Os dados de rastreamento do câncer de colo do útero na Atenção Primária em Saúde (APS), realizados por meio do exame citopatológico (Papanicolau), mostram que a cobertura segue muito abaixo da meta definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), apenas 0,48% dos municípios brasileiros alcançaram cobertura igual ou superior a 80% no 3º quadrimestre de 2024. A maioria (52,35%) permanece entre 20% e 40% de cobertura, enquanto em 10,20% dos municípios menos de 20% das mulheres realizaram o exame. Apenas 37,44% atingiram a meta mínima de 40%, estipulada pelo Ministério da Saúde no último programa de financiamento da APS, vigente até abril de 2024.
Os números revelam o cenário de um Brasil real. São histórias como a da Maria de Souza, moradora de Pacoti (CE), que passou mais de duas décadas sem realizar um exame preventivo. “Estava há 21 anos [sem realizar o exame preventivo], mas sempre fui uma mulher que gostei muito de me cuidar. Eu fui trocar uma receita, e a equipe [de saúde] insistiu que eu fizesse. Fiquei satisfeita, porque se eles não tivessem feito isso, eu não teria ido”, diz.
Em relação ao tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento, os números do SISAB indicam melhora na rede pública, mas ainda com grandes desafios. Em 2017, 84,24% dos tratamentos foram iniciados após 60 dias do diagnóstico. Em 2024, esse percentual caiu para 39,48%. O percentual de tratamentos iniciados até 30 dias após o diagnóstico tem se mantido constante ou aumentado, atingindo 40,01% em 2024.
“Diagnosticar o câncer de colo de útero em sua fase inicial é essencial para salvar vidas e diminuir o sofrimento das pessoas diagnosticadas. A detecção precoce aumenta significativamente as chances de cura e reduz as sequelas decorrentes do tratamento. Outro ponto crucial é a diminuição do tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento: devemos lembrar que todo tempo é valioso quando o assunto é tratar uma doença tão grave. Por isso, investir na detecção o quanto antes é tão importante quanto iniciar o tratamento sem demora” afirma Juliana Ramalho, gerente de saúde pública da ImpulsoGov.
Fundada em 2019 por Isabel Opice e João Abreu, a organização sem fins lucrativos ImpulsoGov já atendeu diretamente mais de 240 municípios por meio de diferentes projetos, nos quais vivem mais de 20 milhões de pessoas. O Impulso Previne é uma das iniciativas da organização, uma solução digital e gratuita que centraliza em uma plataforma dados, análises e recomendações sobre os principais indicadores de prevenção em saúde, para apresentá-los de forma rápida e descomplicada aos profissionais do SUS. Com essa iniciativa, a ImpulsoGov ajuda a identificar, por exemplo, quem são as pessoas com exames preventivos em atraso e quem é a equipe de saúde responsável por realizar esse atendimento.
O estudo sobre câncer cervical também aponta uma mudança positiva no estadiamento dos diagnósticos. O percentual de casos identificados no Estádio IV, o mais avançado da doença, caiu de 59,6% em 2013 para 24,4% em 2024. A soma dos diagnósticos em Estádios III e IV passou de 77,1% em 2013 para 65,3% em 2024, considerando dados do Painel Oncológico do SUS, que se referem exclusivamente à rede pública.
Apesar dos avanços, a mortalidade segue elevada. Em 2023, o Brasil registrou 7.209 mortes por câncer de colo do útero. Até 31 de julho de 2024, já foram contabilizados 4.353 óbitos, reforçando a urgência de ações efetivas de prevenção e diagnóstico precoce. A análise dos dados do SISAB por região mostra que o Norte do país apresenta, consistentemente, as maiores taxas de mortalidade. Em 2023, a taxa foi de 10,24 óbitos por 100 mil mulheres na região Norte, enquanto a região Sudeste registrou 5,22. Os estados com as maiores taxas são Amazonas, Roraima e Pará; em contraste, Minas Gerais, Rondônia e São Paulo apresentam os menores índices de mortalidade.
Sobre a ImpulsoGov
A ImpulsoGov é uma organização sem fins lucrativos que, em parceria com governos, fortalece o SUS no Brasil com soluções inovadoras e gratuitas para profissionais de saúde pública. Através de ferramentas baseadas em dados e tecnologia, ajuda os profissionais de saúde a oferecer cuidados preventivos e eficazes, garantindo diagnósticos precoces e intervenções rápidas. A ONG já atendeu diretamente mais de 240 municípios onde moram mais de 20 milhões de pessoas e, até 2029, tem o objetivo de alcançar todos os 5,5 mil municípios brasileiros, contribuindo para uma saúde pública mais eficiente, inclusiva e acessível para todos. Saiba mais em: www.impulsogov.org
Fonte:Ascom/Impulsogov/Jornal Folha do Progresso e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 30/04/2025/06:30:51
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