Violada por três homens no dia do próprio casamento

image_pdfimage_print

Quando Terry Gobanga não apareceu no dia do seu casamento, ninguém imaginou que tinha sido sequestrada, violada e deixada em estado grave na berma de uma estrada, no Quénia. Mas a verdade é que tinha acontecido. Quase 12 anos depois, Terry decidiu contar a tragédia que abalou a sua vida em livro.

“Seria um grande casamento. Eu era pastora e todos os membros da nossa igreja foram convidados, assim como os nossos familiares. Eu e o meu noivo, Harry, estávamos muito ansiosos, íamos casar na Catedral de Todos os Santos de Nairóbi (capital do Quénia) e eu tinha alugado um lindo vestido”, começa por contar a queniana.

Na noite anterior ao casamento, Terry reparou que tinha a gravata do noivo consigo e pediu a uma amiga, que tinha passado a noite em sua casa, para levar o acessório a Harry, logo de manhã, antes da cerimónia.

“Acordámos de madrugada e fui levá-la ao autocarro. Quando estava a voltar para casa passei por um homem sentado no capot de um carro. De repente ele agarrou-me e atirou-me para o banco traseiro do veículo onde estavam mais dois homens. E arrancou com o carro”, relata Terry, adiantando que os agressores lhes colocaram um pano na boca.

Quando Terry conseguiu tirar a mordaça gritou: “É o dia do meu casamento”. Esta afirmação fez com que a queniana levasse o primeiro soco.

A partir daí, os homens começaram a violar Terry à vez, até que esta mordeu o pénis de um dos agressores.

“Ele gritou de dor e um dos outros esfaqueou-me na barriga. Depois abriram a porta e atiraram-me para fora do carro em andamento”, relata, adiantado que entre o sequestro e o abandono passaram mais de seis horas.

No momento em que os suspeitos atiraram a mulher para fora do veículo, passava uma criança que chamou a avó. Várias pessoas correram para o local e chamaram a polícia, todos pensaram que a queniana estava morta.

“Envolveram-me num lençol e já me estavam a levar para o Instituto de Medicina Legal quando comecei a tossir. Quando viram que eu estava viva nem queriam acreditar. Levaram-me para o maior hospital público do Quénia”, conta a mulher.

Quando Harry e os familiares souberam o que se tinha passado, foram diretos para o hospital.

Passados alguns dias o estado de saúde de Terry começou a melhorar. Tomou a pílula do dia seguinte e comprimidos retrovirais para evitar que contraísse HIV. Contudo, recebeu a pior notícia da sua vida.

“O ferimento foi muito profundo e atingiu o meu útero. O médico disse que eu nunca iria ter filhos”, afirma.

Entretanto, Harry continuava a querer casar com Terry. Apesar de no início não conseguir pensar nisso, quando recebeu os resultados negativos do teste de HIV, três meses depois da violação, a mulher decidiu aceitar o segundo pedido de casamento do noivo.

Os violadores nunca chegaram a ser presos.

Marido morre um mês após casamento
Em julho de 2015, sete meses depois da violação, Terry e Harry casaram-se e foram de lua-de-mel.

Um mês depois da cerimónia, o casal estava em casa e a noite estava fria. Harry decidiu acender o aquecedor a carvão e colocou o aparelho no quarto.

Depois de jantarem, o casal tirou o aquecedor da divisão e deitou-se. Harry disse a Terry que estava tonto, mas algo sem importância.

Terry continuava com frio, tentou levantar-se mas já não tinha forças. Olhou para Harry e o marido tinha desmaiado. Foi aí que se apercebeu que algo estava errado. A queniana só conseguiu rastejar para o para o telefone e ligar para a vizinha a pedir ajuda.

“Acordei no hospital e perguntei onde estava o meu marido. O médico respondeu-me que ele tinha morrido com um envenenamento por monóxido de carbono. Entrei em choque. Senti-me traída por Deus. Morri naquele instante”, contou.

História com final feliz
Passaram os anos e Terry sempre pensou que não voltaria a casar. Mas havia um homem – Tonny Gobanga – que continuava a vistá-la. Três anos depois da tragédia se ter abatido na vida da queniana, o casal apercebeu-se que estava apaixonado e Tonny acabou por pedir Terry em casamento.

Quando o noivo contou a novidade aos familiares, estes não reagiram da melhor forma. Queriam que Tonny se afastasse dela porque estava “amaldiçoada”.

Um ano depois do casamento, Terry sentiu-se mal e foi ao médico. E, pela primeira vez em muitos anos, foi surpreendida com uma boa notícia. Estava grávida.

“Apesar de ser uma gravidez de risco por ter sido esfaqueada, correu tudo bem e tivemos uma menina, Tehille. Quatro anos depois, tivemos outra, Towdah”, conta. Hoje, Terry tem uma ótima relação com os sogros.

Hoje, Terry é uma nova mulher. A queniana criou uma ONG, chamada Kara Olmurani, para ajudar vítimas de violações e lançou um livro sobre a sua vida. ‘Rastejando para Fora da Escuridão’ tem como objetivo ajudar as pessoas que passam por tragédias a recuperar a esperança.
Por cmjornal
“Informação publicada é informação pública. Porém, para chegar até você, um grupo de pessoas trabalhou para isso. Seja ético. Copiou? Informe a fonte.”
Publicado por Jornal Folha do Progresso, Fone para contato 93 981177649 (Tim) WhatsApp:-93- 984046835 (Claro)   E-mail:folhadoprogresso@folhadoprogresso.com.br

%d blogueiros gostam disto: