Violência contra a mulher: medos, traumas e a ‘volta por cima’ de quem teve coragem de denunciar

Delegacia da Mulher em Santarém — Foto: Arquivo/G1

No dia que a Lei Maria da Penha completa 13 anos, o G1 relembra caso de mulher que denunciou ex-companheiro e hoje tenta retomar a vida após traumas.

A Lei Maria da Penha completa 13 anos nesta quarta-feira (7) e o G1 relembra a história de uma das vítimas de ex-companheiros agressivos. O caso aconteceu em Santarém, oeste do Pará, em 2017. Até hoje, a mulher carrega na alma as marcas da violência.

Sofrendo até hoje os traumas e o medo de um ex-companheiro abusivo e agressivo, a vítima topou falar com o portal, mas pediu para não ser identificada. Ao G1 ela informou que conta com medida protetiva. O processo ainda tramita na justiça.

O caso aconteceu em 2017 quando o ex-companheiro foi até a casa da vítima para tirar satisfações sobre uma publicação em uma rede social com o atual. Eles estavam separados há mais de um ano. Furioso, o ex que é policial militar pediu para reatar o relacionamento e ao ouvir a negativa da vítima, atirou no carro dela.

“Ele pagou os danos. Já tivemos uma audiência no Fórum e estou aguardando a próxima audiência. Fui ouvida separadamente, ainda tenho medo, não saio de casa sozinha”, disse.

De acordo com a vítima, o ex a deixou para viver com outra pessoa. A vítima, que na época trabalhava em um hospital, decidiu recomeçar a vida, foi quando conheceu o atual esposo. Ao saber do novo relacionamento da ex, o homem ficou furioso, passou a fazer ameaças e procurá-la no local de trabalho.

“Eu fui desligada do hospital e talvez tenha sido por isso. Eu precisava mostrar a foto dele aos seguranças, e as pessoas me contavam que ele ficava rondando o meu local de trabalho. Creio que seja por isso que fui desligada”, ponderou.

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violencia contra mulher.2Suspeito enviou mensagens de texto afirmando que iria atirar — Foto: Arquivo pessoal

Recomeço

A vítima está casada há 10 meses, mas o pesadelo vivido deixou marcas. No dia do casamento, os noivos precisaram contratar seguranças particulares para garantir a integridade deles e dos convidados.

Ao lado do esposo, ela tenta vencer os traumas sofridos. Juntos, abriram um empreendimento e aos poucos ela retoma a vida.

“Eu ainda faço acompanhamento com psicólogo, pois adquiri ansiedade e depressão. Faz dois meses que já não tomo mais os medicamentos e vou ter alta”, completou.

Tarefas comuns do dia a dia também não eram possíveis, pelo ela tinha medo de encontrar com o ex. Segundo a empresária, dirigir e ir ao supermercado são atividades que hoje já são possíveis. Além de atendimento com psicólogo, o apoio do esposo e o suporte espiritual foram fundamentais para dar a volta por cima.

A importância de denunciar

Ainda de acordo com a empresária, o atual esposo chegou a pedir que ela desistisse do processo. O casal temia que ele quisesse se vingar. Mas ela quis seguir em frente, para motivar outras mulheres também.

“O advogado dele entrou em contato comigo e garantiu que ele não iria mais me procurar. Justificou que ele fez tudo de cabeça quente. Essa foi a condição que o advogado dele impôs para defendê-lo e assim tem sido. Nunca mais o vi e ele nunca mais me procurou”, continuou.

Ela disse ainda que é muito importante mulheres que sofrem com companheiros agressivos e abusivos fazerem a denúncia e se livrarem desse tipo de relação.

“Ele fez isso com outras duas, mas elas tiveram medo de denunciar, então eu quis manter a denúncia para defender essas outras vítimas também”, finalizou.

Por Dominique Cavaleiro, G1 Santarém — PA

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