Hamas declara fim da guerra na Faixa de Gaza
Crianças palestinas celebram novo acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas em um campo para deslocados em Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza. 09/10/2025 – (Foto:Eyad Baba/AFP)
O chefe do grupo militante palestino Hamas em Gaza, Khalil Al-Hayya, declarou nesta quinta-feira, 9, o fim da guerra com Israel e o início de um cessar-fogo permanente, afirmando em discurso televisionado que recebeu garantias dos Estados Unidos, de mediadores árabes e da Turquia de que o conflito foi encerrado de forma permanente.
Durante fala, Al-Hayya também anunciou a abertura da passagem de Rafah — na fronteira do território palestino com o Egito — em ambas as direções, permitindo maior mobilidade de civis e de entrada de ajuda humanitária. Além disso, o líder declarou a libertação de todas as mulheres e crianças palestinas detidas por Israel.
O acordo foi acertado na véspera durante negociações no Egito e inclui a retirada das Forças Armadas israelenses do enclave, a interrupção dos ataques militares e a libertação dos reféns — os vivos, segundo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que avançou a proposta, serão soltos na próxima segunda-feira.
O anúncio do Hamas segue a declaração do governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de que todas as partes assinaram a versão final da primeira fase do acordo de cessar-fogo.
Depois de dois anos de guerra, palestinos e israelenses saíram às ruas para celebrar o acordo de cessar-fogo. Em Gaza, onde quase todos os 2 milhões de habitantes foram deslocados por bombardeios israelenses, as ruas devastadas foram tomadas por aplausos.
“Graças a Deus pelo cessar-fogo, o fim do derramamento de sangue e da matança”, disse Abdul Majeed Abd Rabbo em Khan Younis, no sul de Gaza. “Não sou o único feliz, toda a Faixa de Gaza está feliz, todo o povo árabe, todo o mundo está feliz com o cessar-fogo e o fim do derramamento de sangue. Obrigado e todo o amor àqueles que estiveram conosco”, acrescentou ele em entrevista à agência de notícias Reuters.
Na região costeira de Al-Mawasi, pessoas se reuniam para gritar em uníssono “Allahu Akbar“, que significa “Deus é o maior”. “É um grande dia, uma grande alegria”, exclamou Ahmed Sheheiber, um palestino deslocado que mora em um abrigo na Cidade de Gaza, chorando ao telefone ao saber do acordo.
No local batizado de Praça dos Reféns, em Tel Aviv, que viu muitos protestos nas últimas semanas, Einav Zaugauker, mãe de Matan, há 731 dias em cativeiro, estava em êxtase.
“Não consigo respirar, não consigo explicar o que estou sentindo… É uma loucura”, disse ela ao jornal israelense Haaretz, enquanto sinalizadores comemorativos pintavam o céu da cidade de vermelho. “Matan vai voltar para casa. Estas são as lágrimas pelas quais eu rezei”, acrescentou.
Emily Damari, uma britânica-israelense que foi mantida em cativeiro pelo Hamas por mais de um ano antes de ser libertada em janeiro, postou um vídeo em seu Instagram comemorando a notícia com amigos, incluindo a também ex-refém Romi Gonen. O grupo pôde ser visto se abraçando e dançando em uma sala enquanto brindavam “L’chaim”, que significa “à vida”.
“Não tenho palavras para descrever o que estou sentindo”, disse Omer Shem-tov, que também ficou em posse do Hamas por meses, à Reuters.
Descrevendo o acordo como um “grande dia para Israel”, o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, declarou: “Com a ajuda de Deus, traremos todos para casa.”
O que prevê o acordo e o que ainda está em aberto
Desencadeada pelo brutal ataque de 7 de outubro de 2023 a Israel, que matou cerca de 1.200 pessoas, muitas delas civis, a campanha militar de retaliação contra Gaza foi devastadora, matando mais de 67 mil pessoas, incluindo muitas crianças, enquanto os bloqueios à entrada de suprimentos no território resultaram em quadros gerais de inanição e fome aguda. A guerra arrasou o território palestino e desencadeou uma enorme crise humanitária.
Sob o texto, a primeira fase suspenderá as hostilidades no enclave, com as tropas israelenses recuando para novas posições. Os reféns mantidos pelo Hamas – dos quais se acredita que cerca de 20 estejam vivos – serão libertados em 72 horas, seguidos pelos restos mortais dos outros 28.
Em troca, entre 1.700 e 2.000 prisioneiros palestinos serão liberados de prisões israelenses — o Hamas entregou uma lista com nomes de 250 pessoas condenadas à prisão perpétua e mais 1,7 mil detidas em Gaza desde outubro de 2023.
E haverá um aumento na entrada de ajuda humanitária no território, extremamente necessária, embora o cronograma desse fluxo não tenha sido especificado. Não se tabe também se todas as organizações estrangeiras estariam liberadas para entrar no território e que tipo de suprimentos seriam permitidos passar nessa retomada.
Segundo uma fonte citada pela BBC, quando o cessar-fogo entrar em vigor, Israel permitirá que 400 caminhões de ajuda entrem em Gaza diariamente durante os primeiros cinco dias, um número que aumentaria gradualmente nas etapas posteriores. Mas nenhuma das partes confirmou essa informação.
Também é incerto exatamente quanto território as IDF vão ceder – a mídia israelense fala em manter mais da metade de Gaza por enquanto – e qual poderia ser o cronograma para uma retirada, mesmo que parcial. O Hamas havia exigido uma retirada completa.
Outro ponto importante: o desarmamento do Hamas. Conforme relatou o jornal americano The New York Times, o grupo palestino poderia aceitar um desarmamento parcial de suas forças em Gaza, exigindo em troca algum tipo de garantia vinda de Trump de que Israel não retomará a guerra. E parece improvável que os combatentes aceitem uma anistia ou se exilem, como especifica o plano de 2o pontos de Trump.
Há outras questões a serem resolvidas – a forma exata de governança em Gaza após o fim definitivo da guerra, a potencial reconstrução do território devastado, quem poderia fornecer soldados para uma força internacional de “estabilização”, e muito mais. Tudo isso ainda precisa ser totalmente negociado e, ou mesmo, explicitamente acordado em princípio.
Fonte:veja.abril e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 10/10/2025/07:00:00
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