidos:
De acordo com informações da assessoria de imprensa da PF do Pará, após arredamento das terras usurpadas, elas eram usadas pelo grupo para o desenvolvimento de atividade econômica agropecuária. As investigações começaram após a operação Kaiapó, realizada pelo Ibama, em 2014, por meio de atos de fiscalização no interior e no entorno da Terra Indígena Menkragnoti, situada no município de Altamira (PA). Foram  apreendidas 26 motosserras e 3 motocicletas, além de desmontados 11 acampamentos. Também foram detidas 40 pessoas e identificado o responsável pelo desmatamento da área embargada (mais de 13 mil hectares).

Consta que o principal investigado desmatou, entre os anos de 2012 e 2014, mais 29 mil hectares, sendo multado pelo Ibama na cifra de R$ 119 milhões. Segundo informações da Receita Federal, a organização criminosa, por meio de pessoas físicas e jurídicas que a compõe, movimentou mais de R$ 1 bilhão, entre os anos de 2012 e 2015, grande parte de origem ilícita ou incompatível com os rendimentos dos titulares das contas.

De acordo com as investigações, os principais investigados e beneficiados com a prática criminosa eram protegidos por outros membros da organização que serviam como “testas de ferro”. Mediante a falsificação de documentos e outras fraudes, estas pessoas de confiança dos cabeças da organização criminosa assumiam a propriedade da terra grilada por seus “patrões” chegando a admitir a prática de crimes ambientais. Eles preservam o nome dos reais autores da conduta, quando flagrados em fiscalizações do Ibama realizada durante uma das fases da investigação.

A organização criminosa estruturava-se em quatro núcleos: 1) núcleo operacional (executam o desmatamento); 2) núcleo referente aos agentes que compram terras desmatadas ilegalmente; 3) núcleo financeiro (financia o desmatamento); 4) núcleo familiar (dissimulação das vantagens econômicas obtidas). O núcleo operacional subdividia-se em i) grupo dos agenciadores de mão de obra, “Gatos”; ii) grupo dos gerentes das fazendas desmatadas ilegalmente; iii) grupo dos “Testas de ferro”; iv) grupo dos agrimensores (produzem cadastro ambiental fraudulentos). Os crimes investigados são: organização criminosa; falsificação de documentos; a prática, de forma reiterada e habitual, de desmatamento ilegal, ateamento de fogo e grilagem de terras públicas federais, na Amazônia brasileira (visando a criação/venda de gado e plantação/venda de soja/arroz); ocultação e dissimulação das vantagens econômicas obtidas.

Conforme Só Notícias já informou, os policiais federais e agentes do Ibama estiveram em Sorriso, esta manhã. Um dos alvos foi uma empresa do ramo de fertilizantes, localizada na Perimetral Sudeste. Os policiais e agentes do Ibama entraram no prédio após um chaveiro ser solicitado para abrir a porta. No entanto, a empresa estava vazia.

Veja Lista dos envolvidos:

Fonte: Só Notícias/José Carlos Araújo

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