Usina irá alagar 10 mil hectares de floresta

Dos 34 mil hectares que serão alagados, 18,1 mil são cobertos por mata dos quais 44% serão retirados.

Uma área equivalente a 11 mil campos de futebol, recoberta por floresta e vegetação do bioma amazônico, será afundada no Rio Teles Pires. A área corresponde a parte que será inundada pelo lago da Usina Hidrelétrica de Sinop, em que não será retirada a vegetação antes do fechamento das comportas. Pelo menos 10 mil hectares de florestas, juquiras e matas ciliares ficarão no fundo do rio.

O Plano de Supressão Vegetal, que é a retirada da flora nas áreas atingidas pelo lago, foi apresentada pelo diretor de Meio Ambiente da CES (Companhia Energética de Sinop), Ricardo Padilha. Durante a visita ao canteiro de obras no final de fevereiro, Padilha apresentou o planejamento da empresa referente a supressão da vegetação.

Conforme o diretor, o lago que será formado para geração de energia terá 34,2 mil hectares. Destes, cerca de 10 mil hectares correspondem a calha natural do rio, áreas de pastagem, áreas agrícolas, estradas e descampados. Na conta da CES, previamente aprovada pela SEMA (Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso), restam aproximadamente 18,1 mil hectares de áreas passíveis de supressão. Ou seja, áreas que são recobertas pela vegetação do bioma.

De acordo com Padilha, a CES fará a supressão em apenas 8,1 mil hectares. “Elaboramos um modelo matemático, com base na vazão do rio, na quantidade de matéria orgânica que deverá ser depositada no fundo do lago, para calcular a qualidade da água após o enchimento do reservatório com essa vegetação. Nossos cálculos apontam para uma qualidade de água aceitável, fazendo a supressão em apenas 8,1 mil hectares”, explicou Padilha.

Outro ponto que reduz a dimensão da supressão da vegetação é a formação de uma área de estuários a montante da MT-220. Nessa região as árvores serão propositalmente deixadas, compondo um “igarapé artificial”, de vegetação com as raízes submersas. Segundo Padilha, o objetivo é fazer dessa região um local de reprodução dos peixes. “A manutenção da vegetação nesse região foi recomendada pela Sema”, comenta o diretor.

A supressão será feita por uma empresa terceirizada, que já começou a abertura na região mais próxima do canteiro de obras. A CES declarou que não tem interesse comercial na madeira que possa ser extraída. Os levantamentos apontam que na região alagada existem pelo menos 6 espécies de árvores com aproveitamento comercial. “Em um cálculo rápido, apenas duas delas demonstraram ter viabilidade econômica para exploração, levando em conta as taxas praticadas, o que é de certa forma, revoltante”, pontou Padilha.

A remoção da vegetação nas áreas alagadas implica em custos para a CES, que precisa pagar pelo serviço. Para o meio ambiente, a vegetação não retirada, que será coberta pelo rio, representa um depósito de matéria orgânica, que afeta a quantidade de oxigênio na água e, por consequência, a qualidade do recurso hídrico. O maior impacto costuma ser na população de peixes.

Fonte: GC Notícias
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