Há 20 anos no poder, Tayyip Erdogan é reeleito presidente da Turquia

Presidente turco, Tayyip Erdogan / 16/11/2022 ADITYA PRADANA PUTRA/Centro de Mídia do G20/Divulgação via REUTERS

Vitória encerra corrida eleitoral acirrada e inédita contra o líder da oposição Kemal Kilicdaroglu

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, de 69 anos, foi reeleito para seu terceiro mandato neste domingo (28), após uma corrida eleitoral acirrada no segundo turno contra o líder da oposição, Kemal Kilicdaroglu.

Erdogan recebeu 27.513.587 votos (ou 52,14%), segundo dados divulgados pelo Conselho Superior Eleitoral da Turquia, superando o adversário Kilicdaroglu, que obteve 25.260.109 votos (ou 47,86%), com mais de 99% das urnas apuradas.

Erdogan declarou vitória pouco antes de o Conselho Superior Eleitoral, responsável pela contagem dos votos, oficializar o término da apuração. A eleição presidencial foi inédita: pela primeira vez a disputa foi para um segundo turno.

Com o feito, Erdogan, que está há 20 anos no poder, terá direito a um mandato de mais cinco anos no comando da Turquia.

“Agora é a hora de proteger a vontade das pessoas que temos na mais alta estima”, escreveu Erdogan em sua conta no Twitter.

Erdogan enfrentou Kilicdaroglu, de 74 anos e líder do partido de esquerda CHP. Segundo colocado, Kilicdaroglu admitiu a derrota e disse que continuará a liderar sua luta após “a eleição mais injusta em anos” contra o atual presidente.

“Tenho um pedido de todos vocês, por favor, vamos manter viva a luta pela democracia para vocês, para seus filhos, para os aposentados, para nossas mães e pais, para nossos agricultores e comerciantes”, disse.
Kemal Kilicdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo (CHP) e candidato derrotado à Presidência da Turquia / Anaodlu Agency/Getty Images

“Vivemos a eleição mais injusta dos últimos anos. Todos os meios do Estado foram mobilizados para um partido político. Todas as possibilidades foram colocadas sob os pés de um homem”, acrescentou.

Falando em Ancara, Kilicdaroglu disse que os resultados mostraram a vontade do povo de mudar um governo autoritário.

“Nesta eleição, a vontade do povo de mudar um regime autoritário surgiu apesar de todas as pressões. Continuaremos nossa luta em todas as frentes com todos os membros do Partido Republicano do Povo (CHP) e da Aliança Nacional. Continuaremos sendo na vanguarda desta luta até que a verdadeira democracia chegue ao nosso país.”

Ele afirmou ainda que está triste com os “problemas” que aguardam a Turquia.

O terceiro colocado no primeiro turno, Sinan Ogan, havia anunciado no último dia 22 apoio a Recep Tayyip Erdogan. Ogan havia recebido 5,17% dos votos no primeiro turno, ante 49,52% de Erdogan na primeira rodada do pleito presidencial.
Apoio de Putin e mensagem de Zelensky

O presidente russo, Vladimir Putin, parabenizou hoje seu “querido amigo” Tayyip Erdogan, antes mesmo do anúncio oficial do resultado.

“A vitória eleitoral foi um resultado natural de seu trabalho altruísta como chefe da República da Turquia, uma clara evidência do apoio do povo turco aos seus esforços para fortalecer a soberania do Estado e conduzir uma política externa independente”, disse Putin em uma mensagem a Erdogan, segundo o Kremlin.

Em entrevista exclusiva à CNN antes do segundo turno das eleições presidenciais, Erdogan disse ter um relacionamento “especial” e crescente com Putin.

“Não estamos em um ponto em que imporíamos sanções à Rússia como o Ocidente fez. Não estamos sujeitos às sanções do Ocidente”, disse Erdogan a Becky Anderson, da CNN. “Somos um Estado forte e temos uma relação positiva com a Rússia.”

“Rússia e Turquia precisam um do outro em todos os campos possíveis”, acrescentou.

Embora a Turquia seja uma aliada da Otan, Erdogan muitas vezes frustrou Washington – por exemplo, ao se aproximar da Rússia e sugerir uma reaproximação com a Síria.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se manifestou neste domingo (28) pelas redes sociais: “Contamos com o fortalecimento da parceria estratégica para o benefício de nossos países, bem como o fortalecimento da cooperação para a segurança e estabilidade da Europa”. Erdogan tem procurado atuar como intermediário entre Kiev e Moscou desde que a Rússia invadiu a Ucrânia no ano passado.
Terremoto e estratégias eleitorais

A reeleição de Erdogan ocorreu quase quatro meses depois que um terremoto, ocorrido em 6 de fevereiro, matou mais de 50.000 pessoas e deslocou mais de 5,9 milhões no Sul da Turquia e no Norte da Síria.

Também ocorreu em meio a uma grave crise econômica e o que os analistas dizem ser uma erosão democrática sob o governo de Erdogan.

Mesmo antes do desastre de fevereiro, a Turquia lutava contra o aumento dos preços e uma crise cambial que em outubro viu a inflação atingir 85%, o que afetou o poder de compra da população.

Os críticos de Erdogan argumentam que ele galvanizou ainda mais sua base de apoio ao fazer alegações sem fundamento no campo da oposição. Ele acusou Kilicdaroglu de conluio com grupos terroristas curdos e repetidamente se referiu ao líder da oposição – um membro da minoria muçulmana liberal Alevi – como um muçulmano não bom o suficiente.

“Essa estratégia de ‘não bons muçulmanos e apoiada por terroristas’ atraiu os eleitores de direita que deveriam escolher Kilicdaroglu”, disse Soner Cagaptay, membro sênior do Washington Institute for Near East Policy.

Cagaptay argumenta que, embora a mensagem de Erdogan não tenha ressoado nas grandes cidades da Turquia e na relativamente rica costa Sul, que votaram amplamente na oposição, ela conquistou o apoio necessário das partes mais pobres do país, principalmente nas regiões centrais e na costa do Mar Negro.

“Lá, o apoio a Kilicdaroglu foi suprimido porque os eleitores de direita cujos próprios partidos apoiavam Kilicdaroglu não o escolheram”, disse ele.

As mensagens de Erdogan também foram amplificadas por seu amplo domínio sobre a mídia turca, argumentaram os analistas.
Participação dos eleitores

Erdogan liderou a campanha eleitoral. No primeiro turno, em 14 de maio, o atual presidente garantiu uma vantagem de quase cinco pontos sobre Kilicdaroglu, mas ficou aquém do limite de 50% necessário para vencer.

O bloco parlamentar do presidente conquistou a maioria das cadeiras na corrida parlamentar no mesmo dia.

Erdogan votou em um centro de votação em Istambul no domingo. “Esta é a primeira vez na história democrática turca”, disse ele.

“A Turquia, com quase 90% de participação na última rodada, mostrou lindamente sua luta democrática e acredito que fará o mesmo novamente hoje”, acrescentou.

Recep Tayyip Erdogan nasceu em 26 de fevereiro de 1954, em Istambul, na Turquia. Ele é casado e tem dois filhos e duas filhas.

Se formou em 1981 na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade de Mármara. Antes de sua carreira política, Erdogan era um jogador semi-profissional de futebol.

Ele foi duramente criticado por não proteger os direitos humanos e das mulheres, restringindo a liberdade de expressão e tentando restringir a identidade secular da Turquia.

Kemal Kilicdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo (CHP) e candidato derrotado à Presidência da Turquia / Anaodlu Agency/Getty Images
Kemal Kilicdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo (CHP) e candidato derrotado à Presidência da Turquia / Anaodlu Agency/Getty Images

Sob Erdogan e o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), o país suspendeu as restrições à expressão pública da religião, incluindo o fim da proibição de mulheres usarem lenços de cabeça de estilo islâmico.

Ele chegou ao poder em 2003, como primeiro-ministro, e se tornou o presidente em 2014, ampliando os poderes do cargo a partir de uma reforma constitucional três anos depois. Ele foi reeleito em 2018.

Erdogan prometeu continuar com cortes de taxas de juros para reduzir a alta inflação caso seja eleito. Em entrevista à CNN, pontuou ainda que isso significa que não mudará a política econômica.
Como funcionam as eleições na Turquia

As eleições para presidente e para o Parlamento na Turquia acontecem simultaneamente a cada cinco anos.

Os partidos podem indicar candidatos à Presidência se tiverem ultrapassado a marca de 5% dos votos nas últimas eleições parlamentares ou caso tenham 100 mil assinaturas apoiando uma nomeação.

O candidato que tiver mais de 50% dos votos no primeiro turno será eleito. Se isso não ocorrer, há segundo turno entre os dois nomes mais bem votados.

Já no caso do Parlamento, o país segue o sistema de representação proporcional, sendo que o número de assentos que um partido obtém — do total de 600 cadeiras — é diretamente proporcional aos votos que ganha.

Entretanto, os partidos precisam conseguir pelo menos 7% dos votos — sozinhos ou em “aliança” — para poder colocar representantes no Congresso.

(Com informações da CNN)

Fonte: e Publicado Por:Jornal Folha do Progresso em 29/05/2023/05:59:40

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Turquia confirma disputa de segundo turno entre Erdogan e opositor; votação será em 28 de maio

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, aperta a mão do presidente do Partido Republicano do Povo (CHP) Kemal Kilicdaroglu Gokhan Balci/ (Foto: Anadolu Agency/Getty Images)

Atual presidente conquistou 49,51% dos votos e não conseguiu definir a vitória na eleição de domingo (14); Kemal Kilicdaroglu, que representa uma coalizão de seis partidos, obteve 44,88%

O presidente Turquia Recep Tayyip Erdogan e seu opositor Kemal Kilicdaroglu disputarão o segundo turno da eleição presidencial do país, confirmou o chefe do Alto Conselho Eleitoral da Turquia na manhã desta segunda-feira (15). O segundo turno está marcado para 28 de maio.

Com cerca de 35 mil votos a serem contados, Erdogan tinha 49,51% de apoio e Kilicdaroglu, que integra uma aliança de oposição de seis partidos e também lidera o Partido Republicano do Povo, 44,88%. Nenhum candidato alcançou a maioria necessária para a vitória em primeiro turno.
No começo da apuração, os primeiros resultados colocavam o atual presidente confortavelmente à frente, mas conforme a contagem continuou, sua vantagem diminuiu e ficou abaixo dos 50% necessários para garantir a vitória.

A corrida representa o maior desafio até agora para o líder turco há 20 anos, Erdogan, que enfrentou ventos econômicos contrários e críticas devido ao impacto do devastador terremoto de 6 de fevereiro

Ele chegou ao poder em 2003, como primeiro-ministro, e se tornou o presidente em 2014, ampliando os poderes do cargo a partir de uma reforma constitucional três anos depois. Ele foi reeleito em 2018.

Pela primeira vez, a oposição da Turquia se uniu em torno de um único candidato, Kilicdaroglu, que representa uma coalizão eleitoral de seis partidos da oposição.

A perspectiva de mais cinco anos de governo de Erdogan vai perturbar os ativistas dos direitos civis que fazem campanha por reformas para desfazer o dano que dizem que ele causou à democracia turca. Milhares de presos políticos e ativistas podem ser libertados se a oposição prevalecer.

Trata-se de uma das eleições mais importantes nos 100 anos de história do país, uma disputa que poderia acabar com o governo imperioso de 20 anos e repercutir muito além das fronteiras do país. A participação eleitoral foi de 88,8%.

Sinan Ogan, candidato presidencial nacionalista da Turquia que terminou em terceiro lugar, disse que só poderia apoiar o principal candidato da oposição Kemal Kilicdaroglu no segundo turno se ele concordar em não fazer concessões a um partido pró-curdo.

“Consultaremos nossa base de eleitores para nossa decisão no segundo turno. Mas já deixamos claro que a luta contra o terrorismo e o envio de refugiados de volta são nossas linhas vermelhas”, disse Ogan à Reuters.

A eleição foi observada de perto na Europa, Washington, Moscou e em toda a região, onde Erdogan afirmou o poder turco enquanto fortaleceu os laços com a Rússia e colocou pressão na tradicional aliança de Ancara com os Estados Unidos.

Erdogan é um dos principais aliados do presidente russo Vladimir Putin. Muitos líderes europeus e do Oriente Médio tiveram relações problemáticas com Erdogan.
As principais preocupações dos eleitores

No topo da lista de preocupações dos eleitores está o estado da economia e os danos causados pelo terremoto. Mesmo antes do desastre de fevereiro, a Turquia lutava contra o aumento dos preços e uma crise cambial que em outubro viu a inflação atingir 85%.

Isso afetou o poder de compra do público e é “fundamentalmente a razão pela qual a popularidade de Erdogan foi corroída”, disse Sinan Ulgen, ex-diplomata turco e presidente do think-tank EDAM, com sede em Istambul. “Essa será a maior desvantagem para Erdogan”, disse ele.

Os eleitores também estão votando com base em quem consideram mais capaz de administrar as consequências do terremoto, bem como proteger o país de futuros desastres, dizem analistas, acrescentando que a popularidade de Erdogan não teve o impacto político esperado.

“Há um debate sobre qual plataforma eleitoral fornece a solução certa para lidar com essas vulnerabilidades e aumentar a resiliência da Turquia a esses desastres nacionais”, disse Ulgen.

Além da economia e da gestão governamental dos frequentes desastres naturais na Turquia, os eleitores provavelmente estão preocupados com o afastamento de Erdogan da democracia – algo que a oposição fez campanha para reverter.

(Publicado por Marina Toledo, com informações da Reuters e CNN Internacional)

Fonte e Publicado Por:Jornal Folha do Progresso em 15/05/2023/06:31:35

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Com reeleição de Erdogan ameaçada, turcos vão às urnas neste domingo (14)

Presidente da Turquia, Tayyip Erdogan – (Foto>Reprodução) – Há duas décadas no poder, atual chefe de Estado estava atrás do principal candidato da oposição, segundo pesquisa

Os turcos vão às urnas neste domingo (14) para eleger presidente e parlamentares para os próximos cinco anos. No poder há duas décadas, Recep Tayyip Erdogan tenta a reeleição, mas enfrenta um cenário delicado, podendo ser derrotado pelo principal adversário da oposição, Kemal Kilicdaroglu.

Uma pesquisa divulgada na quinta-feira (11) indicou que Kilicdaroglu liderava a corrida eleitoral antes do pleito. Além disso, a desistência de um dos quatro candidatos à Presidência pode impactar a disputa.
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Kilicdaroglu integra uma aliança de oposição de seis partidos e também lidera o Partido Republicano do Povo. Para ser eleito, o candidato precisará de mais de 50% dos votos. Caso seja necessário um segundo turno, ele ocorrerá no dia 28 de maio.
A Turquia passa por instabilidade social e econômica, que devem ser fatores-chave na votação deste final de semana. Regiões do país ainda tentam se reerguer, por exemplo, do terremoto ocorrido em fevereiro deste ano, que deixou mais de 50 mil mortos e milhões de deslocados na Turquia e Síria.

Conforme analisa Christopher Mendonça, professor de Relações Internacionais do IBMEC Belo Horizonte, “não há dúvidas de que a economia será o fator de destaque”,

“Milhares de famílias foram atingidas pelo terremoto e precisam reestabelecer-se em um cenário incerto. Vencerá as eleições aquele candidato que conseguir produzir maior credibilidade em seu discurso de retomada da atividade econômica turca”, comenta.

Ele também destaca que a longevidade de Erdogan no poder “gera desgastes entre grupos que o apoiam nessa longa trajetória. Promessas não cumpridas aos curdos, insatisfação com os destinos econômicos do país e preocupação com a posição turca no conflito europeu interferem diretamente na escolha de quem governará o país pelos próximos cinco anos”.

Leandro Consentino, especialista em Relações Internacionais, avalia o quadro econômico — com inflação de 50% — como “bastante complicado”, sendo essencial para o crescimento da oposição.

“O governo não está sabendo lidar muito bem com a situação nesse momento e isso talvez seja uma das grandes causas para oposição ter pela primeira vez um fôlego importante para enfrentar o Erdogan”, pondera.

Consentino observa que o principal desafio das atuais candidaturas é “a própria superação do quadro atual”, sendo necessário que Recep Tayyip Erdogan se “reinvente”, tendo em vista a questão da longa permanência no cargo e perda de popularidade, deixando clara essa disposição para os eleitores.

Já para a oposição, ele entende ser preciso dar “resposta efetiva aos problemas” enfrentados pelo país, mostrando o porquê de precisarem estar no governo.

Pesquisas indicam possível comparecimento recorde de eleitores nas eleições de 2023. Mendonça afirma que a alta participação popular indica o aumento da preocupação da população do país com a política.

Já Consentino diz que o acirramento da disputa, com um quadro em que a oposição faz efetivamente frente ao atual mandatário, mobiliza mais votantes.
Efeitos de possível derrota de Erdogan

Christopher Mendonça pontua que uma possível derrota de Erdogan pode gerar mudança de orientação do governo da Turquia. “O atual presidente é representante de uma ampla aliança conservadora e seus adversários pertencem a grupos mais voltados à centro-esquerda”, enfatiza.

Leandro Consentino, por sua vez, diz que o atual chefe de Estado tem realizado reformas iliberais. Com a alternância de poder, poderia haver um regime mais “disposto a liberdades democráticas”, na visão do especialista.

A comunidade internacional também estará de olho nas eleições turcas, porque, além das questões internas, o país faz parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e tem forte relação com a Rússia, sendo, por exemplo, um entrave para a adição de novos membros ao grupo militar.

Recentemente, Vladimir Putin, presidente russo, participou virtualmente da inauguração de uma usina nuclear em Akkuyu, na Turquia. Ela é propriedade e será operada pela estatal russa Rosatom.

Putin e Erdogan em Samarkand / 16/9/2022 Sputnik/Alexander Demyanchuk/Pool via REUTERS
Putin e Erdogan em Samarkand / 16/9/2022 Sputnik/Alexander Demyanchuk/Pool via REUTERS

Esse movimento aumenta a dependência energética turca com relação aos russos, o que não é visto com bons olhos por potências do Ocidente.

Consentino avalia que, se Erdogan for derrotado, a relação com a Rússia pode ser impactada, pois a oposição flertaria muito mais com o Ocidente. Mesmo se ele triunfar com pequena margem, o especialista pondera que “correções de rumo” na política externa podem ser vistas.

Ainda assim, outros analistas entendem que há limites na articulação turca neste sentido, podendo não significar o fim dos laços com a Rússia.

Onur Isci, professor assistente de relações internacionais na Bilkent University, em Ancara, pontuou à CNN que isso se deve ao quão profundamente entrelaçadas as economias turca e russa estão.
Eleições parlamentares e “inviabilização do mandato”

Além do presidente, também haverá renovação no Parlamento da Turquia. Assim, Christopher Mendonça destaca que “ganhar uma disputa presidencial nem sempre é ter a capacidade plena para governar”.

“Sob Erdogan, principalmente depois de 2017, com a mudança do sistema de governo, o Parlamento perdeu muito de sua autonomia. Um novo governo do atual presidente teria muito mais harmonia com a estrutura parlamentar, e uma derrota desta plataforma geraria dificuldades grandes para que a oposição governasse o país dividido”, adverte.

Leandro Consentino também entende que a gestão da coalizão será fundamental, alertando que “as maiorias [parlamentares] não nascem prontas no regime como esse”.

“Caso a oposição vença como a maioria parlamentar do lado do Erdogan, não seria impossível governar dessa forma, mas seria mais difícil, mais trabalhoso, e, no limite, se as relações ficarem envenenadas, isso pode até inviabilizar o mandato todo ali dos oposicionistas”, pondera.
Como funcionam as eleições na Turquia

As eleições para presidente e para o Parlamento na Turquia acontecem simultaneamente a cada cinco anos.

Os partidos podem indicar candidatos à Presidência se tiverem ultrapassado a marca de 5% dos votos nas últimas eleições parlamentares, ou então ter 100 mil assinaturas apoiando uma nomeação.

O candidato que tiver mais de 50% dos votos no primeiro turno será eleito. Se isso não ocorrer, haverá segundo turno entre os dois nomes mais bem votados.

Já no caso do Parlamento, o país segue o sistema de representação proporcional, sendo que o número de assentos que um partido obtém — do total de 600 assentos — é diretamente proporcional aos votos que ganha.

Entretanto, os partidos precisam conseguir pelo menos 7% dos votos — sozinhos ou em “aliança” — para poder colocar representantes no Congresso.

Neste domingo (14), as urnas abriram às 08h e fecharão às 17h, ambos horários locais — a abertura ocorreu às 02h do horário de Brasília. Os resultados devem sair por volta de 21h, também no horário local.

Caso seja necessário um segundo turno na disputa presidencial, ele será realizado no dia 28 de maio.

Fonte e Publicado Por:Jornal Folha do Progresso em 14/05/2023/06:31:35 *com informações da Reuters, da CNN e de Nadeen Ebrahim, da CNN

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