Trump diz que Brasil é ‘péssimo parceiro comercial’ e chama processo contra Bolsonaro de ‘execução política’

Donald Trump — Foto: REUTERS

Presidente dos EUA voltou a atacar o Brasil ao ser questionado sobre as tarifas aplicadas a países da América Latina e à aproximação deles com a China em conversa com jornalistas na Casa Branca nesta quinta-feira (14).

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o Brasil é um “péssimo parceiro comercial” e chamou o processo contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro de “execução política” em uma conversa com jornalistas na Casa Branca nesta quinta-feira (14).

Ao ser questionado sobre as tarifas aplicadas a países da América Latina e à aproximação deles com a China, principalmente após a medida, Trump afirmou que não está preocupado e voltou a atacar o Brasil:

“O Brasil tem sido um péssimo parceiro comercial em termos de tarifas — como você sabe, eles nos cobram tarifas enormes, muito, muito maiores do que as que nós cobramos, e, basicamente, nós nem estávamos cobrando nada. (…) Eles cobram tarifas enormes e tornaram tudo muito difícil de fazer. Então, agora estão sendo cobrados 50% de tarifas, e não estão felizes, mas é assim que funciona”.

O Brasil tem déficit na relação comercial com os Estados Unidos desde 2009, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em 2024, considerando produtos e serviços, o déficit foi superior a US$ 28 bilhões.

O presidente americano também voltou a defender Bolsonaro:

“O Brasil tem algumas leis muito ruins acontecendo… Quando eles pegam um presidente e eles o colocam na prisão ou estão tentando prendê-lo. Eu conheço esse homem e vou lhe dizer — eu sou bom em avaliar pessoas: acho que ele é um homem honesto. Acho que o que fizeram é uma coisa… Isso é realmente uma execução política que estão tentando fazer com o Bolsonaro”.

Desde julho, Trump vem falando ocasionalmente sobre Jair Bolsonaro ao mencionar o Brasil. Ele acusa o Judiciário brasileiro de estar fazendo uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente.

Nesta quarta-feira (13), o presidente Lula afirmou que o governo seguirá tentando uma negociação com os Estados Unidos para tentar reverter a tributação de produtos brasileiros:

“A gente vai continuar teimando em negociação porque nós gostamos de negociar. Nós não queremos conflito. Não quero conflito nem com Uruguai, nem com a Venezuela, quanto mais com os EUA. Agora a única coisa que precisamos exigir é que a soberania nossa é intocável, ninguém dê palpite nas coisas que nós temos que fazer”.

Ao anunciar taxas de 50% aos produtos brasileiros que entram nos EUA, Trump associou a medida diretamente ao julgamento no qual Bolsonaro é réu. Dois dias depois da declaração, em 17 de julho, Trump divulgou uma carta escrita para Bolsonaro, em que voltava a defender o político do PL e a criticar a Justiça brasileira.

“O presidente Bolsonaro é um bom homem. Conheci muitos primeiros-ministros, presidentes, reis e rainhas, e sei que sou muito bom nisso. O presidente Bolsonaro não é um homem desonesto. Ele ama o povo brasileiro. Ele lutou muito pelo povo brasileiro. (…) Não é que ele seja meu amigo. Ele é alguém que eu conheço. Sei que ele representa milhões de brasileiros, são ótimas pessoas, ele ama o país e lutou muito por essas pessoas. E eles querem prendê-lo. Acho que isso é uma caça às bruxas e acho muito lamentável”, disse Trump, no último dia 15 de julho.

Segundo a PGR, Bolsonaro liderou uma organização criminosa armada voltada a desacreditar o sistema eleitoral, incitar ataques a instituições democráticas e articular medidas de exceção.

Em interrogatório no STF em junho, Bolsonaro negou que tenha liderado a trama golpista.

Críticas em relatório

Nesta terça-feira (12), os Estados Unidos afirmam que situação dos direitos humanos no Brasil “se deteriorou”, em um relatório feito pelo governo do republicano Donald Trump.

O documento, elaborado pelo Departamento de Estado dos EUA, faz críticas ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e ao ministro do STF Alexandre de Moraes. Também critica a prisão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de estado.

“A situação dos direitos humanos no Brasil piorou ao longo do ano. Os tribunais tomaram medidas amplas e desproporcionais para minar a liberdade de expressão e a liberdade na internet, bloqueando o acesso de milhões de usuários a informações”, afirma.

Além disso, também critica a Europa e afirma que não há “abusos significativos de direitos humanos” em El Salvador, para onde o governo Trump enviou vários imigrantes deportados e onde governa um aliado do republicano, Nayib Bukele, que acaba de aprovar a reeleição ilimitada no país.

📂O que é o documento divulgado pelos EUA: o “relatório de práticas de direitos humanos de países em 2024” foi entregue nesta terça-feira ao Congresso americano. Ele é composto por avaliações de 196 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) e é referência mundial —usado, por exemplo, em tribunais dos EUA e internacionais. O relatório é divulgado anualmente.

✅ Contexto Trump: o relatório de direitos humanos sobre o Brasil vocaliza críticas semelhantes a adotadas por Trump desde que anunciou um tarifaço aos produtos brasileiros. Ao justificar a tarifa, Trump citou perseguição política ao ex-presidente Bolsonaro, seu aliado. O relatório mostra uma mudança em relação ao o divulgado em 2024, feito sob a administração de Joe Biden (Partido Democrata), rival de Trump.

🚨Suspeita de politização: o jornal Washington Post relatou que a redação do relatório sobre o Brasil causou “desconforto” no Departamento de Estado, com servidores dizendo que “o processo foi indevidamente politizado” quando comparado a anos anteriores.

No relatório de 2024, produzido pela gestão do democrata Joe Biden e relativo aos acontecimentos de 2023 ou anteriores, as eleições presidenciais brasileiras foram consideradas justas e livres de abusos ou irregularidades.

O relatório apenas mencionava pontos de atenção em relação a assédio eleitoral e tentativas de interferências de organizações criminosas, além do aumento nas inspeções da Polícia Rodoviária Federal em ônibus públicos no Nordeste nas eleições presidenciais de 2022, num suposto movimento para dissuadir o voto em uma região com maior presença de eleitores de Lula.

 

Fonte: g1 Pará e TV Liberal — Belém e  Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 14/08/2025/16:58:31

O formato de distribuição de notícias do Jornal Folha do Progresso pelo celular mudou. A partir de agora, as notícias chegarão diretamente pelo formato Comunidades, ou pelo canal uma das inovações lançadas pelo WhatsApp. Não é preciso ser assinante para receber o serviço. Assim, o internauta pode ter, na palma da mão, matérias verificadas e com credibilidade. Para passar a receber as notícias do Jornal Folha do Progresso, clique nos links abaixo siga nossas redes sociais:

Apenas os administradores do grupo poderão mandar mensagens e saber quem são os integrantes da comunidade. Dessa forma, evitamos qualquer tipo de interação indevida. Sugestão de pauta enviar no e-mail:folhadoprogresso.jornal@gmail.com.

Envie vídeos, fotos e sugestões de pauta para a redação do JFP (JORNAL FOLHA DO PROGRESSO) Telefones: WhatsApp (93) 98404 6835– (93) 98117 7649.
“Informação publicada é informação pública. Porém, para chegar até você, um grupo de pessoas trabalhou para isso. Seja ético. Copiou? Informe a fonte.”
Publicado por Jornal Folha do Progresso, Fone para contato 93 981177649 (Tim) WhatsApp:-93- 984046835 (Claro) -Site: www.folhadoprogresso.com.br   e-mail:folhadoprogresso.jornal@gmail.com/ou e-mail: adeciopiran.blog@gmail.com