Presença de ministro do Meio Ambiente no sudoeste do Pará para intimidar madeireiros e donos de garimpos é estratégia de marketing

Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles durante sua estada no sudoeste do Pará, onde máquinas e combustíveis foram incendiados – (Foto:Reprodução )

A presença do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales, no sudoeste do Pará, durante a semana passada, destoa da posição que o titular da pasta vinha mantendo até cerca de um mês, quando o Brasil começou a ser pressionado com mais ênfase, por líderes mundiais, a adotar medidas mais severas em defesa da Amazônia, sob ameaça de boicote dos produtos produzidos pelo agronegócio e destiandos à exportação. Até então, o ministro do meio ambiente era aliado incondicional de grupos de madeireiros e garimpeiros, que atuam principalamente, em áreas de preservação e territórios indígenas localizadas ao longo das Br-163 e Br-230.

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Com gabinete sediado desde o último dia 11 no município de Itaituba, no sudoeste do estado, o ministro comandou pessoalmente uma série de incursões em áreas supostamente alvos de crimes ambientais, sobretudo na região de Jacareacanga, onde as denúncias de exploração ilegal de ouro e o desmatamento são constantes. As ações geraram cenas chocantes de incênidos e explosões que foram disseminadas na internet como uma estratégia de marketing para mostrar serviço perante à comunidade internacional.

Nos últimos dias, agentes do Ibama, do ICMBio e da Força Nacional estiveram no distrito de Moraes de Almeida, e lá a ação comandada por Sales foi devastadora, segundo relatos de antigos aliados do governo Bolsonaro. Diversos maquinários foram destruídos, outros apreendidos, além de acampamentos incendiados.

Uma das pessoas que teve o acampamento destruído, fez um vídeo mostrando o local totalmente destruído. Segundo ela, os agentes federais não aceitaram dialogar com as pessoas e simplesmente tocaram fogo em tudo, não dando tempo para elas retirarem seus pertences e outros objetos. “Olha a destruição que o Ibama fez aqui, ó! Queimaram nosso acampamento, nosso maquinário, acabou com tudo aqui. Destruição total”.

Assista ao Vídeo

https://youtu.be/CqP3Tz5siww

 

Nas redes sociais, vários áudios foram divulgados por algumas pessoas informando a presença dos agentes. Alguns orientavam para que os equipamentos fossem retirados e que as pessoas se escondessem, pois a ordem era queimar tudo o que encontrarem pela frente.

E de fato foi exatamente isso o que aconteceu. Um rastro de destruição, com imensas nuvens de fumaça era o cenário por onde a operação federal passou.

A destruição dos equipamentos, prevista na legislação, contradiz declarações do governo Bolsonaro contrárias a esse recurso, bastante usado pelo Ibama e pelo ICMBio em operações de campo na Amazônia.

Em uma conversa com um grupo de pessoas, o ministro Ricardo Sales foi questionado sobre o porquê de esses equipamentos destruídos não serem doados para os municípios para servir à comunidade.

Veja o diálogo:

Morador:
-Em vez de queimar o maquinário, por que vocês não doam para a prefeitura fazer algum benefício para cidade?

Ricardo Sales:
-Quando a máquina está enfiada a quilômetros do meio da mata não dá pra tirar.

Morador:
-Ministro, mas ela entrou, ela consegue sair.

Ricardo Sales:
-Se você se responsabilizar pra tirar é outra coisa.

Morador:
-Nós tira. É melhor que tacar fogo.

Morador:
-O senhor vai fazer essa operação aí, tinha que dar uma volta pra ver que o prefeito precisa de máquina. E se apreendesse uma máquina do João ou da Maria, não queimasse ela não. Doasse para a prefeitura.

Ricardo Sales:
-Por que o ‘João’ já não doa? Pergunta pra ele porque que entrou na terra indígena. Quando a pessoa sabe que não pode fazer a coisa errada e faz, o risco é dela.

“A inutilização dos equipamentos faz parte da forma de fazer cumprir a lei”, disse Sales quando chegou ao Pará, na segunda-feira(10).

Assista ao Vídeo

https://youtu.be/gbYBbreh3Vw

O aparato pirotécnico comandado pelo ministro do Meio Ambiente tem sido alvo de críticas de ambientalistas e de próprios servidores dos órgãos que estão à frente dessas operações, como Ibama e ICMBio.
Como é o caso da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema), que se manifestou por meio de nota, criticando a recente paralisação do processo de aplicação e cobrança de multas ambientais, afirmando ainda Sales repete a “estratégia fracassada de militarização da fiscalização ambiental utilizada durante as operações Verde Brasil 1 e 2, em 2019 e 2020, obtendo como resultado o maior índice de desmatamento em dez anos”.
E, segundo garimpeiros e madeireiros, esse show de horrores deve continuar pelos próximos quatro meses, tempo estipulado pelo ministro do Meio Ambiente para a presença dos órgãos federais no combate aos crimes ambientais na região.

Fonte:PORTAL OESTADONET – 17/05/2021
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