Mulher que matou e incendiou o corpo do marido em Castelo dos Sonhos é presa no DF acusada de matar enteada de 7 anos
Iraci Bezerra dos Santos Cruz, 43 anos, era considerada foragida da Justiça do Pará antes de matar a enteada, Rafaela Marinho, 7, no Distrito Federal. (Foto: Reprodução)
Na sexta-feira (21), após matar a menina enforcada dentro da casa onde morava, na Estrutural (DF), Iraci se apresentou de forma espontânea à Polícia Civil. Ela disse ter cometido o crime após a criança afirmar que preferia morar com uma vizinha.
“A autora confessou o crime à polícia e disse que o fez após ter ingerido bebida alcoólica e ter feito uso de substância entorpecente. Ela a enforcou com o cinto e, após, a suspendeu por uma corda”, disse a delegada-chefe da 8ª Delegacia de Polícia.
A TV Globo apurou que, em depoimento à polícia, a mulher também disse ter colocado álcool no nariz da criança. Afirmou, ainda, que estava “arrependida” e iria “pagar pelo que fez”.
Antes de matar a enteada no DF, a mulher executou e incendiou o corpo do marido no distrito de Castelo dos Sonhos, no Pará.
Na delegacia, os policiais descobriram que Iraci Bezerra dos Santos Cruz tinha um mandado de prisão em aberto, expedido pelo Estado do Pará, por um homicídio praticado contra o ex-companheiro, fato que ela nega.
O Jornal Folha do Progresso teve acesso ao relatório policial da Delegacia de Castelo dos Sonhos (PA), que detalha o homicídio pelo qual Iraci Bezerra dos Santos Cruz, 43 anos, era considerada foragida antes de matar a enteada, Rafaela Marinho, 7, no Distrito Federal. O documento descreve um crime marcado por extrema violência: o marido de Iraci foi executado com um tiro na cabeça e teve parte do corpo incendiada, segundo a Polícia Civil do distrito de Castelo dos Sonhos, no Pará.
O boletim de ocorrência, registrado em 17 de dezembro de 2023, narra que Marcos Gomes foi atingido por disparo de arma de fogo na região da cabeça, por volta das 2h, no distrito de Castelo dos Sonhos. Em seguida, parte do corpo da vítima foi queimada. Investigadores localizaram, no local, a espingarda calibre 28 usada no crime.
Testemunhas ouvidas no inquérito afirmaram que Iraci confessou o assassinato em ligações telefônicas feitas pela manhã, horas após o homicídio. Uma das pessoas relatou que a vítima trabalhava em sua fazenda e vivia ali com Iraci. Na noite do crime, ele deixou o casal sozinho no local devido à falta de energia. Pela manhã, recebeu a chamada em que Iraci admitiu ter “ceifado a vida de Marcos”.
Outra testemunha confirmou ter recebido declaração semelhante. O relatório indica que Iraci deixou a fazenda logo após o crime e “tomou rumo ignorado”, fugindo para evitar a prisão. Ela não chegou a ser ouvida pela Polícia Civil paraense.
A Justiça do Pará decretou a prisão preventiva ao concluir que Iraci matou Marcos e ateou fogo no corpo na tentativa de dificultar a identificação e destruir provas. O mandado, expedido em março de 2024, consta no Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP).
Iraci vivia em Brasília havia cerca de um ano, quando conheceu o pai de Rafaela. Agora, responderá também pelo assassinato da enteada, com agravantes que podem levar a pena de até 40 anos.

O homicídio contra Rafaela ocorreu na tarde de sexta-feira (21/11). Na 8ª DP, Iraci começou o depoimento dizendo: “É, agora vou pagar pelo que fiz”. A mulher relatou que, no dia anterior, usou drogas e álcool na companhia do namorado até as 5h de ontem. Às 7h, o pai de Rafaela saiu para trabalhar. Ao ser questionada sobre ter discutido com a menina antes do crime, ela afirmou que a criança disse que preferia morar com a vizinha, do que com ela.

“Não estava planejando, nem pensando”, respondeu Iraci à delegada, ao ser confrontada sobre a possível premeditação do crime. Acrescentou que teve uma “vontade repentina” e detalhou o passo a passo: primeiro, tentou dopar a menina usando um pano com álcool no nariz dela; depois, a asfixiou com um cinto e tentou pendurá-la em uma pilastra. “Depois, vesti uma roupa e vim na delegacia”, finalizou.
Menina pediu para voltar para a casa da mãe um dia antes
Mãe de menina morta pela madrasta diz que filha não queria voltar para a casa do pai.
A criança conversou com a mãe pela última vez na véspera do crime. A mãe, Fabiana Marinho, disse à TV Globo que chegou a ouvir um pedido da criança para voltar para a casa dela, mas não conseguiu buscar a filha a tempo de evitar o crime.
“Eu falei: ‘Amanhã a mamãe vai te buscar’. E fui buscar minha filha morta”, desabafou.
A madrasta é Iraci Bezerra dos Santos Cruz, de 43 anos. Assassina confessa, ela se entregou à Polícia Civil do DF e disse ter cometido o crime após a criança afirmar que preferia morar com uma vizinha.
“Ela queria ficar mais comigo. Hoje [sexta], eu já vinha buscar ela. No fim de semana, ela já estava ficando comigo”, disse a mãe.
A criança morava com o pai e a madrasta na Estrutural, em razão dos estudos. A mãe e os irmãos moram em Valparaíso de Goiás, no Entorno do DF, e tinham planos de buscar a criança ao fim do ano letivo.
Fabiana afirma que a filha insistia que não queria mais ficar na casa do pai. Segundo a mãe, a madrasta já tinha comportamento agressivo e usava drogas.
“O pai dela foi negligente de deixar minha filha com essa mulher. Disseram que essa mulher estava drogada há três dias. Eu quero justiça, quero que ele pague também. Se ele tivesse protegido ela, não tinha acontecido isso.”
“Ela chorava dizendo que não queria ir”
A irmã da vítima, que prefere não se identificar, contou à TV Globo que a menina não queria voltar para a casa do pai no início da semana do crime.
“Ela estudava durante a semana e, nos finais de semana, ficava com a gente. Só que, na segunda-feira de manhã, ela chorava. Ela falava: ‘Eu não quero ir [para a casa do pai]'”, contou.
A irmã afirma que a menina já tinha feito outros relatos envolvendo a madrasta.
“Uma vez, ela chegou em casa e falou: ‘Mãe, minha madrasta tentou matar meu pai, botou veneno para ele comer'”, relembra.
A Polícia Civil classifica a morte da criança como feminicídio, com incidência da Lei Henry Borel, e agravantes de:
-
meio cruel;
-
motivo fútil;
-
impossibilidade de defesa da vítima;
-
relação de madrasta;
-
vítima menor de 14 anos.
A pena pode chegar a até 40 anos de prisão. A mulher foi levada à carceragem da Polícia Civil, onde passará por audiência de custódia.

Fonte: Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 25/11/2025/17:31:32
O formato de distribuição de notícias do Jornal Folha do Progresso pelo celular mudou. A partir de agora, as notícias chegarão diretamente pelo formato Comunidades, ou pelo canal uma das inovações lançadas pelo WhatsApp. Não é preciso ser assinante para receber o serviço. Assim, o internauta pode ter, na palma da mão, matérias verificadas e com credibilidade. Para passar a receber as notícias do Jornal Folha do Progresso, clique nos links abaixo siga nossas redes sociais:
Apenas os administradores do grupo poderão mandar mensagens e saber quem são os integrantes da comunidade. Dessa forma, evitamos qualquer tipo de interação indevida. Sugestão de pauta enviar no e-mail:folhadoprogresso.jornal@gmail.com.
Envie vídeos, fotos e sugestões de pauta para a redação do JFP (JORNAL FOLHA DO PROGRESSO) Telefones: WhatsApp (93) 98404 6835– (93) 98117 7649.
“Informação publicada é informação pública. Porém, para chegar até você, um grupo de pessoas trabalhou para isso. Seja ético. Copiou? Informe a fonte.”
Publicado por Jornal Folha do Progresso, Fone para contato 93 981177649 (Tim) WhatsApp:-93- 984046835 (Claro) -Site: www.folhadoprogresso.com.br e-mail:folhadoprogresso.jornal@gmail.com/ou e-mail: adeciopiran.blog@gmail.com



